'Livros e Materiais Didáticos de História' : Circe Bittencourt

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS – CFCH

CURSO DE LICENCIATURA EM HISTÓRIA

Diego Correia Machado

Ensino de História II

Rio Branco - AC

Outubro / 2017

Diego Correia Machado

Livros e Materiais Didáticos de História

Trabalho apresentado ao curso de Licenciatura em História da Universidade Federal do Acre - UFAC, como requisito avaliativo da disciplina de Ensino de História II sob a orientação do Prof. Dr. José Dourado de Souza e da Prof.ª Maria José Nascimento Correia.

Rio Branco – AC

Outubro / 2017

Livros e Materiais Didáticos de História

1ª) Segundo Bittencourt (2011), os chamados materiais didáticos são suportes utilizados na mediação entre ensino e aprendizagem, favorecendo e fomentando o processo de aquisição e de construção de conhecimentos, além disso, são ferramentas de uso tanto do professor quanto do aluno, para que assim, facilite a compressão de conceitos e informações específicas de cada área de ensino, visto que se objetiva a apreensão de um determinado objeto de conhecimento, tomando-os como pressupostos para um trabalho pedagógico mais direcionado, guiado pelos conteúdos que tais materiais apresentam. Os materiais didáticos são pertencentes à categoria dos “suportes informativos”, onde inclui-se, livros didáticos e/ou paradidáticos, dicionários, apostilas, mapas/atlas geográficos, portanto, são mercadorias produzidas pela indústria cultural, voltados especificamente à escola, com linguagem e vocabulário próprios tendo em vista os princípios pedagógicos. Estes diferenciam-se dos documentos, que são produzidos sem intenção pedagógica/didática, almejando um público mais amplo, registrando determinadas informações, voltadas a um determinado interesse, podemos destacar como exemplos de documentos, documentários, pintura, músicas, contos e tantos outros.

2ª) Como apontado pela autora ao longo da apresentação da questão do fato do currículo escolar e, consequentemente, dos materiais didáticos constituírem-se como uma forma de controle de ensino é algo que vem sendo debatido há muito tempo, em que diversos pesquisadores já alertava-nos para o fato do material didático e do próprio ensino, muitas vezes ser utilizado como um instrumento de perpetuação do poder vigente, colocando a escola e o professor a serviço de uma indústria cultural mercantilista. Bittencourt (2011) então nos leva a compreensão de que a escolha dos materiais didáticos são, desta forma, uma escolha política e, portanto, deve ter o comprometimento conjunto de toda a comunidade escolar, tendo em vista, que se trata da formação de um sujeito social, se pensando no método de ensino que irá ser aplicado, tomando como pressuposto a formação de um sujeito capaz de criticar aquilo que está sua volta, percebendo as nuances de sua própria formação.

3ª) O livro didático é predominantemente criticado em sua totalidade, um dos primeiros argumentos dessa concepção é de que trata-se de um “instrumento a serviço da ideologia e da perpetuação de um ensino tradicional”, como aponta Bittencourt (2011), ao analisar as críticas voltadas a esse tema. Outro ponto levantado é de que a utilização do livro didático em sala de aula acontece devido à falta de comprometimento dos professores, que em decorrência, muitas vezes, do pouco tempo destinado ao planejamento, utilizam-no do livro didático por se tratar de um conhecimento pronto e acabado, que não necessita de maiores alterações.

Contudo, por mais que aconteça alguns casos nessas duas perspectivas de críticas, o livro didático não deve ser visto como algo ideal, reforçando a ideia da autora de que essas críticas são decorrentes de uma visão baseada no livro didático como sendo “capaz de solucionar todos os problemas do ensino”.

Desta forma, a escolha desse instrumento de apoio à aprendizagem, deve ter um maior comprometimento do corpo docente e da comunidade escolar e não deve ser visto como algo único, afinal, os livros didáticos tem a sua importância, são, de fato, mercadorias voltadas à escola e por conta disso, contém uma linguagem mais didático e de maior assimilação dos alunos, porém, deve-se haver uma maior articulação entre os materiais utilizados em sala de aula, obviamente não devem utilizar-se apenas dos livros didáticos, como também não devem chegar em uma escola de ensino fundamental e médio, apenas com produções acadêmicas.

4ª) O livro didático é um objeto cultural de difícil definição, por mais que seja fácil identificá-lo, além de ter sua circulação amplamente aceita pela grande maioria das escolas e sistema de ensino, devido as suas particularidades, a sua linguagem e o seu vocabulário próprio, tendo em vista, os princípios pedagógicos. Como Bittencourt (2011), o livro didático assume diferentes funções, dependendo das condições, do lugar e do momento em que é produzido e utilizado nas diferentes situações escolares. Uma das principais funções destinadas ao livro didático é o de suporte de métodos pedagógicos, tendo em vista que possuem várias sugestões de atividades, formas de avaliação e outras características para auxiliarem no processo de ensino e aprendizagem na sala de aula, sendo assim, constitui-se como um instrumento de formação dos saberes escolares, além das funções de avaliar a aquisição dos saberes e competências; oferecer uma documentação completa proveniente de suportes diferentes; facilitar aos alunos a apropriação de certos métodos que possam ser usados em outras situações e em outros contextos.

5ª) Sendo o livro didático uma mercadoria, precisa obedecer a critérios para a sua venda, ou seja, são necessários mecanismos que possibilitem ao consumidor despertar o interesse em determinado produto, garantindo o máximo de disseminação de suas ideias e perspectivas. Um desses mecanismos diz respeito a sua forma, dentro desse mecanismo pode-se subdividir emm algumas características, tendo como principal elemento, a capa do livro didático, que inclui as cores utilizados, a fonte, as ilustrações, as informações contidas, as vinculações e até mesmo, dependendo do autor, o tamanho e o destaque que o mesmo recebe, além disso, outros aspectos são importantes nessa análise da forma do livro, como por exemplo, a qualidade do papel, a apresentação de tópicos, tais como índice, bibliografia, dentre outros ele mento que compõem a estrutura do livro didático.