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RESENHA: O Mundo se despedaça

Por:   •  12/11/2017  •  Resenha  •  1.246 Palavras (5 Páginas)  •  471 Visualizações

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RESENHA: O Mundo se despedaça.

A obra “O mundo se despedaça” é um romance escrito pelo nigeriano Chinua Achebe no ano de 1958, a trama central gira em torno de Okonkwo, um homem que passa por grandes adversidades, como problemas familiares, ser exilado de sua terra e conseguir retorná-la, mas sem conseguir desvincular-se dos problemas que sua tribo passou a ter com os homens brancos, o que o leva a suicidar-se. A história divide-se em três momentos: a história de vida do protagonista; sua vida no exílio; e seu regresso. Ao longo da obra Achebe nos apresenta um panorama bastante detalhado da vida cotidiana dos clãs, o contato com o europeu e as mudanças que este contato acarretou para a cultura ibo — a cultura onde Okonkwo estava inserido.

O povo ibo, de acordo com Costa e Silva, se localiza na atual Nigéria, mais especificamente, no sudoeste deste país. Sobre essa sociedade, ela era dividida em clãs e por laços familiares e o poder político estava nas mãos de homens com títulos.

Falemos um pouco agora sobre a primeira parte da obra: um pouco da história de Okonkwo. O rapaz ficou conhecido ao vencer uma luta aos dezoito anos contra um importante lutador, Amalinze, também conhecido como O Gato, devido suas costas nunca terem ido ao chão. Fisicamente Okonkwo era alto, possuía uma expressão de poucos amigos e um nariz largo, também era impaciente e gago— fato que não o tornava menos temido.

A questão da família também se destaca na obra. O protagonista possuía problemas com o pai, chamado Unoka, na verdade, sua verdadeira paixão era odiar e repudiar seu progenitor, pois este era inconsequente, preguiçoso e devia grande quantidade de dinheiro para várias pessoas. Okonkwo também possuía problemas com seu filho Nwoye, de doze anos, uma vez que este era preguiçoso.

Diferentemente de seu pai, que morrera sem deixar bens para seus filhos, Okonkwo sempre busco trabalhar e adquirir alguma propriedade, tendo conseguido dois celeiros cheios de inhame, três esposas, oito filhos, dois títulos e grande consideração de parte do povo. Como podemos perceber, o protagonista tinha papel de destaque dentro de seus círculos, no entanto, sua vida mudaria completamente quando, durante um rito de enterro sua arma disparou e matou um irmão de clã, fato considerado uma afronta à deusa da terra. Como punição o homem teve de se retirar de sua terra, Umuófia, e regressou, junto com sua família, para a terra de sua falecida mãe, Mbanta. Seu exílio duraria por sete anos.

Seu tio, Uchendu, o recebeu e foi responsável por realizar rituais de purificação no exilado e em sua família. Nesse novo local recebeu um lote de terra e inhames para recomeçar sua vida, contudo Okonkwo não se sentia jovem para “recomeçar”, tudo o que havia conquistado e o que ainda desejava, como se tornar chefe de um dos clãs, já estavam em um local inalcançável.

Certo dia Okonkwo recebe a visita de um amigo que lhe traz notícias ruins sobre os europeus — a presença branca já não era novidade, uma vez que vários missionários circulavam pela região e edificado igrejas. — Os seguidores da religião dos brancos eram conhecidos como efulefu. Quando o homem branco chegou na aldeia Mbanta, logo foi declarando a existência de um único deus — o cristão —, pregando sobre a danação no inferno e os falsos deuses que os africanos cultuavam.

A presença branca se fixou no local com a construção de um igreja, pois o clã havia cedido um pedaço de terra para os missionários em um local chamado de “Floresta Maldita”, conhecido como uma terra mal amaldiçoada. Vale destacar que o clã não se importava com a expansão da Igreja Católica, pois, para eles, aqueles que habitavam a Floresta Maldita logo encontrariam a morte, o que eliminaria pessoas da aldeia. Com o passar do tempo, os europeus não se limitavam à Igreja e estabeleceram um governo próprio e, inclusive, um tribunal, atos que geraram diversos conflitos com o clã.

Um dos que se interessaram pelo o que o europeu estava dizendo fo Nowye, o filho de Okonkwo, pois, segundo essa doutrina, irmãos gêmeos não precisavam morrer ou como seu amigo Ikemefuna, assassinado como bode expiatório. Quando seu pai descobriu de seu envolvimento com os missionários castigou o garoto com agressões físicas, fazendo-o fugir de casa.

Sete anos se passaram e o protagonista preparava-se para regressar a Umófia. Ele tinha noção de que sua situação não seria tão grandiosa quanto outrora, porém estava decidido a ser notado pelo grupo e ajudar no combate à nova religião.

Ao retornar percebeu que a força do cristianismo estava apagando a cultura e os costumes de Umófia e indagava-se como tal situação poderia estar ocorrendo quando havia apenas dois homens brancos no local, mas vários adeptos, até mesmo homens com títulos. Os europeus haviam instalado um tribunal próprio na região, com guardas e estavam tomando conta do local através da cristianização.

Uma das passagens que se destaca é o momento em que um amigo de Okonkwo declara que eles estão impotentes perante à nova religião, pois seus próprios irmãos se voltaram contra seus valores e ensinamentos, se voltaram contra seu povo. Como podemos perceber na seguinte passagem em que fica claro o porquê do título da obra:

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