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Fatores externos e as mudanças nas estruturas sócias e politicas em África (séculos XVI a XVIII)

Por:   •  25/4/2017  •  Trabalho acadêmico  •  2.892 Palavras (12 Páginas)  •  332 Visualizações

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Disciplina: História da África

Professor: Leandro Santos Bulhões de Jesus

Turma C - 1º semestre 2016

Aluno: Amanda Sarmento /Matricula 15/0116365

Fatores externos e as mudanças nas estruturas sócias e politicas em África

    (séculos XVI a XVIII)

Introdução

As estruturas africanas referentes à religião, ao comercio, a politica e o social mudaram constantemente entre os séculos XVI e XIX, essas modificações ocorreram tanto por fatores externos - como a chegada dos europeus com seus empreendimentos e rotas comercias ou com a entrada da religião islâmica e dos povos árabes - ou por fatores internos. No presente texto salienta-se sobre as articulações das nações africanas e das novas estruturas politicas e sócias que cresceram em ritmo intenso, ressaltando a mobilidade dessas estruturas perante Estados externos. No último tópico desse texto ainda falaremos das dificuldades e desafios quanto à construção de uma História da África, e por fim, evidenciar as possiblidades e consequências que uma historiografia africana pode conduzir para a construção de um sujeito histórico não focado em fundamentos eurocêntricos.

  1. Fatores externos em África

Islão e os Árabes

O islão, tanto a civilização quanto a religião, foi a primeira grande influência externa exercida sobre o curso da história África. Tendo inicio em 639 d.C. pela invasão no Egito, e se sucedendo por mais de quatro séculos de conquista na África do Norte, tornando a população ao norte do Saara predominantemente mulçumana tanto na religião como também na língua. Transformando-se na crença predominante em toda a África do Norte e fazendo relevantes avanços até o litoral da Nigéria atual, até ao Uganda e nordeste do Zaire e ao longo da costa oriental ate Moçambique. A influência do islão foi anterior ao da Europa ocidental e do cristianismo, e não sento extinto posteriormente pela chegada europeia no continente. Até os dias atuais ainda é a religião mais importante em África, de modo que mais de 90% dos africanos a norte do Saara e outras regiões são mulçumanos.

‘Amr ibn al -’As conseguiu conquistar o Egito com um número pequeno de forças, cerca de 12.000, mas isso apenas foi possível, pois os Árabes não lutaram diretamente com os egípcios, e sim, com as forças do império bizantino, que já não eram bem aceitas pelos próprios egípcios, encontrando oposição na fortaleza de babilônia e na base naval bizantina na capital, Alexandria. Mas logo em 641, Babilônia rendeu-se e Amr conseguiu estabelecer um tratado com o Patriarca copta de Alexandria. Com a evacuação dos bizantinos, Amr’ concordou em não interferir na religião, na igreja e nas propriedades ou nas terras dos egípcios, mas estes teriam que pagar uma taxa anual por cabeça de dois dinares por cada adulto do sexo masculino e outra taxa cobrada sobre a produtividade da terra para que o acordo se mantivesse fixo. Os Árabes somente substituíram os nobres bizantinos e os funcionários na qualidade de administradores, logo exerceram uma administração eficiente que não apenas prosseguiu como alargou as obras de irrigação que haviam sido abandonadas pelos bizantinos. Por conseguinte, o Egito se tornou extremamente importante e vantajoso para o Império Árabe, o que acabou cirando uma grande competição pelo seu governo. Mais de 108 governadores Árabes controlaram o Egito somente nos primeiros 128 anos de governo.

Não houve por parte dos governadores árabes interesse em converter os cristãos ao islão, pois certamente a conversão de pessoas ao islamismo acarretaria numa redução na receita dos conquistadores em termos relativos á tributação. O numero de egípcios ligados a árabes - podendo ser criados ou até mesmo esposas - que manifestavam atração em adotar a religião islâmica cresceu rapidamente. Alguns se convertiam ao Islamismo com o desejo de evitar pagamentos das taxas cobradas aos não mulçumanos, o que iniciou a um grande núcleo de uma população, denominada pelos árabes, de Mawali (mulçumanos assimilados). Os árabes não se estagnaram no Egito, em 641/642 invadiram a Nubia, não tendo êxito, uma vez que enfrentaram um governo exercido por cristãos. Portanto, acharam mais prudente chegar a um tratado com os Núbios, o qual serviria de interesse para ambas as partes. O tratado se resumia no fim dos ataques, pelos árabes, e na asseguração do pagamento de um tributo anual em escravos e na garantia de liberdade de comércios e religião para os visitantes mulçumanos, por parte dos núbios, estabelecendo a possibilidade dos árabes de exercerem comercio de escravos, ouro e outras mercadorias na Nubia. Pelo que tudo indica esse tratado sem manteve valido por volta de 600 anos e a manutenção do cristianismo e a estrutura governativa foram gradualmente diminuindo. Em meados de 711, os árabes já tinham o controle de todo o noroeste africano e já começavam ir em direção a novas conquistas e se tornando, junto com o Islão, uma das maiores influências já exercida nessa região.

O empreendimento europeu

A descoberta do continente africano sempre esteve intimamente ligada a imperativos econômicos. Os portugueses iam à África a procura de pó de ouro, marfim e principalmente escravos. As principais preocupações dos portugueses eram de regulamentar o regime comercial que oscilava entre o monopólio e o comercio privado ao longo das costas africanas. O monopólio sobre um produto ou um espaço era de privilegio de algum grande concessionário ou dos reis que permitiam a intromissão em seus domínios pelas empresas privadas, pois não conseguiam conservarem sozinhos seus monopólios. O comercio em sim não era muito intenso, Portugal em meados do século XVI não mandava pela Rota das Índias mais de uma dúzia de navios e desses apenas quatro retornavam. Os soberanos locais faziam acordos com alguns portugueses para a venda de seus prisioneiros ou condenados de guerra. O desenvolvimento do trafico de escravos intensificou as lutas internas entre as próprias sociedades africanas. Em XVI outros países europeus começaram a intervir na África ocidental, enquanto, ao mesmo tempo, a força de Portugal declinava no continente.

Os europeus fizeram uso do conhecimento astronômico e da experiência mulçumana para elaborar representações mais fieis e exatas do mundo, sendo essas elaborações mais concretas e precisas do que as encontradas no mappae mundi, elaborado na Alta Idade Média. Para alguns europeus ocidentais se concebia a ideia de que a Etiópia se localizava na Ásia e que lá encontrariam um rei católico com o qual poderiam estabelecer relações comerciais. Em 1419 o filho de D. João I, rei de Portugal, conhecido com O Infante D. Henrique esteve ligado a viagens de exploração para o sul e o ocidente do Atlântico com intuito de melhor implantar os recursos portugueses, aplicando-os de modo mais vantajoso ao contornar por mar o poderio de Marrocos em vez de ataca-lo diretamente. Apenas em 1434 que o empreendimento de D. Henrique começou a ganhar impulso, se estalando permanentemente no ano de 1443 em Sagres no cabo de São Vicente dedicando suas energias a exploração. Todos os anos seus capitães pesquisavam mais da costa africana, anotando a respeito da sua hidrografia, dos seus povos e costumes e sobre sua economia. A primeira fase desse empreendimento durou cerca de quinze anos reunindo apenas informações para ultrapassar o cabo Bojador, e explorando depois por dez anos a costa saariana e chegando em 1444 ao Cabo Verde. Já em 1460 essas terras descobertas já estavam a ser colonizadas para serem usadas como base permanente ao comercio com o litoral adjacente de Guiné. Por mais de um século Portugal foi responsável por praticamente todas as relações entre a Europa e a África tropical.

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