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Uma análise histórica das guerras civis

Por:   •  28/8/2019  •  Relatório de pesquisa  •  3.927 Palavras (16 Páginas)  •  189 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂDIA

WILTON IRACI DE ALMEIDA

QUEIMADOS PELO NAPALM

Uma análise histórica das guerras civis

UBERLÂNDIA – MINAS GERAIS

2019

Queimados pelo Napalm

Uma análise histórica das guerras civis

WILTON IRACI DE ALMEIDA¹

Resumo: Abordaremos neste artigo o domínio do império norte-americano sobre o mundo, partindo do pressuposto que este país impõe seu poder de forma imperialista. Além disso, faremos uma análise da ética na cobertura foto jornalística de guerras e violências, exemplificada pela “Menina de Napalm”, foto que ficou mundialmente conhecida, na ocasião da guerra do Vietnã. Por fim, é preciso que façamos também um breve histórico de como tudo ocorreu, e porque existem as guerras civis.

Abstract: We will discuss in this article is in the domain of the empire to the north and the united states on the world, and is based on the idea that this country is imposing its power in an imperial. In addition, an analysis of ethics in the coverage of photo-journalism of war, and acts of violence, as exemplified by “the Girl of Nepalm”, the picture that he was well-known at the time of the Vietnam war. In the end, it is necessary that we also have a brief history of how it all happened, and because of the civil war.

  1. Crítica Externa: A menina de Napalm – Caso verídico

        Seja nos livros de História ou nos jornais, com certeza você já viu essa imagem e talvez saiba que ela representa um período sombrio da história da humanidade, por diversas razões: a Guerra do Vietnã. A menina que foge desesperadamente em direção ao fotógrafo é Kim Phuc, na época com apenas 9 anos de idade.

Ela corria de um ataque aéreo de napalm, substância altamente inflamável chamada de fogo líquido, produzida à base de gasolina gelificada. Seu corpo estava coberto pelo líquido que queima a pele a quase 800 ºC mesmo sem pegar fogo, o que explica a expressão de dor e pânico de Kim. Do outro lado, Nick Ut, o fotógrafo que flagrou o momento em que dois aviões americanos lançaram quatro bombas de napalm sobre a cidade, para desalojar os vietcongues. Ele estava no país desde 1965, com seu irmão jornalista que acabou falecendo. Nick então ocupou seu lugar no escritório da Associated Press em Saigon e aprendeu a usar uma câmera fotográfica para registrar o conflito.

Recentemente, Kim foi entrevistada, e quarenta e seis anos depois, a vietnamita que comoveu o mundo quer que sua foto contribua para a paz. Kim Phuc Phan Thi, fotografada ainda criança correndo depois da explosão de bombas na Guerra do Vietnã, quer curar o futuro. Quanto mais famosa ficava a foto, mais alto era o custo para minha vida privada. Queria ser livre, mas o governo me controlava. Eu me converti ao cristianismo em 1982 e, de lá para cá, sinto-me espiritualmente livre. Enquanto vivesse no Vietnã, no entanto, não conseguiria ser completamente livre. Estudando em Cuba, meu marido e eu conseguimos autorização do governo vietnamita para passar nossa lua de mel em Moscou, mas fizemos uma escala no Canadá e ficamos por aqui. Hoje sou embaixadora da Boa Vontade da Unesco e trabalho em minha fundação, a Kim Foundation International. Temos vários parceiros ao redor do mundo e queremos ajudar crianças vitimadas pelas guerras. Construímos hospitais, abrigos, orfanatos e escolas. Trabalhamos pela cultura da paz. Quero difundir a paz, a alegria e o perdão, que são armas muito mais poderosas do que as bombas.

  1. Contexto da Guerra

A Guerra do Vietnã durou de 1955 a 1975, foi um conflito entre a República Democrática do Vietnã (Vietnã do Norte) e a República do Vietnã (Vietnã do Sul) por conta de divergências políticas e ideológicas. O lado Sul teve como país aliado os Estados

Unidos. Após vinte anos de guerra, os americanos se retiraram e ocorreu a reunificação do território que gerou a República Socialista do Vietnã, aliada da União Soviética, com o regime comunista.

Por outro lado, no campo do foto jornalismo houve a livre movimentação de repórteres, gerando notícias e imagens que serviram também como manifestações de pacifismo pelos jovens nos Estados Unidos, sobretudo por conta da cobertura de emissoras de televisão e imprensa americanas, conhecida como a “guerra pela TV” como aborda o professor Arlindo Machado (2011, p. 237) “depois do Vietnã, ficou bastante claro às potências internacionais que uma guerra pode ser decidida mais na televisão do que nos campos de batalha”.

Desta forma, as imagens feitas desta guerra ajudaram a construir discursos contra ela, das fotografias aos comentários televisivos tudo serviu para mobilizar a imprensa sobre o que estava ocorrendo. De acordo com o pesquisador português Jorge Pedro Sousa:

A guerra “aberta” do Vietname, eventualmente devido à influência da televisão, levou uma grande procura de imagens, acentuada pela concorrência. A UPI, a AP, jornais, revistas, rádios e televisões, todos enviavam correspondentes para o país, que se juntaram a dezenas de freelances. Os editores pediam cada vez mais mortos. Por isso, a utilização da foto-choque foi frequente, até porque se tratava de um conflito relativamente pouco censurado (SOUSA, 2004, p. 169).

Entre as muitas fotografias feitas destaca-se a imagem do vietnamita Huynh Cong

Ut, mais conhecido como Nick Ut (nascido em Long An, em 1951). Ele cobria a guerra

para a agência de notícias Associated Press e em 8 de junho de 1972 testemunhou o

bombardeio de napalm feito pelas aeronaves na aldeia Trang Bang, na província de Tay

Ninh, no Vietnã do Sul. A imagem das crianças fugindo do local gerou grande repercussão, especialmente porque no centro aparece Phan Thị Kim Phuc, uma menina de 9 anos, nua por ter tirado as roupas em chamas, com corpo muito queimado e demonstrando dor em seu rosto fez com que esta fotografia se tornasse um símbolo do horror da guerra. Além de Kim Phuc, a imagem mostra o irmão mais novo dela à esquerda, atrás, Phan Thanh Phouc, e os primos de mãos dadas, Ho Van Bon e Ho Thu Ting. Há, ainda, uma nuvem escura no fundo, o que gerou ainda mais impacto, além da indiferença dos soldados sul-vietnamitas que não as ajudaram. “Muitas das fotos tiradas no Vietname obrigam o observador atento a inquirir-se sobre se imagens como essas simbolizam o conflito porque resumem e condensam uma característica representativa, mesmo emblemática, do acontecimento e da sua cobertura” (SOUSA, 2004, 169-170). Desta forma, a imagem de Ut torna-se um embrião narrativo, ou seja, uma imagem síntese dos vinte anos de guerra, visto que possibilita refletir sobre o que ocorreu antes e depois com o fim do conflito, tornando-se representativa, ou seja, icônica.

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