O EJA UMA HISTÓRIA DE DESAFIOS
Por: Marbertoreis • 20/5/2020 • Trabalho acadêmico • 2.330 Palavras (10 Páginas) • 219 Visualizações
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Sinop
2019
MARCOS ROBERTO DOS REIS
EJA UMA HISTÓRIA DE DESAFIOS
Trabalho interdisciplinar apresentado como requisito parcial para a obtenção de média bimestral na disciplina de: metodologia científica, educação de jovens e adultos, fundamentos da educação, educação formal e não formal, didática: planejamento e avaliação, práticas pedagógicas: gestão da sala de aula.
Orientador: Professoras Maria Luzia Silva Mariano, Vilze Vidotte Costa, Stefany Ferreira Feniman, Mari Clair Moro Nascimento, Maria Eliza Correa Pacheco.
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Sinop
2019
Sumário
1 Introdução. 4
2 História da educação de jovens e adultos. 5
2.1 A função social da escola 7
2.2 Desafios e possibilidades na EJA. 8
2.3 Avaliação e método pedagógico. 8
3 Considerações finais. 8
4 Referências 10
Introdução.
O ensino da EJA é um tipo de ensino mais complexo do que educar jovens na idade regular, pois os alunos adultos trazem consigo uma gama de conhecimentos apanhados na rua, portanto não é qualquer profissional que estará apto a ensinar dentro da EJA. Sob essa perspectiva o presente trabalho procura fazer uma abordagem histórica da educação de jovens e adultos, bem como avaliar qual é a função social da escola, quais os desafios e as possibilidades da EJA, e como o professor deve conduzir o processo avaliativo.
Dentro da perspectiva histórica a EJA passou por inúmeras transformações, no início a educação de adultos era visto como caridade, o analfabeto era alguém ignorante, que necessitava ser “iluminado” por alguém alfabetizado, uma pequena reação a isso se iniciou graças as ideias de Paulo Freire que passou a considerar o conhecimento do mundo como algo a ser considerado dentro da sala de aula. Com o golpe militar a pedagogia de Paulo Freire foi bruscamente interrompida, no período do regime militar foi criado o Mobral (Movimento Brasileiro de Alfabetização), esse programa era de caráter puramente tecnicista, o aluno adulto era visto como uma pessoa vazia que necessitava ser preenchida, não considerava que o professor necessita de estudo específico para lecionar, por isso o Mobral abriu inúmeras vagas para voluntários sem nenhum preparo específico.
Nos anos 1990 surgiu o PAS Programa de Alfabetização Solidária, esse programa simplesmente repetiu os mesmos erros dos programas passados, novamente não deram atenção ao preparo do docente e finalmente em 2003 é criado o Programa Brasil Alfabetizado.
Esse trabalho também procura elucidar quais os desafios que a educação de jovens e adultos proporciona, qual é a função social da escola dentro de uma perspectiva que procura relativizar a relação entres aluno e professor, também procura analisar o processo avaliativo da EJA.
2. História da educação de jovens e adultos.
Até os anos de 1960 o analfabeto era tratado como inferior alguém pouco desenvolvido, ensinar adultos analfabetos era um ato de caridade não um direito constituído. A educação no período colonial dava ênfase as crianças, em 1824 procurou-se dar um sentido mais amplo para o ensino, a constituição imperial de 1824 garante a todos a instrução primária, infelizmente essa lei não foi eficaz para a erradicação do analfabetismo.
A concepção do analfabeto como dependente ganhou força em 1879 como afirma STRELHOW (2010), a reforma Leôncio de Carvalho identificava o analfabeto como dependente e incompetente. Em 1891 o voto do analfabeto foi proibido, reforçando ainda mais o preconceito.
No início do século XX novas medidas são tomadas para o combate ao analfabetismo, o velho preconceito ainda persistia, no entanto no século XX é inserido um novo elemento: o cidadão produtivo, era necessário tornar o trabalhador apto as novas exigências do mercado, ou seja o analfabeto deveria contribuir para o crescimento do país, já que o analfabetismo era considerado uma das causas do subdesenvolvimento do país, argumento que não corresponde com a realidade, o analfabeto na maioria esmagadora das vezes é um cidadão que teve seus direitos restrito ou suprimido.
O primeiro plano da história da educação brasileira que previa um tratamento específico para e educação de jovens e adultos foi o Plano Nacional de Educação como afirma afirma Strelhow (2010). A década de 1930 foi marcada por várias ações que visavam o combate contra o analfabetismo, em 1938 foi criado o INEP (Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos), em 1942 foi fundado o Fundo Nacional de Ensino Primário, e em 1945 este fundo foi regulamentado, constituindo que 25% dos recursos da educação fosse empregado na educação de adolescentes e adultos (STRELHOW, 2010).
Em 1946 surge a Lei Orgânica do Ensino Primário que previa o ensino supletivo, em 1947 surge o programa de Serviço de Educação de Adultos (SEA), entretanto é bastante discutível o método adotado pelo SEA, o método adotado estereotipa os alunos, dessa forma não se respeita a especificidade de cada aluno. (STRELHOW, 2010).
Um dos motivos para novas campanhas contra o analfabetismo foi a pressão externa entidades como a ONU (Organização das Nações Unidas) e UNESCO (Órgão das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) preconizavam a erradicação do analfabetismo nas nações subdesenvolvidas.
Quantitativamente houve avanços no combate a erradicação do analfabetismo, agora qualitativamente nem tanto, ainda havia a ideia de que alfabetizar adultos é mais fácil, por isso qualquer letrado poderia se dedicar a tarefa sem maiores exigências, dessa ideia surgiu o Manual do Professor Voluntário- Ilustrações para o ensino de leitura e linguagem escrita.
Em 1952 a maior parte dos analfabetos se encontravam na zona rural, por isso a criação da Campanha Nacional de Educação Rural (CNER). Finalmente a partir de 1958 as concepções sobre o analfabeto começou a mudar, graças a Paulo Freire, o analfabeto começou a ser visto como um cidadão que foi alijado de um direito básico, o que deveria ser problematizado em primeira instância é a miséria que o analfabeto se encontra, ou seja o analfabetismo é uma consequência da miséria e não o contrário. Dessa forma o analfabeto não deveria ser visto como alguém incapaz, ignorante, até porque todo ser carrega consigo saberes aprendidos com a vivência, saberes que não passam pela leitura da palavra, o analfabeto é também um produtor de conhecimento.
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