Resenha Mundo Comtemporâneo
Por: Vanterto • 3/12/2019 • Artigo • 624 Palavras (3 Páginas) • 269 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
RESENHA COMPARATIVA
NOME: Vanessa Terto da Silva
DRE: 119185559
A discussão que permeia os dois artigos analisados são as características do Totalitarismo e seu conceito. Também é posto em ênfase sua dificuldade em definir distintos regimes autoritários. Losurdo investiga os autores que motivados pelo contexto da Guerra Fria utilizaram o uso da expressão Totalitarismo, já Travesso permeia sua observação pelos problemas de inconsistências deste conceito.
Os autores compartilham o raciocínio de que o Totalitarismo havia sido influenciado pela atmosfera anticomunista.
Traverso nos traz a ideia de que o retorno do conceito Totalitarismo está ligado a consciência histórica do ocidente associada a duas questões, o genocídio dos judeus e o termino do comunismo como evento histórico diretamente ligada ao fim da União Soviética. Para Traverso Totalitarismo era o avesso de liberdade. Ainda para o autor, existe a possibilidade de divisão em duas partes do conceito de Totalitarismo. A primeira seria do período que abarca a década de 1920 até a Segunda Guerra Mundial (caracterizada pelo Fascismo, Nazismo e a União Soviética) e a segunda da Guerra Fria em 1947 até a derrocada da URSS.
Traverso nos elucida que em se tratando dos governos de Hitler e Stalin (Alemanha e URSS), não devem ser considerados como iguais mesmo que existam semelhanças pelo fato de serem regimes autoritários e nos mostra distinções da forma de utilização da violência em ambos os regimes. Segundo o autor: “As vítimas do stalinismo foram a consequência. Era o tempo dos procedimentos “bárbaros” e coercitivos – muitas vezes formas de “extermínio através do trabalho” – que haviam sido adotados para modernizar (construir o socialismo dos quarteis) e introduzir a civilização industrial de um pais atrasado. Na Alemanha nazista, por outro lado, os métodos mais avançados de ciência, tecnologia e indústria foram usados para destruir vidas humanas. A dialética do processo é clara: por um lado, é morta para desenvolver a civilização (em um sentido puramente matéria); por outro, a civilização é usada para matar” (TRAVERSO, p. 106).
Já Losurdo, examina a obra de Hannah Arendt - A Origem do Totalitarismo (9ing. The Origins of Totalitarianism), nos trazendo à tona o ambiente anticomunista nos Estados Unidos e construindo a relação entre a União Soviética e a Alemanha de Hitler.
Segundo Losurdo, “se concentramos a atenção sobre a ditadura do partido único nos dois países geralmente postos em confronto, por que remeter à afinidade de suas ideologias antes que a semelhança das situações políticas (e estado de exceção permanente) ou ao contexto geopolítico (a particular vulnerabilidade) que os dois países tinham de enfrentar? Parece-me evidente, em vez disso, que como fundamento do fenômeno totalitário, juntamente com as ideologias e as tradições políticas, age poderosamente a situação objetiva” (LOSURDO, 2006, p.76). O autor corrobora com esta passagem que existia uma falha essencial da categoria do Totalitarismo, de alterar uma descrição empírica, referente a algumas categorias determinadas em uma dedução logica de caráter geral.
Essencialmente os autores nos apresentam ao problema da categoria totalitarismo, e eles tem três perspectivas que são: a incoerência do procedimento metodológico que baseia-se em fazer comparações formais entre traços retirados arbitrariamente do fenômeno; a ausência de uma perspectiva ideológica, o liberalismo, que não apenas influencia e estimula as teorias sobre o totalitarismo, como auxilia também, no íntimo desta categoria, de munições contra ideologias contraditórias, especificamente o comunismo; e a importância em explicitar o acontecimento totalitário partindo de circunstancias sócio históricas concretas de sua gênese, expondo assim a decadência da expressão Totalitarismo.
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