A Questão Alemã
Artigo: A Questão Alemã. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: Brigitte • 4/11/2013 • 2.806 Palavras (12 Páginas) • 453 Visualizações
A “questão alemã” prolongou-se durante muitos anos, nomeadamente desde 1871, a implementação do II Reich, até 1990. Ela consiste na unificação, divisão, e reunificação da Alemanha e do seu desejo de ser uma nação finalmente unificada, lutando pela sua identidade. Neste tempo, Alemanha passou por grandes dificuldades, nomeadamente 2 Guerras Mundiais, que dificultaram a sua estabilidade económica, politica, social e cultural.
O conceito da nação tem a sua origem nos finais do séc. XVIII, sendo a Revolução Francesa uma influência decisiva na fixação e consolidação deste conceito. Desde tempos remotos nota-se a clara perturbação alemã em relação a ausência da sua identidade nacional, o que fez com que cada Imperador levasse o povo alemão ao extremo para conseguir destacar-se perante as outras nações. As 2 Guerras Mundiais, a Guerra Fria, e as restantes guerras contra outros países são o resultado dessa insatisfação e desejo de dominação mundial.
O espaço territorial da Alemanha no seculo XVIII estava dividido em Estados de dimensão muito desigual entre as quais se destaca a Prússia que tinha um forte desejo de hegemonia. Os 360 Estados autónomos foram agregados em torno do Sacro-Império Romano-Germânico, que formavam uma manta de retalhos.
É importante salientar que só depois de 1500 a Alemanha passou de “ Deutschen Landen”, vários países, para Deutschland.
A unificação deu-se em 1871-1918, sendo esta muito complicada e que, comparativamente com outros países, foi considera tardia.
No século XVIII surgem duas nações, que contribuíram especialmente para a não unificação da Alemanha no sentido de Estado-Nação moderno, nomeadamente a Prússia e a Áustria. Após o final das guerras napoleónicas, de 1815, as influências francesas sobre os estados alemães era fraca. A “primavera das nações” ou seja a criação de novos países e repúblicas estava espalhada pela Europa e as Revoluções de 1848 pediam mais liberdade, uma constituição, uma assembleia eleita por sufrágio universal. Mas as ideias liberais não progrediram devido às forças conservadoras do antigo regime. As ideias nacionalistas expandiam-se pela Europa e havia duas conceções para a unificação da Alemanha surgindo o dualismo alemão. A “grande Alemanha” seria a ideia de um império multinacional agregando a Áustria e por outro lado, e de perspetiva prussiana, a “pequena Alemanha” que excluía a Áustria.
A guerra contra a Dinamarca em 1864 levou a anexação dos territórios do Schleswig e do Holstein a favor da Prússia e Áustria. No ano a seguir, a Prússia exigiu um parlamento eleito dentro da Liga Alemã, Dutscher Bund, e perante a não aprovação austríaca de tais exigências, a Prússia invade o Holstein que estava sob o domínio dos Habsburgos. Apos o abandono da Prússia da Liga Alemã, dá-se a Guerra Alemã em 1866, que conduziu a vitória prussiana. No mesmo ano a Liga Alemã é dissolvida e forma-se a Liga Alemã do Norte, Nordeutscher Bund, onde uniram todos os estados inimigos da Áustria, a norte do rio Meno, à exceção da Saxónia e de Hessen-Darmstadt.
A rivalidade contra os austríacos levou as lideranças prussianas, o imperador Guilherme I e o chanceler Otto Von Bismarck, a excluírem a Áustria da Zolverein, uma união aduaneira criada em 1834, que gerou uma espécie de mercado comum na Alemanha.
A exclusão da Áustria foi uma clara provocação dos prussianos que realçou ainda mais a oposição entre os dois reinos o que levou a separação dos estados alemães entre a liderança da Prússia, ao norte, e a influência austríaca, ao sul, facto que dificultou o processo de unificação. Outro obstáculo para que se fortalecesse a unificação dos estados alemães era a oposição de Napoleão III, soberano da França, que para tentar evitar a unificação alemã, a França pressionou os estados do Sul a não aderirem ao projeto prussiano. A interferência francesa e o desejo de Napoleão III em controlar a Região Sul libertaram mais um conflito: a Guerra Franco-Prussiana. Este foi o episódio definitivo para que a unificação alemã se concretizasse.
A Prússia, comandada por Bismarck, possuía um exército muito superior ao da França. Por essa razão, a guerra iniciada em 1870, foi amplamente favorável aos prussianos, estes anexando os territórios de Alsácia-Lorena, ricos em ferro e carvão, à Alemanha.
A Batalha de Sedan de 1870-1871 foi um dos mais importantes conflitos da história europeia, pois marcou a derrota da França de Napoleão III e o nascimento do Império Alemão.
Em 1871, a Prússia alcançou a muito esperada unificação da Alemanha, impondo não só a sua hegemonia aos restantes Estados como também a exclusão da Áustria através da criação da Pequena Alemanha. Nesse ano, na sala dos Espelhos de Versalhes, Guilherme I é proclamado o imperador do II Reich.
A unificação elevou a Alemanha a um nível muito alto como país através do reinado do Guilherme I e II mas que mais tarde o levou a primeira guerra mundial, e serviu também de inspiração para Hitler.
A Divisão da Alemanha deu-se em 1845 após a perda da Segunda Guerra Mundial, liderada por Hitler, e durou até 1990.
Nos primeiros anos do pós-guerra, faz-se sentir a rutura cultural que o regime nazi causou através dos assassínios em massa de artistas, escritores e cientistas judeus e também a emigração dos mesmos levou a destruição da cultura alemã.
Stunde Null, ou hora zero em alemão, representa mais o apagamento do passado do que o próprio recomeço duma vida cultural e social do povo alemão, privilegiando o entretenimento e a evasão do meio de miséria e da escassez material. É através da reeducação e do esquecimento que se consegue a evasão dum quotidiano triste e difícil pelo qual o povo alemão estava a passar ainda nos anos 50.
Após a rendição absoluta das forças armadas alemãs, a luta terminou e as forças aliadas tiveram que enfrentar um deserto de ruínas. Consequentemente, o destino da Alemanha do pós-guerra passou a depender das relações entre as autoridades vencedoras.
As quatro autoridades vitoriosas foram os Estados Unidos, o Reino Unido, a França e a União Soviética, que assumiram o poder e dividiram o território alemão em quatro zonas de ocupação nomeadamente os russos no leste, os ingleses no noroeste, os franceses no sudoeste e os norte-americanos no sul. Berlim, a ex-capital do Terceiro Reich, foi compartilhada entre as quatro autoridades. Pouco tempo após o fim da guerra, a União Soviética criou novos estados alemães: Meclemburgo, Saxônia, Turíngia e Brandemburgo.
A Conferência de Potsdam de 1945 certificou a redução
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