Ensaio do Livro Ditadura a Brasileira
Por: Heberton Rocha • 10/5/2017 • Ensaio • 3.628 Palavras (15 Páginas) • 214 Visualizações
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE – UERN
CAMPUS AVANÇADO PREFEITO WALTER DE SÁ LEITÃO – CAWSL
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
DISCIPLINA: TÓPICOS ESPECIAIS
DOCENTE: ELIAS VERAS
Itamara Luiza da Silva¹
Heberton Rocha dos Santos ²
ENSAIO
DITADURA BRASILIERA: Contra o discurso do Obvio
Resumo
A historiografia da Ditadura Militar Brasileira é sem sombra de dúvida uma questão que se repercute nos últimos anos e é nesta perspectiva que no âmbito acadêmico teve certa preocupação em analisar as historiografias já dispostas e confrontar com as informações registradas do período tanto materiais como imaterial. A nação golpeada à direita e à esquerda é a proposta que o historiador Marcos Antônio Villa, trás no seu belíssimo livro: Ditadura À Brasileira – 1964 – 1985 A democracia golpeada à esquerda e à direita e esse é o ponto de partida desse artigo, onde a partir do discurso que contempla uma nova leitura desse período com um grau de imparcialidade e uma reflexão de conceitos, ações individuais e coletivas do regime. Na tentativa de estabelecer uma conexão com as outras visões historiográficas o presente trabalho objetiva analisa o ponto de vista do discurso de Marcos Antônio Villa que não traz novidades com relação a conteúdos, mas causa polêmicas na sua analise crítica sobre o regime. Como o próprio Villa transcende nas entrelinhas do seu livro, o Brasil é um país único e singular tudo tem características próprias brasileiras.
Palavras-chave: Democracia, historiografia, Ditadura Militar.
¹ ² Acadêmicos do 7º período do curso de Licenciatura Plena em História.[pic 3]
Introdução
Neste ensaio iremos utilizar de uma obra atual mais de grande relevância sobre a ditadura militar brasileira escrita por Marcos Villa, Ditadura á brasileira, a democracia golpeada a esquerda e a direita. Iremos discutir a obra a partir de quatro pontos fundamentais apresentados no livro. No final deste ensaio teceremos nossas considerações sobre o que aqui foi apresentado.
Nunca antes se falou tanto na ditadura militar brasileira como hoje é falado. Isso se deve ao panorama político que vivenciamos no século XXI e que nos remete a um período tão tenso como esse. As crises e tensões fazem com que alguns cidadãos almejem a volta deste período.
A historiografia acerca da ditadura brasileira ajuda a entender o perfil do Brasil em todos os seus aspectos, é preciso voltar no tempo e estudar certos momentos históricos que contribuíram e contribuem para nossa atualidade. O que seria do Brasil hoje sem a ditadura? Poucos saberiam traçar um perfil.
Nenhum outro acontecimento histórico teve tanto destaque nos meios de informação como os 50 anos da Ditadura Brasileira em 2014, isso pode ser considerado um grande avanço para a construção da memória histórica de um país que insiste em apagar os fatos do passado.
O período que contempla o regime militar no Brasil (1964 – 1985) não pode ser considerado um período homogêneo de adesão de aliados ao poder militar regente, pois ao longo dos 21 anos de poder, o governo perdeu grandes aliados na luta a favor da restauração da ordem social-política no Brasil, e a Igreja Católica foi uma dessas instituições que se afastaram do regime militar depois de constatar que o golpe não era só para livrar o país de um comunismo e sim a tomada de pose do governo foi uma jogada para os militares entrarem no poder e já que a sociedade estava descontente com os acontecimentos anteriores de renúncias e golpes que já vinha acontecendo teve então o apoio de algumas instituições nessa empreitada.
O país entra num caos em março de 1964, no contexto das agitações sociais-politicas e na gravidade econômica o poder regente não se mobiliza para buscar uma solução, veio então o golpe de 1964 e no Brasil se instaurou os atos institucionais que de forma arbitrária tinha dentre muitos aspectos a perseguição politica que contava com as mais variadas formas de torturas, quem fosse contrário aos ideais militares e manifesta-se tal era perseguido e torturado e até morto.
É numa historiografia bem própria que o historiador Marcos Antônio Villa difere das outras historiografias sobre a ditadura, ele trás consigo um pensamento de imparcialidade, desmistificando os grandes heróis/mocinhos e os vilões da história. Villa no seu acervo histórico desvenda no livro que dar sentido a esse artigo uma nova leitura desse período.
Villa utiliza da memória para transmitir os acontecimentos de 1964 o golpe e a ditadura militar brasileira. O que ele escreve nada mais é do que a memória de indivíduos, memória essa que é trazida a tona quando o assunto é discutido. Villa traz a tona o passado obscuro da ditadura militar brasileira através também da memória. Como fala Pierre Nora: "O passado nos é dado como radicalmente outro, ele é esse mundo do qual estamos desligado para sempre. É colocando em evidencia toda a extensão que dele nos separa que nossa memória confessa sua verdade, como na operação que, de um golpe, a suprime". (Pag.19)
A TRADIÇÃO
Não é nenhuma novidade que o Brasil sempre teve uma tradição cultural de golpes. É provocativo no seguinte sentido que os golpes eram uma espécie de carta na manga, estava ali fazendo política e quando se perdia uma eleição sacava a carta que era o golpe militar.
Os golpes se instauravam no país para combater crises políticas e no governo de Jango não foi diferente, mas se analisamos rapidamente os anos anteriores a queda do governo de Jango poderemos perceber um imerso histórico de golpes civis – militares e movimentações a partir de 1922 – revolta do forte de Copacabana, 1924 – rebelião tenentista em São Paulo, em seguida coluna preste, depois 1930, 1932 em São Paulo, 1935 - rebelião de novembro comunista, 1937 – o golpe do estado novo em novembro, Maio de 1938 assalto intergalista ao palácio Guanabara, 1945 queda do Getulio, depois a crise de agosto de 1954 e em 1955 no mesmo mês tivemos três presidentes da republica e dois golpes, já na gestão de JK do quinquênio tivemos dois golpes de estado fracassados e em 1961 a crise da renúncia de Jânio Quadros e que quase teve um golpe de estado onde durante cerca de duas semana vivemos um espécie de estado de pré-guerra civil. Então dai se tira uma longa tradição de golpes militares no Brasil, eles já vaziam parte da política brasileira, tínhamos uma conjuntura que leva ao golpe era uma tradição, a cultura democrática no Brasil era inexistente. A cultura democrática brasileira é muito recente.
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