A Questão da Terra na Revolução Francesa

A QUESTÃO DA TERRA NA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

A terra por milhares de anos era símbolo do trabalho do homem, na maioria da história da humanidade, era dela que o homem construiu sua história desde que largou de ser nômade e começou a utilizar as primeiras práticas de agricultura, tirando proveito do que a terra trás para seu sustento, mas não só da agricultura, a criação de animais como ovelhas, gados, suínos entre outros animais, também eram utilizadas á muito tempo. Não só dos bens que ela trás, mas a terra também é símbolo da propriedade do homem, de residir nessas terras e fazer delas o que sustenta ele e toda sua família. Porém, essa prática começou a serem desestruturados com a apropriação de terras em nomes de senhores feudais, reis e finalmente, da burguesia.

Entre os diversos fatores que influenciaram no sucesso da chamada Revolução Industrial, a terra foi de longe a questão mais essencial para que pudesse se desenvolver com êxito toda essa mudança radical. Porém, para que possamos entender a questão da terra, necessitamos primeiramente entender como era a questão da terra antes da revolução e o que mudou para que a Revolução Industrial na Inglaterra pudesse ter despontado da forma cuja mesma eclodiu.

Desde o feudalismo, onde senhores feudais eram detentores de terras, o homem camponês tinham espaço para que pudesse produzir, e manter seu sustento através da terra, do gado, da madeira e outras atividades do campesinato, essas terras eram chamadas de “terras comunais” onde toda a comunidade usufruía de um determinado espaço para que extraíssem madeira, caçassem, e conseguissem sua própria subsistência, ou seja, o camponês trabalhador, era auto suficiente para se manter sem que fosse remunerado por nenhum outro indivíduo em si. Porém, no início da modernidade essas práticas passaram a sofrer com uma mudança expressiva, impedindo-os de poderem exercer suas funções por conta de uma leva de leis e práticas que desapropriaram o homem de sua terra, de seus costumes e praticamente o forçou a ser dependente de uma mão de obra assalariada, essas práticas se iniciaram primeiramente com uma conhecida como “lei dos cercamentos” ou “política dos cercamentos legais”.

A política de cercamento dos campos nada mais era que uma crescente ação de privatização das terras comunais dos camponeses, cercando os locais de grandes burgueses proprietários de terras, impedindo que os mesmos pudessem exercer suas atividades de subsistência e auto suficiência para viverem sem necessitar da intervenção de nenhum outro indivíduo que o remunere. Vale-se lembrar, que essa política de cercamento dos campos não se iniciou no século XVIII século do surgimento da Revolução Industrial, mas sim já no século XVII. Porém, ela ganha notoriedade e aumenta nesse período por conta do desenvolvimento da manufatura têxtil e indústria têxtil. Essa política se consistia basicamente no cercamento de áreas rurais em que antes viviam diversas famílias praticando suas agriculturas familiares, dessa vez implementando um cercado de fato para criação de ovelhas que iriam futuramente servir de matéria prima da lã para essas manufaturas da indústria têxtil.

A grande consequência dessa política de cercamento acaba envolvendo o fato de que, como os camponeses são impossibilitados de exercerem suas funções como camponeses, os mesmos serão forçados a se deslocar para as cidades por conta da diminuição dessa economia de subsistência, pois sem poder utilizar das ferramentas que fazia com que o camponês se auto sustentasse, ele não via outra maneira a não ser se mudar para as cidades para que pudesse sobreviver, já que se manter no campo parecia cada vez mais dificultoso após o enrijecimento das práticas de cercamentos. Essa prática de mudança do campo para as cidades é conhecida como