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O IMPERILISMO NA AFRICA E SUAS CONSEQUENCIAS

Por:   •  22/2/2016  •  Trabalho acadêmico  •  2.447 Palavras (10 Páginas)  •  374 Visualizações

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O presente trabalho trata do imperialismo e aqui abordaremos mais especificadamente do continente africano. Primeiramente propomos de forma resumida algumas explicações acerca do termo imperialismo, sua definição, abordando alguns fatores, que levaram ao advento dessa doutrina política. Em seguida abordaremos a cobiça dos europeus pelo continente africano, bem como suas conseqüências.

O termo imperialismo do século XIX consistiu num tipo de política expansionista das principais nações européias que tinha por objetivo a busca de mercado consumidor, mão de obra barata e matérias-primas para o desenvolvimento das indústrias. A dinâmica do capitalismo industrial e financeiro determinou que os países europeus entrassem nessa disputa por territórios. Há várias causas para o movimento imperialista, sendo ela econômica: capital gerado em excesso pelas indústrias, onde era necessário investir em outras regiões; causas sociais: a população européia era muito grande e por isso era necessário conquistar novas regiões e, causas ideológicas: os europeus se consideravam uma cultura superior, a supremacia do homem branco, considerando a civilização africana de “atrasadas” e bárbaras. Esta visão pejorativa da África se deu conforme as teorias de Darwin sobre a evolução das espécies, chamado de Darwinismo Social. A lógica era: os fortes vencem os mais fracos. Outro ponto importante foi às teorias sobre as chamadas “raças”, idéia de eugenia, onde afirmavam que algumas “raças” eram inferiores a outras, e neste sentido os “brancos” da Europa eram considerados “superiores”.

O discurso eurocêntrico a cerca da África serviu de justificativas para o processo de colonização ocorrido no século XIX com a Conferência de Berlim, cujo objetivo era a partilha da África, sendo esta partilha feita de forma arbitrária não respeitando as características étnicas e culturais de cada povo, tribos africanas inteiras foram desagregadas com a divisão e com isso contribui para muitos conflitos atuais no continente africano, corroborando com as palavras de Hernandez:

[...] como aceleraram o processo de “roedura” do continente se tornaram acaloradas as discussões sobre a partilha, precipitadas pela forte crise do Império Otomano e pelo final do tráfico negreiro. O marco foi a Conferência de Berlin, cujas conseqüências para a África fazem-se presentes até os dias atuais. (HERNANDEZ, 2005, p. 59).

Mas, por que dominar a África?

Primeiro porque este continente de terra selvagem habitada por seres “bárbaros” segundo a mentalidade dos europeus necessitava serem civilizados e cristianizados e neste caso a verdadeira religião seria o cristianismo. Como se refere Hernandes:

Lá desenvolveram um trabalho de conversão ao cristianismo entre os Khois e o povo tswana ao norte do rio Orange. Mais tarde, quando a colônia do Cabo expandiu-se para leste e natal foi anexada, missionários de diversos credos deslocaram-se da Alemanha, Inglaterra, França, Holanda, Suécia e dos Estados Unidos para a África Meridional. (HERNANDEZ, 2005, p. 53).

Sendo assim, foi necessário inventar-lhes uma história, como afirma a professora Leila Leite Hernandez:

Os africanos são identificados com designações apresentadas como inerentes às características fisiológicas baseadas em certa noção de etnia negra. Assim sendo, o termo africano ganha um significado preciso: negro, ao qual se atribui um amplo espectro de significações negativas como frouxo, fleumático, indolente, incapaz, todas elas convergindo para uma imagem de inferioridade e primitivismo. (HERNANDEZ, 2008, p. 18).

O discurso da missão civilizadora a principio parecia ser algo bondoso, todavia, com a presença dos missionários e posteriormente com os exploradores os povos africanos conheceram a verdadeira barbárie dos europeus, muitas vezes pautada na violência gratuita.

Outro aspecto dessa corrida imperialista pela África é seu continente rico, sendo 30% das reservas mundiais de recursos minerais. Dentre estas riquezas destaca-se o ouro, onde a maior produção mundial se encontra na África do Sul, o diamante, onde a República do Congo tem a maior reserva a platina – mais de 90% das reservas mundiais estão na África, entre outras.

Ora, não era à toa essa cobiça dos europeus. Afinal, este vasto continente africano trouxe lucros fabulosos ao capitalismo ocidental através da exploração capitalista. As palavras de N’Krumah (1967) explica bem como era essa exploração.

A África é um paradoxo que ilustra e coloca em evidência o colonialismo. Sua terra é rica e, no entanto os produtos que vem do seu solo e do seu subsolo continuam a enriquecer não predominantemente os africanos, mas grupos e indivíduos que trabalham para o enriquecimento da África. (N’KRUMAH, 1967, p. 1).

Os impactos desta dominação arbitrária, as conseqüências foram inúmeras para o povo africano da qual veremos alguns a seguir:

As fronteiras criada pelas nações européias, que nasceram da imposição da Conferência de Berlim, trouxe muitos conflitos étnicos para esses povos. Várias nações no sentido das formações sociais antigas africanas passaram a estar reunidas dentro de novas fronteiras. Tribos amigas e inimigas passaram a pertencer ao mesmo espaço colonial.

Nos territórios criados de forma artificial pelos europeus houve muitas guerras civis e estas utilizaram as mais variadas armas de destruição dizimando centenas de populações, muitos indivíduos foram mutilados com armas de fogo, e muitas crianças entre seis e doze anos eram recrutados para o manuseio de armas, a fim de lutarem em milícias nas guerras civis, gerando um enorme infanticídio.

A crescente exploração dentro do continente gerou profunda miséria no continente africano e que até os dias de hoje encontram muitas dificuldades para se estruturarem economicamente.

Outro ponto interessante e que merece destaque é que com a dominação acabou por descaracterizar estes grupos, das quais, muitos perderam sua própria identidade, inibindo seu desenvolvimento de uma identidade nacional.

Além destes elementos mencionados, no caso específico da África do Sul, a presença inglesa que tinha uma mentalidade racista, gerou conflitos violentos durante o apartheid, onde a segregação racial colocando o negro em uma condição de rebaixamento, ao considerá-lo inferior ao branco. O negro era considerado e tratado como objeto, era impedido de manter uma vida social digna, não podia freqüentar os mesmo lugares que os brancos, os negros não tinham direitos, mas sim deveres a serem cumpridos.

Emergiram regimes ditatoriais no continente com

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