A revolução Industrial e o Serviço Social no Brasil. Análise do filme o dia Moderno
Resenha: A revolução Industrial e o Serviço Social no Brasil. Análise do filme o dia Moderno. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Quelquincas • 30/10/2013 • Resenha • 1.420 Palavras (6 Páginas) • 1.350 Visualizações
A revolução Industrial e o Serviço Social no Brasil.
O filme TEMPOS MODERNOS é grandioso em si porque traz dentro do mesmo cenário a comédia e a denuncia, e atuando com a inocência de uma criança Charles Chaplin nos traz a consciência de quão destrutivo foi o inicio da revolução industrial.
Com a industrialização em alta o ser social (homem) fica em plano inferior sendo agora não mais dominador de suas ferramentas de trabalho como eram os artesãos, mas passam a ser dominados por elas, tendo seu tempo de produção e descanso ditados por um monte de peças de ferro e parafusos.
As eficientes máquinas trouxeram o que podemos chamar da raiz do problema e maior desafio a ser superado em todo o mundo, e este é o excesso de mão de obra disponível.
Este excesso faz com que o homem concorra uns contra os outros o tempo todo, e de forma alguma essa concorrência é saudável a este ser social.
Os grandes latifundiários fazem uso dessa concorrência para afligir a classe trabalhadora que aceita as longas jornadas de trabalho, tendo também que se adequar aos pedidos de aumento de produção que lhe são oferecidos a cada meta atingida ou não.
Essa concorrência doentia de superação do trabalhador dentro das fábricas acaba desenvolvendo as doenças psíquicas, relatada no filme pelo ator quando sai a parafusar tudo o que encontra, é como se ele afirmasse ali que o único motivo da sua existência é “apertar parafusos”.
Aos que não se adéquam ao ritmo que o capitalismo impõe resta-lhe a fome, a miséria, isolamento e marginalização, cena vista no filme vária vez vivida pelo ator principal e outras personagens como os órfãos de um pai que foi vitimado pela força policial que serve ao estado e não ao cidadão desde aqueles tempos até os dias atuais.
Com a consciência da importância da mão de obra operária nascem os sindicatos, desde sempre visando a qualidade de vida do trabalhador e melhores condições de trabalho.
No Brasil o impacto causado pela industrialização não foi diferente, gerou desigualdade social e domínio econômico aos latifundiários, em seu contraponto surge a ajuda aos pobres, que no período industrial se acentua devido o crescimento da miséria.
No seu inicio o Serviço Social desempenhava a função amenizadora de conflitos, aos quais surgia da classe operária, sendo assim, não respondia de fato as necessidades dos excluídos, pois trabalhavam em favor da classe dominante.
Iamamoto (1998) assinala que o Serviço Social surgiu como uma das estratégias concretas de disciplinamento, controle e reprodução da força de trabalho. E seu papel era conter e controlar as lutas sociais.
Em 1946 inicia-se no país a Fundação Leão XIII, ainda com um modelo de trabalho filantrópico, a sua formação era vinculada ao pensamento sociólogo-conservador, uma instituição que visa trabalhar com moradores das favelas.
O trabalho realizado por essa fundação acabou exigindo a criação outros setores que de igual modo trabalhassem com o serviço social para os marginalizados morros na área da educação e saúde.
Com esses novos desafios o serviço realizado pelo meio do assistencialismo, começa a tomar forma de profissão, primeiramente se desvincula da igreja para realização do trabalho, profissionais agora estudam o contexto do proletariado visando em melhoras.
A busca pelos direitos sociais fora dessa assistência esmolada percorreu um vasto caminho e tem seu inicio pouco depois da revolução industrial, já que neste momento a pobreza aparece de forma mais eminente.
A pobreza que antes era considerado um fato natural e necessário torna-se agora um material de pesquisa e trabalho a ser realizado por profissionais da Assistência Social.
O estado agora é de fato responsável por respostas as questões sociais e suas expressões que estão entre elas: a fome, o desemprego, a violência, entre outros.
Nesse momento não mais existem o homem abençoado e o desabençoado, o que começa a ser apontado pelo trabalho da Assistência social é o resultado do contexto social em que o individuo nasce e cresce, e quais oportunidades o sistema capitalista lhe dá.
Uma cena do filme relata o que a afirmação acima traz.
Chaplin agora é guarda noturno de uma loja e no meio do seu expediente é abordado por um grupo de homens que vão para saquear a loja em que o personagem agora está empregado.
O personagem reconhece um dos indivíduos, este fora seu amigo de trabalho em uma empresa, mas devido à circunstancias agora estava praticando delitos.
Existe uma teoria de Karl Marx que fala sobre o exercito industrial de reserva, ele declara que o capitalismo precisa do desemprego sempre como sombra do “operário” para que assim pressionado ele se esforce para se enquadrar nas exigências dos latifundiários, estando assim inibido para se manifestar contra qualquer exigência feita pelo sistema capitalista.
E foi em meio a manifestações populares que deu se a ruptura com o tradicionalismo, isso ocorre em meio à ditadura e junto com ela nasce a necessidade de reconceituação do Serviço Social, tendo como principal indagação o favorecimento da profissão a classe burguesa e o assistencialismo.
Após esse evento vieram muitos outros que buscavam sempre a reconceituação da profissão, junto com essas indagações emerge também as teorias marxistas nas obras de Iamamoto entre outros.
Todo esse longo caminho percorrido em meio lutas resultaram no desenvolvimento e assim na garantia
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