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As Revoltas Regenciais

Por:   •  30/3/2019  •  Ensaio  •  714 Palavras (3 Páginas)  •  150 Visualizações

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Atividade 04

Alunas: Maria Clara Queiroga Duarte

             Kalyne Suyanne Queiroz Castro

  1. Andreoni era a favor. No entanto, ele propõe um modelo “correto” de escravidão, o qual o senhor deveria ser bom e justo com seus escravos, oferecendo-lhe o que comer, o que vestir e “(...) deve também moderar o serviço de sorte que não seja superior às forças dos que trabalham, se quer que se possam aturar”, como forma de realizar a manutenção desse sistema, uma vez que evitaria fugas e rebeliões. Além disso, havia uma preocupação em seguir os preceitos religiosos, sendo que o senhor também era responsável por ensinar a religião aos seus escravos, para que, assim, alcancem a salvação (“Alguns senhores são tão pouco cuidadosos do que pertence à salvação dos seus escravos, que os têm por muito tempo...sem batismo”.

  1. A dominação paternalista é aquela que coloca o senhor na posição de “Bom pai” diante dos escravos. Dessa forma, ele teria o dever de alimentar, de vestir, dar o devido descanso, mas também de educar e castigar quando necessário. Logo, a violência não deveria ser usada de forma injusta como era comum acontecer, pois “(...)não estranharão, sendo convencidos das culpas que cometeram, de receberem com misericórdia o justo e merecido castigo”.

  1. A religião torna a escravidão mais eficaz, pois se o senhor agisse de maneira correta, segundo a ideologia paternalista e os preceitos cristãos, os escravos iriam respeitá-lo. Esse pensamento ia de encontro com a desumanização inerente aos escravos que, apesar de ser oriunda do próprio sistema, dificulta a manutenção do mesmo, uma vez que aplica castigos injustos (para mostrar quem manda) e realiza a dessocialização do escravo, que é tirado da família e recebe um novo nome ao chegar na colônia.
  1. O escravos são comparados a Cristo porque sofreram como Cristo sofreu, sendo assim, também alcançariam a salvação da mesma forma. O papel dos portugueses nesse processo era mostrar o caminho da salvação.
  1. O padre Antonio Vieira busca convencer os escravos de que todo o sofrimento que eles passavam teria uma recompensa: a salvação. Logo, estar naquela posição não deveria ser visto como algo totalmente ruim, era necessário o sacrifício para equiparar-se a Cristo. Ao compararmos com o texto de Antonil, vemos claramente que os dois seguem uma mesma linha de pensamento, ressaltando a importância da religião e do castigo, no entanto, o destinatário é que se diferencia. No primeiro texto o autor direciona seu discurso ao senhor e no segundo ao escravo.
  1. A música de Emicida traz um olhar dos oprimidos e remete à escravidão colonial como forma de mostrar os seus reflexos na atualidade e a resistência negra ao longo dos anos (“Tentar nos derrubar é secular, hoje chegam pelas avenidas, mas já vieram pelo mar”). Como foi possível observar a partir dos dois primeiros textos, a religião foi a principal ferramenta utilizada para que a escravidão desse tão certo, primeiramente na tentativa de “apagar” os costumes trazidos da África e depois como forma de evitar revoltas, no entanto, muitos são os símbolos de resistência que marcaram aquela época e contribuíram para o reconhecimento da cultura afro-brasileira muitos anos depois. Boa parte da população negra lutou para manter a sua fé e suas raízes, resistindo às imposições do colonialismo, através dos quilombos e do exercício das religiões africanas em território brasileiro, por exemplo, preservando a estrutura de organização social das regiões africanas e seus ancestrais (“Canta pra saldar, negô, seu rei chegou / Sim, Alaafin, vim de Oyó, Xangô...Não temos papa, nem na língua, ou em escrita sagrada...” “Sem eucaristia no meu cântico...”). Apesar disso, num País de maioria cristã, as religiões de matrizes africanas são os maiores alvos da intolerância por parte de indivíduos de outros credos e esse preconceito vai além de uma questão estritamente religiosa, já que há várias outras religiões que não são cristãs e não são atacadas da mesma forma. Na verdade, por serem de origem negra, essas religiões acabam sofrendo com o preconceito racial e, consequentemente, são sempre associadas ao mal. Sendo assim, o que se entende à respeito de religião é que ela pode ser utilizada de diferentes formas dependendo do posicionamento e da intenção de seus adeptos, seja como forma de dominação ou como uma marca de sobrevivência.

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