Mito da Ideologia, dos Primórdios aos Dias Atuais: Da Falácia a Exclusão
Por: carlos2020mello • 21/7/2021 • Trabalho acadêmico • 1.323 Palavras (6 Páginas) • 205 Visualizações
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Centro de Ciências Humanas e Sociais –CCH Licenciatura em História
UNIRIO
Carlos de mello Vanderlei
Dicente em licenciatura em história pela unirio
Matrícula: 19216090012
Mito da ideologia, dos primórdios aos dias atuais:
da falácia a exclusão.
Historicamente o fracasso escolar era e ainda é considerado por muitos como uma fatalidade, e pouco se podia ou pode ser feito para vencê-lo. Ele, o fracasso do aluno, era associado ao próprio aluno ou à família. Para corroborar com esta afirmação, temos a figura do mito da ideologia do dom. Este mito, destacado pela autora Magda Soares em seu texto “Linguagem e escola – uma perspectiva social” decifra com clareza esta ideia de o fracasso do aluno estar associado ao padrão social de seus familiares.
Para a autora, este chamado “mito da ideologia” que como o próprio nome sugere, não é verdadeiro, é um “mito”, relaciona o padrão social de uma família a incapacidade intelectual ou suas habilidades. Portanto, uma família de padrão social muito humilde, poderia ser relacionada esta condição ao fato de seus membros não possuírem inteligência suficiente e habilidades para proverem uma transformação social em seu seio familiar. Desta forma, a exclusão escolar se faria presente ao promoverem de forma equivocada a ideia de que estes, os menos favorecidos, não teriam condições intelectuais de frequentarem a escola e a mesma não seria responsabilizada pelo fracasso do aluno.
Isto posto, o que se percebe diante desta falácia, seria os efeitos práticos e psicológicos que podem causar nos alunos. O aluno que porventura perceba que tem alguma dificuldade, seja de raciocínio, compreensão de textos ou até mesmo de escrita, pode erroneamente, associar tais dificuldades ao seu padrão social inferior ao de seus colegas de sala, o que não seria uma verdade. A consequência deste sentimento pode vir a desaminar o aluno pois passa a acreditar que não possui capacidade intelectual como os outros e dessa forma, provocar uma ineficiência de aprendizado causando repetência e até a evasão escolar.
LDB 9394/96 é a sigla que denomina a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira. Lei esta que tem a finalidade de garantir o que seria os princípios da educação. Sua principal finalidade, é administrar a educação no Brasil. A LDB, deixa claro a responsabilidade de quem deve fazer-se cumpri-la, que são os poderes executivos dos municípios, estados e governo federal, não deixando de fora a família com sua participação em colaborar na formação do cidadão. Busca integralização do aluno na sociedade e em um futuro ao campo de trabalho. Garante a educação do básico iniciante ao seu término. Educação que deve ser gratuita e de qualidade. A LDB é de extrema importância no âmbito da ampliação do acesso à educação, garantindo a todos o direito de frequentar uma escola e ter uma formação adequada.
As ações afirmativas na educação, visa corrigir as desigualdades existentes neste cenário educativo. No que se refere as desigualdades, veremos um exemplo de ação afirmativa na educação que Bourdieu destaca:
Para que sejam favorecidos os mais favorecidos e desfavorecidos os mais desfavorecidos, é necessário e suficiente que a escola ignore, no âmbito dos conteúdos do ensino que transmite, dos métodos e técnicas de transmissão e dos critérios de avaliação, as desigualdades culturais entre as crianças das diferentes classes sociais. Em outras palavras, tratando os educandos, por mais desiguais que sejam eles de fato, como iguais em direitos e deveres, o sistema escolar é levado a dar sua sanção às desigualdades iniciais diante da cultura
(BOURDIEU apud NOGUEIRA, CATANI, 2001, p. 53).
Como visto nas palavras de BOURDIEU, a ação de combate a desigualdade em sala de aula também é uma responsabilidade do professor. Outra ação afirmativa com a finalidade de promover o processo de combate a desigualdade nas escolas, foi a inclusão da disciplina história da África na educação básica, passando a fazer parte do currículo das escolas de forma obrigatória. Esta ação, não só se faz importante em relação ao conteúdo em geral, mas corrige de certa forma, uma exclusão da história de um lugar e seu povo que só era lembrado quando se falava em escravidão e sofrimento. Assim, se proporciona ao aluno, um rico conhecimento dos costumes, hábitos e cultura da região e de seu povo.
No âmbito de salvaguardar a história e a cultura com sua valorização, os índios passaram a ter o direito de educação que mantivesse sua cultura, seus hábitos e costumes. Um outro exemplo de ações afirmativas na educação, são as cotas para a ingressão em cursos superiores direcionadas para os interessados em se graduar com alguns critérios pré-estabelecidos. Não se pode aqui, esquecer do que foi um marco em nossa história. A “educação inclusiva”. Deficientes de várias patologias passaram a ter acesso à escola formal, regular. Escolas não podem mais se negar a receber um novo aluno que possua algum tipo de deficiência.
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