A ESCRAVIDÃO RETRATADA NOS MATERIAIS DIDÁTICOS:
Exames: A ESCRAVIDÃO RETRATADA NOS MATERIAIS DIDÁTICOS:. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: MarSteva • 3/11/2014 • 2.099 Palavras (9 Páginas) • 221 Visualizações
CENTRO UNIVERSITÁRIO CLARETIANO - EAD
PROJETO DE PRÁTICA
A ESCRAVIDÃO RETRATADA NOS MATERIAIS DIDÁTICOS:
CASA GRANDE & SENZALA
E
FORMAÇÃO DO BRASIL CONTEMPORÂNEO
Centro Universitário Claretiano
Licenciatura em História
História do Brasil I e II
Professor Rodrigo Touso Dias Lopes
Santo André
2013
Resumo
A escravidão é assunto recorrente e controverso em nossa História, com base nisso este breve texto procura analisar e comparar, brevemente, a visão de dois autores, baseados em suas obras “Casa Grande & Senzala” e “Formação do Brasil Contemporâneo”, respectivamente, Gilberto Freyre e Caio Prado Junior.
Primeiramente foi analisada a obra de Freyre, que se centra na mestiçagem como característica na formação do povo brasileiro, logo em seguida, é apresentada a análise da obra de Prado Junior, que foca a compreensão econômica do Brasil.
Na conclusão espera-se Levar o leitor à reflexão, a fim de entender e de discutir a escravidão sobre o ponto de vista dos dois autores, entendendo o desenvolvimento de suas obras.
1. Introdução
Essa reflexão sobre as obras de Gilberto Freyre e Caio Prado Junior vai de encontro ao objetivo deste Projeto de Prática, que se definem pelo modo como os materiais didáticos exploram o tema da escravidão no Brasil colonial e imperial.
A escolha dessas obras, Casa Grande & Senzala e a Formação do Brasil Contemporâneo, deve-se, sobretudo, ao caráter pioneiro de seus trabalhos a respeito da escravidão colonial no continente americano.
Suas posições, idéias e abordagens diferentes influenciaram todos os debates posteriores, tornando-se referência obrigatória nos estudos dessa temática até os dias de hoje.
Casa Grande & Senzala e Formação do Brasil Contemporâneo nascem sob o governo de Getúlio Vargas e, veremos no primeiro o elogio á mestiçagem como característica peculiar e positiva do Brasil, bem como, no segundo a compreensão da economia brasileira.
2. Análise das obras: Casa Grande & Senzala e Formação do Brasil Contemporâneo.
Casa Grande & Senzala é um livro de uma escrita admirável, livre e sem vínculos acadêmicos, parecendo um romance, também, revoluciona a visão e a noção de raça. Já a Formação do Brasil Contemporâneo focaliza a realidade em um ângulo econômico.
2.1 Casa Grande & Senzala
Casa Grande & Senzala é um livro escrito pelo brasileiro Gilberto Freyre e publicado em 1933, sendo destacada a importância da casa grande na formação sociocultural brasileira, bem como da senzala, dando ênfase na formação da sociedade através da miscigenação entre brancos, negros e indígenas. Para o autor a estrutura da casa grande expressa uma organização social e política instalada no Brasil, ou seja, o patriarcalismo.
O patriarcalismo se estruturava na capacidade de incorporar os vários elementos que compunham a propriedade fundiária, ou seja, o patriarca da terra era além de dono da propriedade, também, dono de tudo que se encontrasse nela, desta forma sua posse se estendia a esposa, filhos, parentes, escravos, etc.
Também o autor defende neste livro, tentando desmistificar, a noção de determinação racial na formação do povo brasileiro, refutando a ideia de uma raça inferior que se deu através da miscigenação, mais tarde chamado de democracia racial.
Inicialmente o livro traz as características gerais e os fatores que possibilitaram a colonização portuguesa no Brasil, destacando a formação de uma sociedade agrária, escravocrata e híbrida, demonstrando desta forma os três pilares da colonização.
Quanto à escravidão Freyre explica as diferentes facetas que envolveram índios e negros no contexto pernambucano de plantação da cana de açúcar.
Freyre destacou os pontos negativos da escravidão indígena, na tentativa de explicar o seu insucesso, como por exemplo: são cerimoniais; introvertidos; reservados; desconfiados e incapazes para o trabalho agrícola regular, pois eram nômades.
Em relação ao negro o autor explica que estes possuíam uma cultura superior ao do índio, sendo capaz de desenvolver o trabalho agrícola pelo regime da escravidão, contribuindo também para uma melhor formação econômica e social do Brasil, chega até a afirmar que às vezes eram melhores que os portugueses.
Os negros tinham uma predisposição biológica e psíquica para a vida nos trópicos, o autor também ressalta que o negro era adaptável, extrovertido, alegre e cortês e gostava do Sol. ]
Os africanos vindos para o Brasil eram constituídos do melhor que se tinha na África, houve procedentes da cultura maometana (islamismo), cultura esta superior à dos índios e, inclusive, da maioria dos colonos. Estes negros sabiam ler e escrever e o número de leitores na senzala eram maiores do que na casa grande.
Basicamente se espalharam da seguinte forma:
- Sudaneses na Bahia;
- Cacheo e Bissau em Pernambuco;
- Banto no Rio de Janeiro
Portanto, quatro nações povoaram o território brasileiro, sendo elas: Creolos, Minas, Ardas e Angolas. Ainda os escravos vindos de Cabo Verde eram os mais caros, por serem mais fortes e robustos e as mulheres negras vindas da Serra Leoa e Guiné eram as mais bonitas e que encantavam os senhores.
As mulheres eram usadas para os serviços domésticos, ama de leite e também iniciavam os mais jovens no sexo, com isto, foi muito grande o problema com a sífilis.
Gilberto Freyre relata sobre os encantos das mucamas, que penetravam nos senhores antes mesmo que estes tivessem tempo de se defender.
As crianças brancas ganhavam outra, negra, da mesma idade para servirem de companhia, mas o que o intuito era de exploração e até maus tratos com esta criança negra. As sinhazinhas atiçavam os moleques negros e depois os condenavam, isto era um prazer para elas, que com o ócio
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