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Povos indígenas e a condição colonial: Um debate sobre as formas de ação autóctone

Por:   •  11/6/2018  •  Resenha  •  1.227 Palavras (5 Páginas)  •  289 Visualizações

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Povos indígenas e a condição colonial: um debate sobre as formas de ação autóctone

Docente: Rodrigo Barbosa Ribeiro

Lucca Silva Lima

RA: 113.171 - Vespertino

Texto analisado: FORTES, Meyer; EVANS-PRITCHARD, E.E. Sistemas políticos africanos. In: LlOBERA, José R (1979). Antropología política. Barcelona: Anagrama, pp. 85-105.

O presente texto, tem por objetivo discorrer um pouco sobre a visão posta no capítulo do livro “Antropología Política”, escrito por Edward Evan Evans-Pritchard e que faz parte de um compilado de textos organizado por J. R. Llobera.

Logo no início da publicação, Pritchard revela certa confiança em cima de seus estudos e as conclusões postas no texto. Afirma ter obtido êxito na pesquisa a seguir na leitura do documento. Ele aponta de cara que as sociedades africanas, possuem em sua vastidão territorial grandes variedades de tipos e sistemas políticos; o que nos leva a crer também, que a partir dessa pluralidade, há várias castas administrativas. Contudo, nos estudos da ciências sociais e antropologia, os que trabalham dentro desse âmbito estão geralmente mais interessados num viés mais antropológico que na logística destas sociedades; mas que não quer dizer que “la antropología no esté interesada en asuntos prácticos.[1]”, e vai além: a problemática abordada só fará sentido se os sistemas políticos, aos quais considera principal, sejam compreendidos.

O livro, compõe uma série de ensaios acerca do estudo do tema, e segundo o autor, cada ensaio segue um critério para a diferenciação de um sistema para outro e assim sucessivamente. A impressão que aqui se estabelece, é no diálogo que Pritchard se dispõe a desenvolver: ainda que tais sociedades apresentem semelhanças entre si, não são necessariamente iguais e/ou integram uma mesma categoria. Esses sistemas políticos apresentam diferenças sumariamente importantes entre si; ou seja, ainda que as estruturas apresentem aspectos recorrentes, a questão cultural pode trilhar por outros caminhos dependendo da maneira que se manifesta. Infelizmente, os argumentos digeridos nas ciências tende a minimizar o assunto, levar os “procesos sociales queden despojados de su idioma cultural y reducidos a sus términos funcionales.[2]”. Para tanto, é possível notar que não há descrença no que se diz às verossimilhanças culturais, no entanto a problemática da sociologia consiste em enxergar as conexões dessa natureza e evitar as a confusão dos elementos que a compõe.

Evans-Pritchard, traz a pesquisa ainda para outro campo de estudo que não a ciência política: a filosofia política. Seguindo essa lógica, é notável que surja estudos que discutem as sociedades africanas e mesmo outros assuntos, de maneira distinta à sua. Para o autor, a filosofía política se ocupa fundamentalmente na natureza humana (a buscar aspectos historiográficos, uma natureza que abarca padrões ditos civilizados), ou seja, como deveriam agir os homens, costumes, política e táticas de governo - a instituição. Ainda para o autor, dentro da antropologia há pouco estudo (quase inexistente) no que diz respeito aos sistemas políticos primitivos em comparação às demais instituições.[3] E o erro que continua se prolongando na área científica é de que grande parte dos antropólogos - aqui o autor se coloca - tendem a querer falar uns pelos outros.

Sobre a divisão:

Em sua diligência, Pritchard tende a destacar ainda que os sistemas políticos africanos apresentam em si como característica, uma tipologia de sistemas políticos que se constitui da seguinte maneira: I. Parentesco; II. Linhagem; III. Estado; e que mesmo nessa disposição, não há necessariamente uma hierarquia entre um e outro.

Ao longo do texto, precisamente no tópico IV. “Los dos tipos de sistemas políticos estudiados”, vemos a caracterização das sociedades tratadas pelo autor: ele divide em duas categorias de grupo: <<Grupo A>> e <<Grupo B>>, onde o primeiro constitui sociedades que em tese possuem autoridade centralizada, ou seja, Estado, ao passo que o segundo grupo de sociedades que careceriam de autoridade, sem Estado. O ponto a se desenrolar aqui, seria observar o que Pritchard delimita como sendo “primitivo”, e a impressão que causa a entrar em uma certa generalização dos sistemas políticos e que tensiona a anular a individualidade de cada sociedade. O que se entende aqui por primitivo, numa vertente weberiana do debate, são as sociedades que possuem Estado, que em contraponto nos faz perguntar o porquê de as que não possuem tal instituição não serem também consideradas primitivas. Na noção dos estudos históricos europeus, tais sociedades seriam colocadas em escalas de desenvolvimento, mas dado o momento em que o autor coloca o conceito de primitividade, surge a sensação de que os que não possuem Estado são menos que “sociedade”, grosso modo, como se caracterizaria

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