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A Revolta Da Chibata

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Por:   •  24/8/2014  •  452 Palavras (2 Páginas)  •  341 Visualizações

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Em novembro de 1910, no Rio de Janeiro, um importante movimento social eclodiu. Uma revolta organizada por marinheiros dos navios Minas Gerais, Bahia, São Paulo e Deodoro. Estes trabalhadores, em sua grande maioria negros, se rebelaram contra seus comandantes, pois eram punidos fisicamente. Para além disso, a estrutura de trabalho era precária, alimentação ruim, pesados horários de trabalho e os marinheiros não recebiam treinamento para lidar com com os novos navios recentemente adquiridos da Inglaterra. Os navios participantes da revolta, apontaram seus canhões para a cidade do Rio de Janeiro, então capital federal. João Candido era o líder desse movimento social. Esse movimento já vinha sendo organizado há alguns meses, ainda na Inglaterra. Os marinheiros esperaram que os novos navios comprados da Inglaterra ficassem prontos. O estopim foi quando foi dado o castigo de 250 chibatadas dada ao marinheiro Marcelino Rodrigues.

Os marinheiros tomam os navios, apontam os canhões para o Rio de Janeiro e dão tiros de alerta. Os estrondos amedrontam os moradores da cidade, vidraças foram estilhaçadas e muitas pessoas sairam de suas casas em busca de abrigos no suburbio. Os revoltosos ecrevem um manifesto para o presidente recém eleito, Hermes da Fonseca. A carta evidenciava o tratamento desumano recebido pelos trabalhadores e apontavam exigências para a mudança das condições de trabalho. Apontavam o fim da chibata e de todo tipo de castigos físicos, melhorias na alimentação e anistia para todos que participaram da revolta. O presidente Hermes da Fonseca aceita as reivindicações dos rebelados, concedendo anistia. Entretanto, após os marinheiros terem entregues as armas e embarcações, o presidente solicitou a expulsão de alguns revoltosos. A insatisfação retornou e, no começo de dezembro, os marinheiros fizeram outra revolta na Ilha das Cobras. Esta segunda revolta foi fortemente reprimida pelo governo, sendo que vários marinheiros foram presos em celas subterrâneas da Fortaleza da Ilha das Cobras. Neste local, onde as condições de vida eram desumanas, alguns prisioneiros faleceram. Outros revoltosos presos foram enviados para a Amazônia, onde deveriam prestar trabalhos forçados na produção de borracha. Alguns dos condenados foram submetidos ao fuzilamento. João Candido acabou sendo inocentado pelo governo federal. Entretanto, perdeu a sua colocação na Marinha e foi internado como louco no Hospital dos Alienados.

Este episódio evidencia que apesar da Proclamação da República e do fim da escravidão, as camadas exploradas seguem sofrendo com torturas físicas e sem acesso aos direitos civis. Não bastou mudar o regime, pois as práticas seguiam as mesmas. Os abusos contra o povo permaneciam, os privilégios das elites também. Como um processo de cima para baixo a República era comandada por elites oligarquicas, distantes dos interesses do povo, que se viam longe da mudança de regime, pois seguiam como explorados.

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