O Processo, que Ficou Conhecido Como Revolução Industrial
Por: wago • 27/4/2020 • Resenha • 887 Palavras (4 Páginas) • 194 Visualizações
O processo, que ficou conhecido como Revolução Industrial, iniciou-se na Inglaterra por uma série de motivos:
- Progressivo enriquecimento da burguesia inglesa com as atividades mercantilistas;
- desde a Revolução Gloriosa de 1688, o governo inglês passou a ser controlado pelo Parlamento. Este era composto não só de proprietários de terra, mas também de grandes comerciantes, que defendiam seus interesses;
- a Inglaterra possuía grandes jazidas de ferro e carvão, matérias-primas indispensáveis à fabricação de máquinas e à geração de energia;
- na Idade Moderna, a lã inglesa conquistou um espaço considerável no mercado europeu. Por isso, antigas propriedades agrícolas foram transformadas em grandes pastos destinadas à criação de ovelhas ou ampla produção rural diversificada;
- disponibilidade de mão de obra. Os camponeses, expulsos de suas terras, acabaram se dirigindo às cidades, formando um grande contingente de mão de obra para as fábricas. Era a tomada das terras via "cercamentos” de áreas antes comuns aos camponeses (movimento conhecido como (enclosures).
- Tais mudanças estão integradas àquilo que alguns chamam de Revolução agrícola inglesa: a concentração da propriedade rural nas mãos de grandes senhores; alargamento das áreas de plantio e criação no campo; novos métodos de plantio e substancial aumento produtivo; melhorias na alimentação e na higiene; o aumento populacional ao longo do século XVII, gerando população jovem para o trabalho.
O processo de transformação econômica e social caracterizada pela aceleração da produção, divisão compulsiva do trabalho, e consolidação da produção capitalista.
Revolução para quem?
Não há dúvidas quanto aos benefícios resultantes da Revolução Industrial. Medicina, comunicações, alimentação, transportes: todos os setores se tornaram mais produtivos e eficientes com a industrialização. O efeito mais visível dessa transformação se nota na demografia. A população europeia, que não passava de 100 milhões no ano de 1700, quase dobrou em um século, chegando a 188 milhões em 1800. Do mesmo modo, a renda nacional inglesa também cresceu, passando de 48 milhões de libras, em 1690, para 405 milhões em 1812, aumentando quase nove vezes.
Diante das dificuldades no meio rural e atraídos pelo trabalho nas fábricas, muitos camponeses e pequenos artesãos migraram para cidades industriais, que se transformaram em verdadeiros conglomerados humanos. Em 1880, Paris somava 3 milhões de habitantes, e Londres, 4 milhões.
A organização espacial dessas cidades refletia o distanciamento cada vez maior entre os dois extremos da estrutura social: o operariado e a burguesia. Esta procurava morarem bairros arborizados e dotados de serviços públicos, como iluminação, saneamento, escolas, etc. Assim, suas residências amplas e ventiladas, ficavam bem distantes da poluição das industrias e da pobreza dos bairros operários.
Todos trabalhavam entre 14 e 18 horas diárias, em péssimas condições de higiene e segurança, recebendo pagamentos geralmente irrisórios e distintos (mulheres e crianças tinham remuneração ainda mais baixas).
Muitas vezes, os pagamentos eram tão baixos que os operários se recusavam a trabalhar. O Estado, porém, não permitia esse tipo de rebeldia: se o trabalhador fosse denunciado, ele poderia ser preso ou obrigado a retomar a seu posto. Em caso de reincidência, poderia ter a orelha cortada ou o rosto marcado.
Mas será que essas transformações geraram benefícios para os diversos grupos sociais e chegaram a todos os povos do mundo?
A resposta é não. Primeiro, porque o enriquecimento da burguesia inglesa se deu à custa da exploração de outros grupos sociais, com o surgimento de uma massa miserável de trabalhadores nas grandes cidades. Além disso, a partir da segunda metade do século XVHI, cresceram também as desigualdades entre os países que produziam as matérias-primas e os que as compravam. Finalmente, a industrialização acabou provocando graves problemas ambientais, cujos efeitos são sentidos até hoje.
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