Trabalho historia da ciencia
Por: mylenealves • 12/4/2019 • Resenha • 1.707 Palavras (7 Páginas) • 229 Visualizações
Até a segunda metade do século XX pouco se sabia sobre a ciência do Oriente (principalmente da China) até a sua integração com o Ocidente no século XVII. Neste período houve a evangelização do Oriente, feita por missionários jesuítas. Estes missionários não tinham apenas a missão de passar a palavra de sua religião, entre eles haviam linguistas, matemáticos e especialistas em vários campos da ciência. Foi a partir deste momento que foi aprendido mais sobre a religião e cultura desses povos não-cristãos. Com isso a Europa passou a reconhecer que apesar desses povos não possuírem uma “religião real”, eles possuíam homens exemplares e virtuosos (bom selvagem).
O reconhecimento desses povos com “religião natural” foi denominada de deísmo, onde acreditava-se que era “uma doutrina que tanto pode acreditar na existência de um Deus criador quanto na imortalidade da alma ou na universalidade da moral” diferente do teísmo “que afirma a existência de um Deus único, onipotente e onisciente, criador do universo tal como na tradição judaico-cristã”.
Com a integração ao povo Ocidental, a ciência da China e a da Índia começaram a integrar-se ao cenário científico internacional.
A ciência chinesa
A China fico isolada devido à dificuldade de realizar comércio marítimo (a maior parte do país está voltada para o leste). As comunicações por terra com o Ocidente eram dificultadas pela distância. Outra dificuldade encontrada era a língua, muitos ocidentais que conheciam os dialetos não tinham o domínio nas áreas científicas, e não fizeram registros significativos desses conhecimentos. Entretanto, na interpretação de textos chineses primitivos tem sido facilitada, devido a escrita chinesa ser a mesma desde a antiguidade até hoje.
No começo da era cristã, a China sofreu modificações, devido ao grande número de invasões que acabaram em aculturações. A dinastia T’ang durou 294 anos (614 a 907). Foi um período de progressos para as artes, principalmente para a literatura. Na época os funcionários eram recrutados através de exames de conhecimento, onde haviam problemas de cálculos, onde o abaco era instrumento indispensável. Com o desenvolvimento do conhecimento cientifico, houve uma reação contra o idealismo religioso.
No século VII, os chineses já trabalhavam com o valor de π (pi) corretamente com sete casas decimais. Li Ie (1178-1265) notável matemático chinês realizou progressos na álgebra, dispondo de sistemas para notações de equação com quatro incógnitas. Em 1299, Tchu Che-Kie, publicou a Introdução à Ciência do Cálculo, que foi fonte da álgebra japonesa.
Foi desenvolvida também na China, através de técnicas de adivinhação e geomancia, a bússola, que consistia numa colher que era girada e quando parava, observava-se para onde sua direção apontava.
A esfera armilar foi desenvolvida pelo povo chinês, com o propósito de ajudar a astronomia. Com esse equipamento, era possível acompanhar o movimento diurno de diferentes estrelas e medir suas posições. Su Song descreveu em 1092 um grande relógio astronômico, com o movimento giratório de um globo celeste e de uma esfera armilar. Tchu Hi, explicou o universo através do K’i (sopro, energia, matéria) e Li (estrutura, ordem, disposição).
Os chineses acreditavam que a matéria era constituída em cinco elementos: metal, madeira, terra, água e fogo. O número cinco era muito importante para os chineses, pois quase tudo que existe era classificado em cinco categorias.
Os alquimistas chineses tinham o desejo de fabricar ouro, pois acreditavam que, comendo-o, conquistariam a vida eterna e tornariam seres imortais com poderes sobrenaturais. Essas superstições foram abandonadas por volta do século IV. Neste mesmo século, começaram a desenvolver a alquimia esotérica, que trabalhava com as almas das substancias e a alquimia exotérica, trabalhava com substancias concretas. Em 808, foi descoberto um dicionário de alquimia, com 335 verbetes, elaborado por Mei Piao.
Alquimistas projetavam alguns aparelhos para fazer os seus experimentos, como fornos, fornalhas, vasos para fazer reações e para isolar a temperatura dos mesmos, fazer banhos de água, entre outros. Fizeram o uso de balanças similares as romanas e tubulações feitas de bambu. Utilizavam técnicas de congelamento para produzir álcool concentrado. Também usavam preparados de compostos metálicos, como sulfeto de arsênio, para fins medicinais.
Na área agrícola, desenvolveram-se nas áreas de agronomia e botânica, e obtiveram grandes desenvolvimentos no controle de insetos e plantas daninhas, e no processo de armazenagem de safras e de manufatura de produtos.
Na área da medicina, foi desenvolvido as técnicas de acupuntura e sofreu também influencia hinduísta. Escreveram o Tratado geral das causas e dos sintomas das moléstias, publicado em 610, enumerando o total de 1710 moléstias classificadas em 67 divisões.
Apesar desses diversos avanços na China, não houve uma revolução científica e nem avanços na filosofia. Suas realizações eram baseadas nas necessidades encontradas no dia a dia. Não teve uma investida em acabar com a ortodoxia, marcada por um Estado burocrático influenciado por posturas impostas por Confúcio.
Ciência Hindu
A Índia desenvolveu-se com pouca influência externa. Há alguns traços de influencias vindas da China, e também da filosofia Grega. Os hindus começaram a ter contato com o Ocidente a partir do século das grandes navegações, quando os portugueses estabeleceram pontos comerciais e polos de evangelização por missionários jesuítas.
A Índia era muito preocupada com o desenvolvimento espiritual, logo as conquistas científicas não estavam em sua prioridade. Entretanto, houve grandes progressos na área de exatas, principalmente com o cálculo, no qual utilizavam varetas de contagem e trabalhavam com números grandes (1012) para investigações astronômicas. Ariabata I calculou o valor de π até a quarta casa decimal, e sugeriu a geometria esférica, que já havia sido proposta pelos gregos. A resolução das equações geométricas do segundo grau foi desenvolvida por Bascara (ou Bhascar), um importante astrônomo da época.
Na área da química, progrediram no ramo da cerâmica e a metalurgia. As teorias budistas, estimularam as pesquisas da teoria atômica, que teve influência dos gregos (quatro elementos associados a uma quintessência). A medicina hindu estava preocupada com a higiene, por esse motivo ajudou nos avanços no processo de cura de várias enfermidades. Os hindus estudavam bastante sobre a utilização de plantas (raiz, caules, brotos, folhas, frutos e sementes) para uso medicinal.
Os árabes
Há uma dificuldade em explicar os progressos das contribuições da cientificas dos árabes, devido a formação judaico-cristã do ocidente vemos os mouros como bárbaros do que como responsáveis por significativos avanços na ciência. Existe uma visão dos árabes como plagiadores e não como inventores ou descobridores.
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