A Escravidão na africa de Paul Lovejoy
Por: Nathália Niédja • 11/7/2018 • Resenha • 891 Palavras (4 Páginas) • 877 Visualizações
Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE
Disciplina: História e Cultura Afro-Brasileira
Professora Maria Emília Vasconcelos
Data: 26 de junho de 2018
Nathália Niédja da Costa Barbosa
LOVEJOY, Paul E. A África e a escravidão. In: A escravidão na África: uma história de suas transformações;Tradução Regina A. R. F. Bhering e Luiz Guilherme B. Chaves. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2002. p.27-56
O autor da obra resenhada é Paul Lovejoy, canadense e um dos mais reconhecidos historiadores africanistas. É professor da Universidade de York, em Toronto no Canadá. Onde ministra aulas de História da África e da Diáspora Africana. Também é conhecido por ser estudioso da histórica econômica, com enfoque na escravidão africana e sua diáspora, especialmente no Sudão Central. Possui diversas obras e artigos que versam sobre a África, sua economia e claro, sobre a economia movimentada pela escravidão.
O capítulo é dividido em cinco tópicos: A escravidão: Uma definição; A escravidão nas formações sociais; O ambiente africano; O fator Islâmico ; O comércio transatlântico. Ja de início a expansão escravidão também é subdividida, esta em três estágios: De 1350 a 1600; De 1600 a 1800; De 1800 a 1900. Tal expansão é exposta em dois níveis. O primeiro aponta para a expansão geográfica da escradidão e seu envolvimento com o comércio exterior. A segunda aponta para a crescente importância do papel do escravo na economia e sociedade.
Talvez para reafirmar o ja dito, talvez para que o leitor não esqueça, mas o autor retoma varias vezez durante o decorrer do capítulo as mesmas ideias. Principalmente o fato de que as pessoas escravizadas eram tratadas como uma propriedade, daqueles que se diziam seus senhores, utilizando-se de termos como “bens móveis”e “mercadorias”
O autor realiza uma relativização do conceito de liberdade, onde nenhum ser é totalmente livre devido às determinações sociais. A escravidão faz com que ocorra uma coação física ou psicológica que impede até os mais simples atos da vida civil, não há classe ou direito de escolha para estas pessoas. Na sociedade escravocata as pessoas livres possuem direitos e deveres definidos por seu status social, político e até religioso, aqui oss escravos possuem apenas obrigações.
A escravidão também é apresentada com forma de negar a cultura do outro. Uma vez que é mais fácil ignorar a cultura, a língua e a crença que não lhe é nativa. Quanto mais semalhante ao dominador menor o nível de exploração e/ou de escravos. Por isto, era comum enviar os cativos a locais distantes , porém de certo modo a convivência dificultava a manutenção do distanciamento, cultural, linguístico e religioso.
As guerras na África eram a principal forma de adquirir escravos, usada tanto pelos Europeus como pelos Islâmicos, ambos compravam os cativos de guerra das comunidades locais. Também era possível haver escravidão como forma de punição a crimes como assassinato, roubo, adultério e bruxaria, existiam procedimentos judiciais e religiosos responsáveis por este processo. A escravização voluntária também era possível, mas esta era fruto do desespero humano, quando ja não haviam mais opções além de morrer de fome.
Mesmo com tanta importância econômica dada ao trabalho forçado, este coexistia com outras formas laborais, como a servidão, a clientela, o trabalho assalariado, o penhor e o trabalho comunal. Estes trabalhadores ainda que dependessem de alguém para garantir o seu sustento possuiam a relativa liberdade inerente a todos aqueles que pertenciam a classe “livre” da sociedade, no caso dos trabalhadores escravos os senhores decidiam se estes poderiam casar-se e com quem. Inclusive seus direitos reprodutivos eram tolhidos, muitos homens eram castrados, no caso das mulheres, seus desejos raramente eram levados em consideração. As famílias, legalmente falando não poderiam se separadas, mas na prática muitas vezes isto não ocorria e núcleos familiares eram desfeitos.
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