A invenção da carta do alfabeto
Tese: A invenção da carta do alfabeto. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: lisasantos • 22/8/2014 • Tese • 879 Palavras (4 Páginas) • 226 Visualizações
A invenção da escrita alfabética
Tal como a invenção da moeda e do calendário, a invenção da escrita denota o crescimento
das capacidades de generalização e da abstração, mostra o amadurecimento de um
povo. A escrita alfabética, diferentemente das outras escritas da época, não representa
uma imagem da coisa dita, mas carrega símbolos, sinais abstratos – que é a palavra.
Para Chauí (2012, p. 46 - 47),
“[...] enquanto nas outras escritas, para cada sinal corresponde uma coisa ou uma
ideia, na escrita alfabética ou fonética as letras são independentes e podem ser
combinadas de formas variadas em palavras e estas podem ser distribuídas de formas
variadas para exprimir idéias. Ou seja, nas outras escritas, o signo representa a coisa
assinalada, enquanto na escrita alfabética a palavra designa uma coisa e exprime
uma idéia. Nas outras escritas, há a tendência a sacralizar os sinais e os signos, ou
a lhes dar um caráter mágico (isto é, acredita-se que eles são as coisas assinaladas
e que neles se encarnam forças divinas e demoníacas, de maneira que quem sabe
escrever ou usar os sinais tem poder sobre as coisas e sobre os outros), enquanto a
escrita alfabética é inteiramente leiga, abstrata, racional e usada por todos”.
5. A vida Urbana
Na vida urbana havia mais artesanato, comércio e técnicas de fabricação dos diversos
produtos. As famílias aristocratas que eram proprietárias de terras tiveram seu prestígio
afetado. Enquanto isso, a nova classe social que emergia procurava estimular os
conhecimentos, as artes e técnicas, criando um cenário muito favorável ao surgimento
da Filosofia.
6. A invenção da política
A criação da política traz três aspectos decisivos para o surgimento da Filosofia:
a) Ao considerar a lei como representação do desejo de um grupo humano que pode
decidir por si o que é melhor e como definirá as relações internas para atingir os
objetivos. Esse aspecto que revela como uma cidade pode ser regulada através
de leis, serve de modelo para a Filosofia propor um mundo organizado, racional, 10
ordenado, que também pode ser regulado.
b) O aparecimento de um espaço público, coletivo, compartilhado, que faz surgir um
discurso diferente daquele trazido pelo mito. No mito, um vidente recebia como
dádiva dos deuses uma revelação sobrenatural indicando aos homens quais
eram as ordens às quais deveriam se curvar. Com a cidade política – a pólis –,
surgem as palavras “direito”, “opinião”, “diálogo”, “discurso político”, “discussão”,
“deliberação”, “persuasão”, trazendo a possibilidade da política valorizar o ser
humano que delibera, que decide de forma racional frente aos motivos. A política,
ao dar valor ao humano, criou condições essenciais para o nascimento do
discurso, para a palavra filosófica.
c) A atividade política fomenta formas de pensar, discutir e discursar que devem
ser públicos e, por isso, podem ser compartilhados, transmitidos e até mesmo
ensinados. A premissa que todos possam compreender um tema, discutir e
transmitir suas ideias é fundamental para a Filosofia. Essa maneira de pensar
difere daquela postulada por seitas trazidas pelos mitos, nas quais apenas os
iniciados, os escolhidos, são inseridos nos mistérios sagrados.
A invenção da política trouxe profundas mudanças na educação grega. Note que,
com o surgimento da “pólis”, a democracia começa a ser exercida garantindo a
participação
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