A Economia Cafeeira no Brasil
Por: Viviam Sampaio • 15/4/2015 • Resenha • 1.893 Palavras (8 Páginas) • 423 Visualizações
A economia cafeeira no Brasil foi o principal centro de acumulação de capital no período, por isso o desenvolvimento do capitalismo foi mais acelerado na região do café, e foi nesta mesma região que se encontrava a maior parte da nascente indústria brasileira. E esta industrialização é a ultima fase do período de transição capitalista no Brasil, e isso se da quando o capitalismo já era dominante no mundo.
ORIGEM DO CAFÉ:
O café é uma planta originária do continente africano, das regiões altas da Etiópia (Cafa e Enária. A região de Cafa pode ser a responsável pelo nome café.
Da Etiópia foi levado para a Arábia. Os árabes não queriam a distribuição, pois foram os primeiros a cultivar essa planta que eles diziam ser "milagrosa" e que assumia grande importância social devido ao seu uso na medicina da época para a cura de diversos males. Da Arábia o café foi levado primeiramente para o Egito no século XVI e logo depois para Turquia. E foi na Europa, no século XVII, que começou a ser introduzido na Itália e na Inglaterra. O café era consumido por diversas classes sociais, inclusive por intelectuais. Logo depois passou a ser consumido em vários outros países europeus, chegando à França, Alemanha, Suíça, Dinamarca e Holanda.
Seguindo sua marcha de expansão pelo mundo, o café chegou às Américas e nos Estados Unidos, atualmente o maior consumidor e importador mundial de café. Foram os holandeses que disseminaram o café pelo mundo. Inicialmente transformaram suas colônias nas Índias Orientais em grandes plantações de café e junto com franceses e portugueses transportaram o café para a América.
EXPANSÃO:
Com a vinda Família Real Portuguesa para o Brasil em 1808, veio também bastante dinheiro e o comércio teve um ótimo crescimento, portanto, havia capital para ser investido, e, além disso, o próprio Rei D. João VI distribuía sementes para incentivar, os grandes proprietários de terras a plantar. Esses investimentos foram o que podemos dizer de um empurrão inicial que a economia cafeeira que precisava para decolar aqui no Brasil.
Na segunda metade do século XIX os países onde o capitalismo era subdesenvolvido, beneficiaram muito com o comercio internacional, crescendo como nunca visto antes. E isso beneficiou em especial o Brasil e sua economia cafeeira, que vinha amargando há 30 anos (1820 a 1850) uma estagnação nas cotações internacionais do café. E as altas que começaram a partir de 1850 tiveram um novo impulso com o surgimento dos navios a vapor, e favoreceram as relações entre Brasil e Europa/EUA.
No Brasil, essas condições de economia cafeeira, foram muito favoráveis.
Dentro do Brasil, com o fim do monopólio comercial português e o fim do estatuto colonial, possibilitou ao comerciante brasileiro o acesso ao centro de uma economia ainda colonial, um grande comércio de importação e exportação. O que consolidou a expansão das fazendas de café, que essa burguesia organiza juntamente a aristocracia fundiária local.
Os trens tiveram grandes valia, pois, eram usados para o transporte do café das fazendas para os pontos de consumo e de exportação. Eles facilitaram muito o escoamento da produção, que nos primeiros anos eram feitos em lombo de burro. Quando chegava a Santos ou no Rio de Janeiro, antes de ser vendido aos exportadores, o café era comprado pelos comissários de café. Comissários esses, que eram de confiança dos fazendeiros.
Como a maioria dos exportadores era americana ou inglesa, as companhias dos mesmos, resolveram investir no café aqui no Brasil, por que dava muito lucro. Elas, não faziam apenas a exportação do café, foram elas também que implantaram o importante sistema de ferrovias, que transportavam o café até seus navios.
CARACTERISTICAS:
Introduzida no Brasil no início do século XVIII, a cafeicultura ocupou inicialmente as províncias do Rio de Janeiro e Minas Gerais. No século XIX, a produção chegou à província de São Paulo, primeiro no vale do Paraíba e, depois, na região denominada Oeste Paulista.
A economia brasileira atravessava um período de dificuldades provocadas pelo declínio da economia açucareira e da mineração no Nordeste. A produção de café, iniciada em meio a essa crise, representou a recuperação da econômica e a inserção do Brasil no mercado mundial, nos moldes capitalistas.
Concentrada na região Centro- Sul do país, principalmente no estado de São Paulo, a expansão da produção cafeeira sofreu transformações profundas na economia. Sergio Silva sintetiza claramente essas transformações:
“... A importância do rápido crescimento da produção e desse deslocamento geográfico só poderá ser entendida se considerarmos as simultâneas mudanças ocorridas ao nível das relações de produção. Ao subir aos planaltos de São Paulo, as plantações abandonam o trabalho escravo pelo assalariado. Com o trabalho assalariado, a produção cafeeira conhece a mecanização (pelo menos uma mecanização parcial, ao nível das operações de beneficiamento do café). Além disso, a possibilidade desse deslocamento é determinada pela construção de uma rede de estradas de ferro bastante importante.” (SILVA, 1976)
O vale do Paraíba fluminense e paulista viveram um período de abundância de riquezas, em que os grandes proprietários de terras e escravos. Depois de resolvida a questão da posse de terras pela força, as terras eram legalizadas. Como o mesmo problema se repetia em várias regiões, o governo imperial regulamentou as terras disponíveis através da Lei de Terras em 1850. Foi assim que os grandes fazendeiros da época se tornaram os chamados barões de café. Cercavam-se de luxo, vivendo em imensas fazendas ornamentadas com objetos importados da Europa.
Em 1820 o café representava 18% das nossas exportações. Apenas 10 anos depois , em 1830, o índice do café sobe para 43% das nossas exportações, sendo que o principal importador, já naquela época, era os EUA.
Forte o suficiente para abastecer o mercado norte- americano e europeu, a nossa produção cafeeira cresceu muito ao longo do séc. XIX. Obvio que esse crescimento teve um efeito muito importante na economia brasileira. Inclusive, muitos autores afirmam que ele reequilibrou a balança comercial brasileira. Depois de tantos anos de déficit , em 1860, as exportações brasileiras superaram as importações, como afirma Caio Prado Junior, o café contribuiu para o melhoramento técnico do país; com o crescimento da economia cafeeira, cresceram também os serviços de transporte e de comunicação, sem falar na mecanização rural e nas primeiras manufaturas, que nasceram juntas com a nossa cafeicultura.
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