A UNIFICAÇÃO DA ALEMANHA
Por: viniciusaguiar • 16/7/2015 • Resenha • 2.446 Palavras (10 Páginas) • 312 Visualizações
UNIFICAÇÃO DA ALEMANHA
Introdução
Até a primeira metade do século XIX, a Alemanha não existia como país. O que havia era um conjunto de 39 Estados independentes, uns pobres e outros ricos, uns agrícolas e outros iniciando sua industrialização. Desde 1815, pelas determinações do Congresso de Viena, esses Estados estavam reunidos na Confederação Germânica, que era governada por uma assembléia com representantes de todos os estados. Porém, eram os representantes dos maiores estados, Prússia e Áustria, que tinham maior poder e acabam por decidir quase tudo. Esses estados da Confederação Germânica tinham o objetivo de se unificarem para aumentar seu poder sobre o território germânico e ampliar o desenvolvimento industrial.
Zollverein
O Zollverein foi uma união que antecedeu a união política, também conhecida como união aduaneira alemã, onde juntou a maioria dos estados alemães com exceção da Áustria, acabando com os impostos alfandegários.
O motivo pelo qual a Áustria não participou dessa união é que dentro deste contexto houve um conflito de interesses entre ela e a Prússia. Enquanto a Áustria era contra a unificação, a Prússia era favorável, pois pretendia aumentar seu poder sobre o território germânico e ampliar o desenvolvimento da indústria.
O objetivo principal desta unificação econômica foi a eliminação da deficiência econômica, eliminando inúmeras tarifas internas. Isso era esperado pelos comerciantes e negociantes, que queriam uma zona de proteção e melhoria da sua posição em relação aos seus concorrentes estrangeiros.
As importações da Inglaterra foram aumentadas após 1834 e ainda garantiu que algumas indústrias alemãs caíssem devido à concorrência inglesa sob pressão, porém durante o mesmo período, a economia alemã foi capaz de exportar mais e mais bens para a Inglaterra e outros países. Os estados alemães não chegaram a serem independentes da Inglaterra, mas foram capazes de afirmar com sucesso seus produtos no mercado.
Chegando à década de 1860, já era possível notar as diferenças que apartavam os austro-húngaros e os integrantes da zona aduaneira, pois aumentavam cada vez mais o poder da Prússia ao passo que diminuía o da Áustria na Confederação.
O sucesso de tal medida foi de suma importância para que a Prússia desse início às ações militaristas que permitiriam a execução da Unificação Alemã.
O papel de Bismarck na unificação alemã:
Otton Von Bismarck foi convidado a compor o ministério da Prússia pelo rei Guilherme I em 1861, e assumido o cargo também carregou com si a tarefa de unificar a confederação alemã.
O primeiro passo estratégico de Bismarck foi tentar com o auxílio da Áustria, cuja participação foi impulsionada pela garantia de recompensas territoriais da Prússia, invadir a Dinamarca com o intuito de recuperar os ducados de Schleswig e Holstein que haviam sido prometidos durante o Congresso de Viena. Passo bem sucedido, porém, a Prússia aplicou um golpe na Áustria não disponibilizando as recompensas territoriais, fazendo assim que surgisse uma nova guerra entre esses dois estados.
A guerra entre Áustria e Prússia (conhecida como Guerra das sete semanas) ocorreu em 1866 e serviu para consolidar o segundo passo de Bismarck, que seria provocado pelo isolamento da Áustria (país que apresentava industrialização atrasada e aos olhos de alguns significava uma “âncora para o desenvolvimento da confederação alemã”). Com esse isolamento, a Prússia seria o estado à exercer maior influência sobre os outros, Bismarck criou a Confederação Alemã do Norte, excluindo de fato a Áustria e facilitando a unificação.
O terceiro passo foi dado na aquisição da guerra Franco-prussiana que se consolidou com o medo que a França adquiriu da Prússia devido a grande influência que o mesmo estava obtendo sobre a Europa, que pode se somar ao convite feito para o príncipe Leopoldo Hohenzollen (parente do Rei da Prússia) assumir o trono espanhol (que havia sido deixado vago em uma revolução) em 1870. Temendo essa grande expansão política prussiana, Napoleão III exigiu que a Prússia descartasse a candidatura do príncipe, e Bismarck enviou um telegrama ofensivo à Napoleão III em resposta. Visto à esse cenário, a população germânica e alemã entraram em conflito, e a Alemanha saiu vitoriosa e conseguiu os territórios da Alsácia e Lorena, que contribuiu para do parque industrial e fortalecimento de sua economia.
Pode-se concluir que o papel de Bismarck na Unificação foi ser o líder tático, com visões centradas no setor político e econômico.
Ducados de Schleswig e Holstein
Schleswig-Holstein é um dos 16 estados federais da Alemanha, o mais setentrional do país. Sua capital é Kiel; Lübeck. Seus limites são a Dinamarca a norte, o Mar Báltico a leste, Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental a sudeste, a Baixa Saxônia a sul e sudoeste (com Hamburgo entre os dois Estados) e o Mar do Norte a oeste.
O Schleswig e o Holstein constituíram dois ducados autônomos sob a tutela do rei da Dinamarca até 1864, ano em que a Prússia e a Áustria coligadas os conquistaram e repartiram entre si. Pouco tempo depois, a Prússia declarou também guerra à Áustria (Guerra Austro-prussiana) e anexou o território remanesceste, ficando os dois ducados integrados na Confederação da Alemanha do Norte até 1871, altura em que esta foi substituída pelo Império Alemão, entretanto proclamado.
Após a Primeira Guerra Mundial, na qual a Alemanha saiu derrotada, e a subsequente assinatura, em 1919, do Tratado de Versalhes, o Schleswig do Norte, parte da província do Schleswig ocupada majoritariamente por populações de língua dinamarquesa, foi cedido à Dinamarca após um plebiscito, permanecendo o restante território (onde o resultado do referendo foi a permanência na Alemanha) como parte do Estado germânico.
Guerra dos Ducados
A Guerra dos Ducados ocorreu em 1864 e colocou em lados opostos do campo de batalha a Dinamarca contra a Prússia e a Áustria. O alvo da disputa eram os ducados de Schleswig e Holstein, que se localizavam ao sul do território dinamarquês.
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