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A invenção da carta do alfabeto

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Por:   •  22/8/2014  •  Tese  •  879 Palavras (4 Páginas)  •  227 Visualizações

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A invenção da escrita alfabética

Tal como a invenção da moeda e do calendário, a invenção da escrita denota o crescimento

das capacidades de generalização e da abstração, mostra o amadurecimento de um

povo. A escrita alfabética, diferentemente das outras escritas da época, não representa

uma imagem da coisa dita, mas carrega símbolos, sinais abstratos – que é a palavra.

Para Chauí (2012, p. 46 - 47),

“[...] enquanto nas outras escritas, para cada sinal corresponde uma coisa ou uma

ideia, na escrita alfabética ou fonética as letras são independentes e podem ser

combinadas de formas variadas em palavras e estas podem ser distribuídas de formas

variadas para exprimir idéias. Ou seja, nas outras escritas, o signo representa a coisa

assinalada, enquanto na escrita alfabética a palavra designa uma coisa e exprime

uma idéia. Nas outras escritas, há a tendência a sacralizar os sinais e os signos, ou

a lhes dar um caráter mágico (isto é, acredita-se que eles são as coisas assinaladas

e que neles se encarnam forças divinas e demoníacas, de maneira que quem sabe

escrever ou usar os sinais tem poder sobre as coisas e sobre os outros), enquanto a

escrita alfabética é inteiramente leiga, abstrata, racional e usada por todos”.

5. A vida Urbana

Na vida urbana havia mais artesanato, comércio e técnicas de fabricação dos diversos

produtos. As famílias aristocratas que eram proprietárias de terras tiveram seu prestígio

afetado. Enquanto isso, a nova classe social que emergia procurava estimular os

conhecimentos, as artes e técnicas, criando um cenário muito favorável ao surgimento

da Filosofia.

6. A invenção da política

A criação da política traz três aspectos decisivos para o surgimento da Filosofia:

a) Ao considerar a lei como representação do desejo de um grupo humano que pode

decidir por si o que é melhor e como definirá as relações internas para atingir os

objetivos. Esse aspecto que revela como uma cidade pode ser regulada através

de leis, serve de modelo para a Filosofia propor um mundo organizado, racional, 10

ordenado, que também pode ser regulado.

b) O aparecimento de um espaço público, coletivo, compartilhado, que faz surgir um

discurso diferente daquele trazido pelo mito. No mito, um vidente recebia como

dádiva dos deuses uma revelação sobrenatural indicando aos homens quais

eram as ordens às quais deveriam se curvar. Com a cidade política – a pólis –,

surgem as palavras “direito”, “opinião”, “diálogo”, “discurso político”, “discussão”,

“deliberação”, “persuasão”, trazendo a possibilidade da política valorizar o ser

humano que delibera, que decide de forma racional frente aos motivos. A política,

ao dar valor ao humano, criou condições essenciais para o nascimento do

discurso, para a palavra filosófica.

c) A atividade política fomenta formas de pensar, discutir e discursar que devem

ser públicos e, por isso, podem ser compartilhados, transmitidos e até mesmo

ensinados. A premissa que todos possam compreender um tema, discutir e

transmitir suas ideias é fundamental para a Filosofia. Essa maneira de pensar

difere daquela postulada por seitas trazidas pelos mitos, nas quais apenas os

iniciados, os escolhidos, são inseridos nos mistérios sagrados.

A invenção da política trouxe profundas mudanças na educação grega. Note que,

com o surgimento da “pólis”, a democracia começa a ser exercida garantindo a

participação

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