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Revolta Da Chibata

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Por:   •  22/2/2014  •  477 Palavras (2 Páginas)  •  764 Visualizações

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Revolta da Chibata

Iniciou-se na cidade do Rio de Janeiro em 1910, durante o governo do marechal Hermes da Fonseca. Foi um levante de cunho social, realizado em subdivisões da Marinha, sediadas no Rio de Janeiro. O objetivo era por fim às punições físicas a que eram submetidos os marinheiros, como as chicotadas, o uso da santa-luzia e o aprisionamento em celas destinadas ao isolamento. Os marinheiros requeriam também uma alimentação mais saudável e que fosse colocada em prática a lei de reajuste de seus honorários, já votada pelo Congresso. De todos os pedidos requeridos, o que mais afligia os marujos eram os constantes castigos a que eram sujeitos. Esta situação revoltou os marinheiros, que eram obrigados, por seus comandantes, a assistir a todas as punições aplicadas, para que elas servissem de exemplo. Os soldados se juntavam e ao estampido de tambores traziam o rebelado, despido na parte de cima e com as mãos atadas, iniciando o castigo.

O estopim da revolta ocorreu quando o marinheiro Marcelino Rodrigues foi castigado com 250 chibatadas, por ter ferido um colega da Marinha, dentro do encouraçado Minas Gerais. O navio de guerra estava indo para o Rio de Janeiro e a punição, que ocorreu na presença dos outros marinheiros, desencadeou a revolta. Os marinheiros invadiram os navios e os manuseando com extrema agilidade, apontaram os canhões para a cidade do Rio de Janeiro.

O condutor da insurreição, João Cândido – o célebre Almirante Negro –, foi o responsável por escrever a missiva com as solicitações exigidas para o fim da revolta. O prefeito sob pressão acabou concordando com as ideias dos marinheiros e estes acreditando na palavra do prefeito entregaram os navios a cidade. Ao voltarem a cidade a maioria foi presa ou ainda despedida da Marinha e o modo do castigo continuou o mesmo.

A insatisfação retornou e, no começo de dezembro, os marinheiros fizeram outra revolta na Ilha das Cobras. Esta segunda revolta foi fortemente reprimida pelo governo, sendo que vários marinheiros foram presos em celas subterrâneas da Fortaleza da Ilha das Cobras. Neste local, onde as condições de vida eram desumanas, alguns prisioneiros faleceram. Outros revoltosos presos foram enviados para a Amazônia, onde deveriam prestar trabalhos forçados na produção de borracha. O líder da revolta João Cândido foi expulso da Marinha e internado como louco no Hospital de Alienados. No ano de 1912, foi absolvido das acusações junto com outros marinheiros que participaram da revolta.

Podemos ver claramente dois contextos: o primeiro, uma situação de violência e abuso, herança do sistema escravista, fazendo dos castigos um espetáculo para impor força e poder; o segundo, a incapacidade de diálogo e de atender às demandas populares vinda de um governo que se dizia do povo e para o povo, confirmando a inveracidade de tais afirmações.

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