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Relatório do Livro Didático Adotado para o 6°Ano de Escolaridade Pela Prefeitura Municipal de Nova Iguaçu

Por:   •  20/5/2016  •  Resenha  •  6.665 Palavras (27 Páginas)  •  396 Visualizações

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       UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

POR

DANIELE DA SILVA TEIXEIRA

Fichamento apresentado ao professor: Rafael Alonso.                                  

Curso de Licenciatura em História

Disciplina: Estudos da História VI.


Instituto Multidisciplinar- UFRRJ

1º Semestre de 2016

FICHAMENTO DO TEXTO: CINEMA E HISTÓRIA: ENTRE EXPRESSÕES E REPRESENTAÇÕES.  AUTOR JOSÉ D´ASSUNÇÃO BARROS

           O Cinema foi considerado por muitos como a “Arte do século XX”. Forma de expressão artística para a qual concorrem diversas outras artes – como a Música, o Teatro, a Literatura, a Fotografia e as demais Artes Visuais – o Cinema constituiu a partir de si mesmo uma linguagem própria e uma indústria também específica, e ao par disto não cessou de interferir na história contemporânea ao mesmo tempo em que seu discurso e suas práticas foram se transformando com esta própria história contemporânea. 

       Neste sentido, o Cinema – incluindo todo o imenso conjunto das obras cinematográficas que já foram produzidas e também as práticas e discursos que sobre elas se estabelecem – pode ser considerado nos dias de hoje uma fonte primordial e inesgotável para o trabalho historiográfico. (página. 55)

        Para além do fato mais evidente de que o Cinema – enquanto ‘forma de expressão cultural’ especificamente contemporânea – fornece fontes extraordinariamente significativas para os estudos históricos sobre a própria época em que foi e está sendo produzido, uma outra relação fulcral entre História e Cinema pode aparecer através da dimensão deste último como ‘representação’.(página .56) 

       Ao lado dos ‘filmes históricos’ e dos ‘filmes de ambientação histórica’, uma terceira e importante modalidade ainda a ser discutida neste tipo de relação entre o Cinema e a representação histórica é a dos ‘documentários históricos’ – que podem ser definidos mais especificamente como trabalhos de representação historiográfica através de filmes, diferenciando-se dos atrás mencionados filmes históricos seja pelo rigor documental em que se apoiam, seja pelo fato de que neles o fator estético é deslocado para segundo plano e não é quem conduz os rumos da narrativa ou da construção fílmica. (p.57)

       Assim, o fio condutor do ‘documentário historiográfico’ é essencialmente a análise de eventos e processos históricos, e não a mera narração destes processos mediada pelo mesmo tipo de estetização que aparece nos filmes ficcionais.

 

       Em síntese – sobre o ‘filme histórico’, o ‘filme de ambientação histórica’, e o ‘documentário histórico’, entre outros tipos similares que poderiam também ser mencionados – pode-se dizer que estas três modalidades fílmicas relacionadas à História (considerada aqui como objeto de conhecimento) correspondem respectivamente, na Literatura, ao ‘romance histórico’ propriamente dito, à obra de ficção com ambientação histórica, e às próprias representações historiográficas produzidas pelos historiadores profissionais ou diletantes. (página. 58)

    Sobre todos estes tipos de ‘filmes de História’ (no sentido amplo), é importante ressaltar ainda que eles possuem uma dupla natureza, uma espécie de duplo vínculo em relação à História.

      As possibilidades acima apresentadas de relacionar Cinema e representação histórica levam a pensar também em uma terceira relação importante que, agora, aparece através da mediação dos saberes pedagógicos e educativos (página.59)

      O Cinema, assim, apresenta-se como tecnologia adicional para a História Oral – acrescentando uma nova dimensão à coleta de depoimentos – mas também para outras inúmeras modalidades historiográficas como a História da Cultura Material ou a História do Cotidiano (basta pensar na filmagem de estruturas urbanas para posterior análise pelo historiador da cultura material, ou na filmagem de situações da vida cotidiana para interpretação posterior pelo historiador do cotidiano). (página.60) 

          Uma última relação possível entre Cinema e História – para além de suas dimensões como ‘expressão’, ‘representação’ e ‘tecnologia’ – vincula-se ao fato de que o Cinema também pode corresponder a uma ‘ação’ que interfere na História (não mais a História no sentido de campo do saber, mas a própria História realizada pelos homens na sua vida social). (página. 61) 

       O Cinema apresenta-se como ‘agente da história’ seja através da Indústria Cultural, seja através das ações estatais e dos diversos usos políticos, seja através da difusão de diversificadas ideologias, ou seja através da resistência a estas mesmas forças. Isto sem contar que – através de uma obra fílmica mais específica – diversos agentes estão frequentemente atuando de modo bastante significativo na História. Aqui, portanto, o Cinema assume – para muito além de sua dimensão como meio e como objeto de estudo – a função de sujeito da História. (página.62)

 O Cinema como ‘agente histórico’

      Acompanhando as dimensões norteadoras atrás citadas, será possível adentrar em seguida a complexa relação entre História e Cinema a partir de alguns ângulos que convém precisar.

      Em primeiro lugar, consideraremos a ideia de que acima de tudo o Cinema pode ser visto ele mesmo como agente histórico. O Cinema mostra-se um ‘agente histórico’ importante no sentido de que interfere direta ou indiretamente na História. Ou, mais propriamente, poderíamos acrescentar que o Cinema tem se mostrado um instrumento particularmente importante ou um veículo significativo para a ação dos vários agentes históricos, para a interferência destes agentes na própria História.

      Essa relação entre Poder e Cinema é múltipla e igualmente complexa. Desde cedo, as diversas agências associadas aos poderes instituídos compreenderam a importância do Cinema como veículo de comunicação, de difusão e imposição de ideias e ideologias. (página .63)

      O Cinema – e a sua realização última que é o Filme – é sempre construção polifônica, para utilizar uma metáfora emprestada à Música. Nele cantam inevitavelmente todas as vozes sociais, não apenas as que invadem a cena através de seus discursos como também as que nela penetram através da imagem. (página.64)

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