A História Antiga

O presente trabalho traz uma pesquisa sobre o uso de filmes como

recurso pedagógico em sala de aula. Serão apresentados autores que

discutem esse recurso como um complemento na compreensão e reflexão

de situações complexas aos alunos da disciplina de História e também

apresenta a importância deste recurso como um instrumento de revitalização

do ensino através desta fonte histórica.

João Luís de Almeida Machado: Doutor em Educação pela PUC –

SP; Mestre em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade

Presbiteriana Mackenzie (SP); Professor Universitário e Pesquisador; Autor

do Livro “Na Sala de Aula com a Sétima Arte – Aprendendo com o Cinema”

(Editora Intersubjetiva).

Na opinião de João Luís de Almeida Machado, o trabalho com filmes

em sala de aula é importante, pois os resultados junto aos alunos vão além

das expectativas; esse tipo de recurso requer organização, planejamento de

atividades como as aulas expositivas antes dos filmes ou após dos mesmos.

O propósito de trabalhar com filmes em sala de aula é dar proximidade dos

alunos com o assunto que está sendo trabalhado durante aquele período na

disciplina de História; aprofundar o assunto fazendo com que os alunos

compartilhem ideias que foram mostradas durante a apresentação do filme.

A responsabilidade de utilizar métodos que possam complementar as aulas

depois dessa apresentação, como forma de fixação e reflexão, também deve

ser atendida.

Silene Ferreira Claro: Doutora (Doutorado Direto) em História Social

pela FFLCH-USP (2008). Bacharel em História pela Universidade de São

Paulo (1999) e graduação em Licenciatura em História pela Universidade de

São Paulo (1999).

Para Silene Ferreira Claro, a importância do uso do filme em sala de

aula permite que o aluno tenha melhor visualização de situações complexas.

Este recurso é um caminho através do qual vai ajudar o aluno na realização

da leitura de mundo e melhor compreensão de conceitos. Por outro lado,

Silene Ferreira Claro, vê a dificuldade de aceitação por parte de alunos, pais

e coordenação que tem a visão deste recurso como uma fuga do professor

ao compromisso de preparo de aulas; é necessário um bom planejamento,

um roteiro de análise de filmes para que este preconceito venha a ser

mudado.

Pode-se constatar que os autores acima citados, concordam num

mesmo ponto que é o planejamento por parte do professor, o objetivo

traçado e a relação do filme com os conteúdos e conceitos trabalhados, com

atividades anteriores e posteriores a apresentação do filme, pois se esta

ferramenta didática for usada apenas para ilustrar a história ela não dará

frutos, será melhor ao professor transmitir o conteúdo de forma verbal para

assim não desperdiçar o tempo da duração do filme.

“Na perspectiva acima, pode-se afirmar que o filme promove o uso da percepção,

uma atividade cognitiva que desenvolve estratégias de exploração, busca de

informação e estabelece relações. Ela é orientada por operações intelectuais, como

observar, identificar, extrair, comparar, articular, estabelecer relações, sucessões e

causalidade, entre outras. Por esses motivos, a análise de um documento fílmico,

qualquer que seja seu tema, produz efeitos na aprendizagem de História, sem contar

que tais operações são também imprescindíveis para a inteligibilidade do próprio

filme.” (ABUD, 2003: 191)

Para utilizar o filme como recurso, o professor deve prestar atenção

nos benefícios que o mesmo irá trazer suas maneiras de uso em sala de

aula, os cuidados que deverá ter com o uso do filme e também suas

limitações. O professor deve utilizar o filme como um recurso de fixação ou

reflexão do conteúdo da disciplina de História aproveitando a linguagem do

filme como um caminho de ensino do conteúdo que se relaciona com seu

planejamento e não ensinar a partir deste recurso.

Antes de exibir o filme é preciso explicar o conteúdo e investigar o que

os alunos sabem sobre o assunto e como eles contextualizam o tema na

atualidade para tratar do conteúdo histórico do filme, que é classificado

como boa fonte histórica, pois se pode estudar o momento social pelo que

foi produzido, como exemplo disso, o filme Tróia, de 2004, dirigido por

Wolfgang Petersen, onde a história é baseada na obra de Ilíada, de Homero.

Trata do épico conflito entre gregos e troianos. Percebe-se, assim que o

filme faz uma relação do momento contemporâneo para uma discussão do

presente. No filme Tróia, a forma de compreender aquele momento social