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HISTÓRIA DO RIO GRANDE DO SUL

Por:   •  16/10/2016  •  Trabalho acadêmico  •  5.319 Palavras (22 Páginas)  •  389 Visualizações

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HISTÓRIA DO RIO GRANDE DO SUL

PROFESSOR JAKA

Durante os três primeiros séculos de colonização portuguesa no Brasil, a Região Sul esteve praticamente despovoada. As únicas áreas com alguma população restringiam-se a pontos isolados junto ao litoral ou então a algumas faixas campestres mais para o interior. A maior parte das terras do Sul, predominantemente recoberta por matas e  habitadas por grupos indígenas, só seria ocupada a partir do século XIX. Esse processo se estenderia até os anos 60 do século XX. Essa “falta de interesse” dos portugueses em relação á Região Sul é explicada por várias razões, entre as quais:

  • A distância do Sul até as áreas onde se desenvolviam as atividades econômicas mais importantes da colônia (o açúcar na Região Nordeste e o ouro nas “Minas Gerais”);
  • E se clima subtropical, que não atraía a formação da típica exploração agrícola das áreas tropicais, as plantations.

Apesar de numericamente inexpressível, os primeiros tempos da ocupação deixaram suas marcas em algumas áreas.

Os primeiros habitantes do Rio Grande do Sul eram os índios. A partir do século XVII, a ocupação se fez por europeus, sobretudo portugueses. No início, o território pertencia á Espanha pois ficava a Oeste do Meridiano estabelecido pelo Tratado de Tordesilhas. Porém, através de muitas disputas com os espanhóis os portugueses conquistaram o Rio Grande do Sul.

O litoral da Região Sul foi ocupado de maneira algo desordenada e vagarosa. O Rio Grande do Sul foi descoberto por Martim Afonso, no século XVI.

 O fator que inicialmente estimulou o estabelecimento de populações nesse trecho do litoral brasileiro foi a descoberta de ouro nos pequenos riachos originários da Serra do Mar que deságuam na Baía de Paranaguá (litoral do Paraná). Os aluviões auríferos atraíram pessoas para aí, onde em 1648 foi fundada a vila de Paranaguá. O sonho com a possibilidade da existência de ouro e prata ao Sul de Paranaguá produziu novas ondas migratórias e a criação de vilarejos como os de São Francisco do Sul (1658), Nossa Senhora do Desterro (1675), que mais tarde passou a se chamar Florianópolis, e Laguna (1676).

Os portugueses continuaram buscando terras mais ao sul, atingindo o Estuário do Prata, que consideravam como o limite entre a América portuguesa e espanhola. Aí, em 1680, foi fundada a Colônia de Sacramento (que depois tornou a cidade uruguaia de Colônia), junto á margem esquerda do Rio da Prata. Mas as condições naturais do litoral do Rio Grande do Sul, sem reentrâncias e com a ocorrência de restingas e lagoas, não favoreceram a construção de bons ancoradouros. Para manter o contato entre a colônia de Sacramento e a cidade de Laguna, foi aberto um caminho junto á costa, destinado a atender ao comércio de gado que se estabelecera na região.

Foi com o objetivo de defender essa parte do litoral e para promover a posse oficial e efetiva de terras gaúchas que foi fundado, em 1737, um forte (Jesus-Maria- José) junto ao canal que liga a Lagoa dos Patos ao Oceano Atlântico. Esse forte daria um pouco mais tarde origem ao primeiro núcleo urbano do Rio Grande do Sul, a cidade de Rio Grande.

Nesta época (século XVIII), desenvolveu-se em Minas Gerais a mineração, formando um mercado consumidor e os animais que viviam soltos passaram a ser reunidos em locais destinados a tal finalidade – as estâncias ou fazendas. Portugueses, paulistas e catarinenses de Laguna pediam e ganhavam do governo grandes extensões de campo onde instalavam suas fazendas, principalmente na região conhecida como Campanha gaúcha. A mineração provocou a transferência do centro econômico do Nordeste para o Sudeste do Brasil. Com isto aumentava o consumo de couro e carne, principalmente o charque que vai servir de alimentação para os escravos. A primeira charqueada foi fundada em 1870 e foi a base da economia do século XIX. Um grande número de escravos negros foram trazidos para trabalhar nesta atividade.

As tensões entre portugueses e espanhóis pelo domínio do Estuário do Prata davam pouca segurança ás áreas litorâneas meridionais. Foi principalmente por isso que o governo colonial do Brasil resolveu reforçar o povoamento, estimulando a vinda de casais originários do arquipélago dos Açores (1750). O governo pretendia com isso prender o homem á terra, contribuindo para que o domínio luso sobre essa parte do litoral se fortalecesse. Uma série de cidades se desenvolveu a partir desse processo. Um dos melhores exemplos foi Porto dos Casais, que mais tarde se tornou Porto Alegre.

Pode-se portanto concluir que, por conta de vários aspectos desfavoráveis, nos primeiros séculos de colonização a ocupação desse litoral foi pouco expressiva. Só deslancharia no final do século XIX.

O CAMINHO DAS MULAS

O povoamento inicial da área planáltica da Região Sul – o planalto meridional – teve como base a criação de gado, introduzido por Jesuítas, primeiros europeus que aí chegaram com o objetivo de catequizar povos indígenas. Vindos do Paraguai, esses padres alcançaram o Oeste paranaense, onde fundaram Guairá.

As reduções indígenas implantadas pelos Jesuítas foram destruídas pelos bandeirantes, que visavam obter mão-de-obra escrava para trabalhos na agricultura e mineração. Os indígenas que escaparam aos bandeirantes foram levados pelos Jesuítas para o Rio Grande do Sul. No Oeste gaúcho os Jesuítas fundaram os Sete Povos das Missões.

Os Padres Jesuítas em 1605, chegam ao Rio Grande do Sul  com a finalidade de catequizar os índios. Estas aldeias ou povoados receberam o nome demissões ou reduções. A primeira povoação oficial foi criada em 1726 pelo Padre Roque Gonzáles. Os Jesuítas ao todo fundaram os Sete Povos das Missões: São Nicolau, São Miguel, São Luiz Gonzaga, São Borja, São Lourenço, São João Batista e Santo Ângelo. Os Jesuítas introduziram a criação de animais no Rio Grande do Sul: muares, ovinos, eqüinos e principalmente bovinos.

Os bandeirantes paulistas começaram a invadir as missões em busca dos índios para vende-los como escravos. As missões entraram em decadência. Em 1768, os Jesuítas abandonaram o Rio Grande do Sul e o gado ficou solto nos campos.

Durante o século XVIII o fundamento básico da economia do Rio Grande do Sul foi a caça, a Preia do gado xucro, interessava inicialmente apenas o couro e o sebo.

Mas os bandeirantes não tardaram em atacar essa área; não contentes com as mortes e destruição que causaram, eles soltaram o gado que os indígenas criavam, que acabou se dispersando pelos campos do Sul.

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