Renovação da História da América
Por: jninha • 14/6/2015 • Resenha • 894 Palavras (4 Páginas) • 1.888 Visualizações
Universidade Veiga de Almeida - Faculdade de História – manhã
Disciplina: História das Américas I – Profª.: Verônica Pires
Aluna: Janete da Silva Santos
Resenha do texto Renovação da História da América.
In livro História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas Leandro Karnal (org.) – 5.ed., 1ª reimpressão- São Paulo: Contexto, 2008.
O livro é uma junção de textos de vários professores de História, que tem como intuito mostrar métodos de abordagens dos temas históricos, a partir de suas experiências em sala de aula, tendo como objetivo final criar estudantes que pensem.
Na introdução o autor apresenta a proposta do livro através de uma sequência de artigos, organizada para debater e oferecer métodos em que o ofício de ensinar História não se torne obsoleto e para que o profissional não perca o sentido do que fazer. O livro é dividido em duas partes, a primeira aborda as transformações que o ensino de História passou ao longo dos anos, abrindo uma visão no campo teórico, principalmente, de como a disciplina deve ser ensinada, qual a importância dos temas abordados, os pós e os contras, entre outras questões. Na segunda parte apresenta visões inovadoras para o ensino de temas essenciais no currículo do Ensino Fundamental e Médio, com a preocupação de mostrar, nos materiais, amplo conhecimento, para pensarmos em nosso próprio desenvolvimento.
O texto no qual irei fazer um breve resumo está inserido na segunda parte do livro e tem como tema: “ Renovação da História da América” de Luiz Estevam Fernandes e Marcus Vinícius de Morais.
Neste texto os autores realizam o estudo de alguns livros didáticos sobre a História americana tendo como critério de escolha os de vendagem mais expressiva, tendo como objetivo mostrar quais imagens da história do continente latino-americano, em especial dos países de língua hispânica, que estão sendo construídas nos livros didáticos de ensino médio, são eles: História Geral, de Cláudio Vicentino (1997); História e Consciência do Mundo, de Gilberto Cotrim (1994); História – Estruturas e processos, uma leitura da História Ocidental para o Ensino Médio, de Luiz Koshiba (2000); História da Civilização Ocidental – Integrada, de Flávio de Campos e Renan Garcia Miranda (2000); e Toda a História – História Geral e do Brasil, de José Jobson de A. Arruda e Nelson Pilleti (2001) (pg. 144).
Vemos que a História Americana forja uma verdade para si, uma marca em que os europeus são designados como os colonizadores, os vencedores, superiores, conquistadores e, os americanos como os vencidos, apático, conquistados, inferiores. É uma história pouco valorizada, uma visão eurocêntrica dos fatos. Um dos fatores que podem ajudar a entender esta perspectiva diz respeito ao material bibliográfico, ”sobre a América Hispânica há pouco material traduzido para o português [...], como resultado, os manuais escolares foram feitos sob a égide de livros de divulgação ou Best-sellers panfletários” (pg. 145), primeiramente. Num segundo momento fala-se do indígena, mostrando-o como vítima, que remonta aos textos de La Casas.
Como isso é abordado? Os autores destacam alguns historiadores e descrevem os seus pensamentos, separando-os em tradições científicas, lascasiana e dos vencedores e vencidos. Um exemplo da tradição dos vencedores e vencidos citada no texto é a apresentada por Leopold Von Ranke (séc. XIX), que escreveu “As colinas americanas”, texto cercado de fontes oficiais e de um método empirista, imerso em um mundo nacionalista e expansionista, aonde o cultura dominante era a espanhola e o índio passou a ser apenas um ser passível. Outro autor dessa visão foi Willian Prescott, que em sua obra “The conquest of Mexico” mostra que a diferença e a superioridade conviviam lado a lado. Os autores questionam como esses historiadores influenciaram os livros didáticos e verificam que essa visão apareceu com roupagem nova em 1950 no livro do etnólogo Jacques Sousstelle “ A vida cotidiana dos astecas na véspera da conquista espanhola” descreve a colonização do México onde entende que a invasão espanhola foi uma tragédia, na qual algo civilizado, muito próximo da cultura europeia, fora destruído (pg. 149).
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