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A escravização dos africanos africanos

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Por:   •  15/11/2014  •  Projeto de pesquisa  •  2.402 Palavras (10 Páginas)  •  230 Visualizações

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Introdução

O estudo do processo de escravização dos povos africanos é essencial para que se compreenda a situação atual de desigualdade no planeta. Revela uma longa história de exploração no que diz respeito às pessoas, foi uma violência irreparável, que pressupõe, dentre outros fatores, a existência de povos muito pobres, mão de obra excedente que possa ser explorada em benefício de uma minoria.

A escravidão esteve presente no continente africano muito antes do início do comércio de escravos com europeus na costa atlântica. Por volta de 700 prisioneiros capturados nas guerras santas que expandiram o Islã da Arábia pelo norte da África e através da região do Golfo Pérsico eram vendidos e usados como escravos. Durante os três impérios medievais do norte da África (séculos X a XV), o comércio de escravos foi largamente praticado.

Paul Lovejoy apresenta o conceito de modo de produção escravista, na qual é aquele em que predominam a mão de obra escrava em setores essenciais da economia; a condição de escravo no mais baixo nível da hierarquia social; e a consolidação de uma infraestrutura política e comercial que garanta a manutenção desse tipo de exploração.

A escravização do africano pelo africano.

Muitas tribos rivais faziam prisioneiros em conflitos e vendiam-nos para árabes e europeus. Existia, também, a escravidão por dívidas. De fato, este foi um dos elementos-chave responsável pela mercantilização dos povos africanos. Nas razias, quando as comunidades eram invadidas, as pessoas eram capturadas por grupos armados e, depois de serem levadas até entrepostos no litoral africano, eram trocadas com os traficantes por mercadorias.

Os navios negreiros saíam do Brasil com alimentos para a viagem, além dos gêneros utilizados para a troca, como aguardente de cana, armas dos mais variados tipos, gêneros manufaturados e alimentos.

A presença europeia na costa atlântica e o comércio de escravos.

Os investimentos na navegação da costa oeste da África foram inicialmente estimulados pela crença de que a principal fonte de lucro seria a exploração de minas de ouro, expectativa que não se realizou. Assim, consta que o comércio de escravos que se estabeleceu no Atlântico entre 1450 e 1900 contabilizou a venda de cerca de 11.313.000 indivíduos. Em torno do comércio de escravos, estabeleceu-se o comércio de outros produtos, tais como marfim, tecido, tabaco, arma de fogo e peles. Mas a principal fonte de riqueza obtida pelos europeus na África pode ter sido mesmo a mão-de-obra demandada nas colônias americanas e que pareceram uma boa justificativa para os investimentos em explorações marítimas que, especialmente os portugueses, vinham fazendo desde o século XIV. Dessa forma, embora no século XV os escravos fossem vendidos em Portugal e na Europa de maneira geral, foram com a exploração das colônias americanas que o tráfico atingiu grandes proporções.

Os árabes vendiam os homens e ficavam com as mulheres, que eram absorvidas pelas comunidades e, conforme incorporavam valores das sociedades de seus senhores, ganhavam maior liberdade. Os filhos eram assimilados pela sociedade muçulmana. Além disso, as mulheres faziam quase todo o trabalho agrícola.

A preferência dos traficantes africanos por cativos do sexo feminino foi um fator decisivo para que, no início de seus negócios nessa área, os europeus comprassem muito mais homens do que mulheres. Outro fator importante foi a constatação de que os homens eram mais resistentes às péssimas condições de salubridade a que eram submetidos nas longas viagens de travessia do oceano Atlântico em navios negreiros. Também por isso, as populações de escravos, tanto na África como nas Américas, não tinham como se sustentar por meio da reprodução biológica, o que gerava uma constante substituição dos escravos por novas levas e girava a máquina dos negócios dos traficantes. Dessa forma, "o trabalho escravo estava diretamente relacionado à consolidação da infraestrutura comercial que era necessária para a exportação de escravos".

Depois dos portugueses chegaram, à região, dois novos exploradores: os holandeses, agricultores que estabeleceram grandes fazendas e absorveram parte da cultura local, passando, inclusive, a falar um misto do idioma holandês com linguagens locais, chamado africâner e os ingleses, financiados pelo empresário Cecil Rhodes, que assumiram o tráfico de escravos.

Como foi o crescimento da mão de obra escrava no Brasil.

É depois da disputa entre os colonizadores, cujo vencedor foi o reino de Portugal, que pode ter se originado a captura direta de escravos, nas chamadas Guerras Angolanas, no seio de certas tribos que tinham lutado contra os portugueses. Foi dessa forma que Angola se tornou um centro importante de fornecimento de mão de obra escrava para o Brasil, onde crescia não apenas a produção de cana-de-açúcar no nordeste, mas também a exploração de ouro na região central.

Os navios seguiam para Salvador, na Bahia, carregado de escravos e de outras mercadorias como louças e tecidos. Foi assim que Salvador se tornou um centro difusor de mercadorias da Índia pela América do Sul.

O legado da escravidão

É claro que a escravidão deixou um legado de inúmeros problemas. O preconceito racial, o desdém pelo estudo da história africana, e até mesmo o desprezo pelo trabalho por aqueles que estão no topo da pirâmide econômica.

São os brancos que alcançam os melhores postos de trabalho e os salários mais elevados. E, para agravar a situação, a população negra do Brasil experimentou um processo de assimilação. A miscigenação, que se verificou desde o tempo colonial (e não ocorreu nas regiões americanas colonizadas por ingleses, franceses e espanhóis) se tornou uma forma de ascensão social e inibiu movimentos de afirmação de um povo que sempre foi majoritário no país e nunca alcançou o poder.

Na África, o resultado do sistema escravagista foi devastador. Comunidades que antes conviviam pacificamente se militarizaram e travaram guerras infindáveis. Enquanto durou a escravidão, os escravos, assim "produzidos", eram vendidos em feiras, e já no final do século XX, as guerras continuaram ocorrendo.

O resultado dessa história milenar de exploração e injustiça são as guerras civis e a extrema pobreza em que existe no continente até os dias atuais.

Miscigenação

Era usuais na época da escravidão, fazendeiros

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