Os condenados da terra
Por: kaah0107 • 22/5/2015 • Resenha • 1.454 Palavras (6 Páginas) • 519 Visualizações
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE ALAGOAS - UNEAL[pic 3]
CAMPUS III – PALMEIRA DOS ÍNDIOS
CURSO DE HISTÓRIA
KAREN RUANA MÓTA MARQUES
RESENHA CRITICA DECENTE
2014
KAREN RUANA MÓTA MARQUES
RESENHA CRITICA DECENTE
Resenha critica apresentada ao curso de História da Universidade Estadual de Alagoas – UNEAL, Campus III, como requisito avaliativo na disciplina História da Africa sob a orientação do prof.º Jose Marcelo.
2014
FANON, FRANTZ. Os condenados da terra. V.2.Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1968.
Esta resenha critica explorara as ideias do autor Frantz Fanon sobre o colonialismo, focando-se na esfera psicológica da dominação colonial. Fanon nasceu em 1925, na ilha da Martinica, colônia francesa desde o século XVII. Era uma ilha povoada majoritariamente por descendentes de africanos escravizados. Sua profissão é psiquiatra, trabalhou na Argélia, onde se tornou importante ativista na luta de libertação argelina.
O livro denominado os condenados da terra, traz uma critica real da dominação colonial que existe até os dia atuais , onde o autor destaca vários processos onde mostram a opressão do povo, desde séculos passados até o atual. A violência colonial trouxe uma prisão para as minorias, onde poucos lutas e apenas alguns permanecem até o fim. O autor acrescenta que para alguns infelizes rigorosamente selecionados, essa outra possessão da cultura ocidental onde o inimigo trai seus irmãos e se faz cúmplice; seus irmãos fazem outro tanto. O indigenato, por exemplo, segundo o autor é uma neurose introduzida e mantida pelo colono entre os colonizadores com o consentimento deles.
Reclamar é renegar, a um só tempo, a condição humana: a contradição é explosiva. Efetivamente explode, bem o sabemos. E vivemos no tempo da deflagração: quer o aumento da natalidade amplie a miséria, quer os recém chegados devam recear viver um pouco mais que morrer, a torrente da violência derruba todas as barreiras. Na Argélia e na Angola os europeus são massacrados onde aparecem. É o momento do bumerangue, o terceiro tempo da violência ela se volta contra nós, atinge-nos e, como das outras vezes, não compreendemos que é a nossa. Os "liberais" ficam aparvalhados; reconhecem que não fomos bastante polidos com os indígenas, quê teria sido mais justo e mais prudente conceder-lhes certos direitos na medida do possível; eles pretendiam apenas ser admitidos em massa e sem padrinhos nesse clube fechadíssimo que é a nossa espécie; e eis que esse desencadeamento bárbaro e louco não os poupa assim como não poupa os maus colonos.
O autor destaca que no plano da tática política e da História, a libertação das .colônias propõe à época contemporânea um problema teórico de capital importância que ele interroga perguntando: quando se pode dizer que a situação está madura para um movimento de libertação nacional? Qual deve ser a sua vanguarda? Uma vez que as descolonizações revestiram múltiplas formas, a razão hesita e se refreia de dizer o que é uma verdadeira descolonização e o que é uma falsa descolonização.
Nos primórdios da colonização, uma colônia podia ocupar territórios imensos: o Congo, a Nigéria, a Costa do Marfim etc.',. Mas hoje em dia a luta nacional do colonizado se insere numa situação inteiramente nova. O capitalismo, em seu período de: desenvolvimento, via nas colônias uma fonte de matérias-primas que, manufaturadas, podiam espalhar-se no mercado europeu.
Por isso é que é exigido dos partidos políticos nacionalistas razoáveis, que exponham da maneira mais clara possíveis suas reivindicações e procurem juntamente com o parceiro colonialista, tranquila e desapaixonadamente, uma solução que respeite os interesses das duas partes.
Durante a fase .colonial as formações sindicais nacionalistas constituem uma força espetacular. Nas cidades, os sindicatos podem imobilizar ou, pelo menos, travar a qualquer momento a economia colonialista. Como a população européia está, com frequência, localizada nas cidades, as repercussões psicológicas das manifestações sobre essa população são consideráveis: falta de eletricidade, de gás, não há coleta de lixo, as mercadorias apodrecem nos portos.
A casta burguesa dos países que acabam de obter a independência não tem ainda nem o cinismo nem a serenidade fundadas sobre o poder, das velhas burguesias. Daí a preocupação que nela se nota de esconder suas convicções profundas, de ludibriar, de mostrar-se popular. A politização das massas não é a mobilização três ou quatro vezes por ano de dezenas ou centenas de milhares de homens e mulheres.
Após tais criticas arguidas em questões fundamentais e existenciais o autor diz que não é suficiente portanto mergulhar no passado do povo para encontrar elementos de coesão em face dos empreendimentos falsificadores e negativos do colonielismo. É necessário trabalhar, lutar no mesmo ritmo do povo a fim de determinar o futuro, preparar o terrena onde já existam impulsos vigorosos. A cultura nacional não é o folclore onde um populismo abstrato julgou descobrir a verdade do povo. Não é a massa sedimentada de gestos puros, isto é, cada vez menos vinculados à realidade presente do povo. A cultura nacional é o conjunto dos esforços feitos por um povo no plano do pensamento para descrever, justificar e cantar a ação através da qual o povo se constituiu e se manteve.
Nos países subdesenvolvidos, a cultura nacional deve portanto situar-se no centro mesmo da luta de libertação empreendida por esses países. Os homens de cultura africanos que se batem ainda em nome da cultura negro africana, que multiplicaram os congressos em consideração à unidade dessa cultura, devem hoje perceber que sua atividade se reduz a confrontar fragmentos ou comparar sarcófagos.
Após tal dialogo que segundo o autor esta voltado para uma suposta doutrina revolucionária repousa de fato sobre o caráter retrógrado, passional e espontaneísta dos campos e assim traz uma concepção de insegurança e desconfiança em todos os lados.
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