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Globalização: As Consequencias Humanas

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Por:   •  1/11/2012  •  1.038 Palavras (5 Páginas)  •  1.951 Visualizações

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RESUMO

A resenha apresentada a seguir traz idéias e conjecturas proporcionadas pelo autor Zygmunt Bauman sobre ao tema da globalização e as conseqüências dela. Este autor sugere uma teoria de “compreensão do espaço e tempo” através de exemplos da imobilidade dos dominados e a organização espacial como instrumento opressor. Elucida que a globalização aponta para uma produtividade elevada e um imediatismo cultural acabando com a aprendizagem e promovendo uma distância ainda maior entre as castas alta e baixa.

Palavras-chave: globalização, imobilidade, conseqüências.

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O sociólogo polonês Zygmunt Bauman, faz um esboço da história da globalização, as linhagens e as implicações deste processo, tentando dispersar um pouco da névoa e da banalização que cercam o termo globalização, no entanto, não intenciona prestar todas as respostas sobre o assunto em questão.

Bauman atrai os leitores a fazerem uma ponderação sobre as seqüelas da globalização – na economia, na política, nas estruturas sociais e até em nossas percepções de tempo e espaço. Através de exemplos da imobilidade dos dominados e a organização espacial como instrumento opressor, argumenta que a globalização, visando uma produtividade alta e um imediatismo cultural acaba com a aprendizagem e gera um distanciamento ainda maior entre as classes alta e baixa: “A companhia pertence às pessoas que nela investem – não aos seus empregados, fornecedores ou à localidade em que se situa”. (p. 13)1. Livres são os proprietários, pois têm o direito de decidir, enquanto os trabalhadores estão presos a toda sorte de compromissos e os fornecedores só têm benefícios enquanto a empresa estiver na localidade. Só os acionistas podem ir e vir, comprar e vender, construindo e reconstruindo uma nova hierarquia dentro da mobilidade que o capitalismo permite. Essas elites, livre dos laços geográficos, constituem uma nova camada de “proprietários ausentes”, preocupados em extrair os tributos e lucros, explorando sem assumir responsabilidades, enquanto os subordinados estão à mercê da própria sorte.

Os poderosos não precisam ser fortes, eles só necessitam estar isolados, garantidos pela segurança, inacessíveis nos mais diversos locais. A elite pode e paga por seu isolamento e os que não podem, comumente atuam de forma hostil, evidenciando através dos modos, das roupas ou confrontos, a busca de marcação e a demarcação do espaço.

A velocidade que instituiu a mobilidade produziu liberdade para alguns e confinamento para outros. O poder foi concebido de forma muito semelhante por Michel Foucault, nele, o panóptico era uma estrutura artificial, no caso uma prisão, onde os internos eram categoricamente manifestos e os agentes absolutamente invisíveis, colocando-os em condições diametralmente opostas. Esta circunstância artificial, a construção de um espaço particularizado para o controle social em larga escala não era admissível, mas era um ideal, que poderia ser perseguido depois do mapeamento inicial, nesta fase, os mapas não refletiriam as sutilezas do espaço, mas estes seriam conformados segundo os mapas. Um arquétipo de plano da cidade perfeita é um caso explorado por Baczko, a história da terra ideal de Sevarambes. É a cidade mais admirável do mundo e se caracteriza pela lei e pela ordem. Um paraíso da felicidade racional, onde não existe o caos. Nessas localidades o sentimento de grupo é revelado na utopia da eqüidade, a segurança parece ser a ausência da diferença, uma uniformidade que é progenitora da inflexibilidade e da intransigência. O próprio Bauman tenta explicar as possíveis causas da intolerância em seu livro: uma localidade homogênea impede que se desenvolva o caráter e habilidades para lidar com o diferente e com situações diferentes, e na ausência dessas habilidades se torna facílimo temer o outro, por ser ele imprevisível, “diferente e bizarro”.

Bauman expõem, então, os “heróis” e vítimas do capitalismo: turistas e vagabundos. O turista é aquele que conquistou a prerrogativa da mobilidade espacial no mundo contemporâneo,

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