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Controvérsias Sobre a Guerra do Paraguai

Por:   •  12/12/2018  •  Resenha  •  1.138 Palavras (5 Páginas)  •  186 Visualizações

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Controvérsias sobre a Guerra do Paraguai

No presente trabalho irei abordar a guerra do Paraguai, a grande controvérsia sobre suas verdadeiras causas, que ao longo dos anos, passou por diferentes interpretações, desde disputas territoriais entre os países beligerantes até uma linha de pensamento que ainda existe nos dias de hoje que é a influência imperialista direta da Grã Bretanha como causadora dessa guerra, tendo como base os texto  de Leslie Bethell “ O Imperialismo britânico e a guerra do Paraguai e de Enrique Amayo “ A Guerra do Paraguai em perspectiva histórica”, que vão nos mostrar como diferentes pontos de vista em relação as causas dessa guerra, com foco principal sobre o papel britânico nos bastidores desse conflito.

Apesar de passado mais de 1 século do fim da guerra do Paraguai, ainda hoje não se chega a um consenso sobre a verdadeira causa, muito se diverge sobre isso, em seu texto, AMAYO nos mostra uma Grã Bretanha influenciadora dessa guerra, cita o imperialismo britânico como fundamental para a eclosão do conflito, financiando Brasil, Argentina e Uruguai com vários empréstimos, entretanto Bethell nos mostra uma visão completamente diferente, pois ele nos mostra como era a relação da Grã-Bretanha com os países que posteriormente iriam se envolver na guerra, pois um conflito na região seria mais danoso para os interesses britânicos do que benéfico.

Para entender a guerra do Paraguai devemos observar a complicada situação política que imperava na região, principalmente na Argentina onde antes da guerra, viveu uma conturbada situação entre os federalistas comandados por Justo José de Urquiza e as forças dos Unitaristas de Buenos Aires comandados por Bartolomeu Mitre e no Uruguai onde as disputas políticas entre Blancos e Colorados também deixavam um clima conturbado ao país, além do Brasil que atraia a desconfiança paraguaia, devido suas ações imperialistas na região.

A possível intervenção direta britânica na guerra do Paraguai é defendida por AMAYO, onde o mesmo cita alguns exemplos onde a Grã-Bretanha usou sua influência econômica e militar para forçar outros países a estabelecer relações comerciais com os britânicos, ou incitou conflitos em que se beneficiaria.

“Anotemos de início que o Paraguai, antes da guerra, tinha sido um caso único na América Latina. Seu modelo econômico era a procura do desenvolvimento autônomo a partir de suas próprias forças. Por isso tinha praticado o isolamento e fechado seu mercado ao exterior. Em função desse procedimento, por exemplo, não havia solicitado qualquer empréstimo ao exterior. ” AMAYO (1995, pag.264).

Mas por mais que o Paraguai não dependesse do comercio com a Grã-Bretanha, seu modelo econômico não podia suprir o País com maquinário moderno, essenciais para fazer a indústria paraguaia crescer, esse isolamento atrapalhou o crescimento paraguaio, esse isolamento para AMAYO, foi um dos motivos que motivou os britânicos a interferirem na região, pois o interesse britânico era que o Paraguai abrisse seus mercados a Grã-Bretanha, um fato contestado por BETHELL, pois segundo ele, os britânicos não demonstravam qualquer interesse em construir laços econômicos com o Paraguai, muito menos convencer o Paraguai a isso utilizando a força, como feito em outros países, mesmo com alguns problemas tendo ocorrido, a Grã-Bretanha evitou usar a força contra o Paraguai.

Outro ponto, era que os britânicos fornecerem vários e volumosos empréstimos aos países da tríplice aliança, para que eles mantivessem a guerra contra o Paraguai, contraindo assim uma grande dívida com os bancos ingleses, ficando cada vez mais presos economicamente a eles. Mas como podemos ver, BETHELL nos mostra que os britânicos evitavam se envolver na guerra, pois o conflito que estava a ocorrer atrapalhava seus interesses na região da Prata, sendo que foram poucos os empréstimos feitos aos aliados durante a guerra pela Grã-Bretanha aos aliados, apesar disso, não podemos esquecer que apesar de oficialmente não se envolver na guerra, Britânicos continuaram vendendo armamento aos países aliados, que também não se estendeu ao Paraguai pois como vimos, o Paraguai já estava sobre bloqueio econômico aliado, ou seja isolado de todos.

A tese de que o Governo britânico influenciou diretamente o curso da guerra em favor dos aliados foi bastante difundida, com Thornton sendo descrito como de grande importância para que isso ocorresse, atuando nos bastidores do governo argentino.

“É conhecido que o ministro britânico em Buenos Aires, Edward Thornton, participou ativamente no conflito a ponto de ter sido assessor do Governo da Argentina. Foi tanta a sua importância, que participava das reuniões do Gabinete da República Argentina, onde se decidia o curso da guerra. Ali se sentava, como símbolo de confiança, junto ao presidente Mitre. ” AMAYO (1995, pag.265).

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