O Impacto da Chegada Portuguesa ao Brasil

O impacto da chegada portuguesa ao Brasil

Introdução

É notório que a chegada dos portugueses e a consequente colonização do Brasil tiveram como principal característica a submissão e o extermínio de milhões de nativos. Em ampliação, ao tema, é muito relevante aprofundar os conhecimentos sobre os impactos iniciais sentidos pelos índios, ocupantes originários do território, e também as perspectivas dos portugueses referentes à terra encontrada. Para tal, é importante estudar a carta de Pero Vaz de Caminha, escrivão da esquadra de Pedro Alves Cabral, redigida para Dom Manuel I com noticias e impressões da terra encontrada e também do relato de nativos como o do Chefe Momboré-uaçu - Aldeia de Essauap no Maranhão em 1612, em discurso registrado pelo missionário Claude d’Abbeville.

Desenvolvimento

Sabe-se que o fidalgo Pero Vaz de Caminha exercia a função de escrivão na esquadra de Cabral e que, anteriormente, tinha sido vereador da cidade do Porto em Portugal, sendo escolhido para redigir os capítulos da câmara municipal daquela cidade em 1497. Ele foi o responsável por escrever ao rei sobre a terra ora encontrada e de maneira bem minuciosa descreveu tudo que viu naqueles 22 de abril de 1500. Nesta correspondência, Pero Vaz deixa claro que se trata de uma terra com muitas riquezas que poderiam ser exploradas pelo reino, apesar de ainda não ter visto nenhum indicio de metais preciosos, e que os habitantes que ali se encontravam poderiam ser persuadidos, catequizados e dominados com facilidade. Este documento, que é tido como a certidão de nascimento do Brasil, mostra somente a ótica dos portugueses e deixa nítido como os europeus eram extremamente etnocêntricos e que visavam o lucro e a exploração de comunidades. Entretanto, no intuito de possibilitar uma defesa mais adequada para a região e informações mais profundas sobre a terra e suas riquezas, houve uma grande aproximação, inicial, com os nativos como se fossem amigos. Inclusive, no relato de um chefe Tupinambá no século XVII, os portugueses se relacionaram livremente com as mulheres nativas e os índios não se incomodaram, pois para eles aqueles contatos permitiriam o nascimento de uma grande nação. Portanto, a carta de Caminha é um documento que serve para se ter um aprendizado de como o colonizador enxergava aquela nova terra, mas não pode ser a única fonte para saber sobre estes primeiros contatos entre os índios e os portugueses.

Além disso, devem-se estudar os relatos dos povos que viviam no Brasil antes da chegada de Cabral. Estas fontes são escassas, mas algumas existem como o relato de Momboré-uaçu, chefe tupinambá, registrado pelo missionário Claude d’Abbeville, em sua História da Missão dos Padres Capuchinhos na Ilha do Maranhão em 1614. Neste relato, fica evidente que os índios acreditavam que os colonizadores tinham um interesse nas riquezas do Brasil, mas que uma amizade existia entre eles e os portugueses até que estes últimos começam a impor sua vontade sobre os nativos, inclusive, escravizando-os. Sendo assim, uma das primeiras demonstrações hostis dos portugueses foi relativa à religião e cultura indígena, como a obrigação do batismo no catolicismo e logo em seguida a imposição de submissão dos povos nativos ao branco europeu com a escravização. Também é possível perceber no relato do chefe tupinambá que os portugueses utilizaram amplamente os índios para defenderem a possessão portuguesa do território diante de outros estrangeiros e de tribos indígenas contrarias a eles. Nesta ótica, percebe-se que os povos nativos tinham esperança de ver sua nação mais forte com o apoio dos portugueses e, tal proximidade, poderia facilitar o desenvolvimento de sua gente de forma mais segura.

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