A Corrupção na União Soviética
Por: Nathália Siviero de Maria • 20/5/2017 • Resenha • 552 Palavras (3 Páginas) • 784 Visualizações
A Corrupção na História da União Soviética
A União das Repúblicas Socialistas Soviéticas foi a junção das repúblicas da Rússia, Ucrânia, Bielorússia, Transcaucásia e as repúblicas da Ásia Central. Criada em 1922, a URSS, após uma crise, chegou ao fim em 1991.
A URSS visava principalmente a igualdade e bem-estar da população como um todo, não somente de grupos mais ricos. Como bem-estar entendemos não somente o acesso a produtos e serviços necessários biológicamente a vida humana, podendo incluir também a segurança, proteção, educação, cultura e condições de trabalho e repouso. No socialismo também se contemplava a igualdade de poder e de ideologia.
Porém, na prática não era totalmente assim. Antes mesmo dos acontecimentos trágicos do mês de Dezembro de 1991, quando foi assinado o acordo que oficializava a divisão da União Soviética e a instalação do regime capitalista, o capitalismo já surgia ocultamente dentro do seio da URSS há cerca de três décadas. É considerado também, por políticos e investigadores, que a restauração do capitalismo dentro da União Soviética se deu por volta dos anos 60 e 70. O membro do Partido Comunista Alemão, Willi Dickhut, escreveu uma série de artigos onde constatava que a chegada de N.S. Khruchov ao poder acompanhou também a restauração do capitalismo na URSS.
A chamada “economia paralela” se afastava completamente do discurso socialista: poderia facilmente ser associado à corrupção, ao uso do dinheiro do Estado, o lucro de dinheiro não proveniente do trabalho, o não cumprimento da lei. O livro “Mãos limpas, coração quente” de Esther Rodrigues, que retrata a história de um brasileiro que viveu na capital do mundo socialista, traz o relato de que “Em todos os organismos havia uma forma de corrupção: médicos de órgãos públicos cobravam para fazer uma operação. [...] Acesso aos melhores tratamentos não era para todos — havia clínicas e hospitais reservados a alta cúpula do Poder (Partido Comunista era um disfarce da máquina burocrática). Corrupção lá era de Poder, não era de dinheiro.” Ou seja, quem tinha poder era tratado de maneira especial.
A economia paralela não foi estudada antes dos anos 80, e quando o foi, começou no estrangeiro. O norte-americano Gregory Grossmann foi responsável pelo trabalho que teve grande divulgação, com o título “A Autonomia Destruidora. O Papel Histórico de Tendências Reais na Sociedade Soviética.”, publicado em 1988 na coletânea “Luz ao Fim do Túnel”. Apesar da publicidade deste trabalho, não foi o primeiro de Grossmann sobre esse assunto. “A segunda economia da URSS”, publicado em 1977, foi o primeiro artigo publicado por ele.
“Corrupção na URSS – O Mundo Secreto do Capitalismo Soviético”, livro do jurista soviético Konstantine Simissa, editado em 1982, também pode ser citado. O autor foi advogado em processos judiciais relacionados a economia paralela nos anos 70.
Anos depois, os sociólogos e economistas Vladimir Treml e Mikhail Alekséiv também publicaram seus trabalhos. Gregory Grossmann e Vladimir Treml começaram a editar, em 1985, coletâneas sobre a economia paralela da URSS, e manteve-se até 1993, sendo publicadas 51 investigações de 26 autores diferentes.
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