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A ÁSIA PROVA DO PROFESSOR ROGÉRIO SOUZA SILVA

Por:   •  10/12/2022  •  Trabalho acadêmico  •  5.245 Palavras (21 Páginas)  •  79 Visualizações

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB[pic 1]

Departamento de Educação

 Campus XIV – Conceição do Coité

COLEGIADO DE HISTÓRIA

História da Ásia I

Prof. Dr. Rogério Souza Silva

Nome: Alessandra Nathalia Lima Silva

  1. Tendo como base o texto de K. N. Panikkar, analise o contexto de aproximação ocidental      em relação à Ásia, abordando os seguintes itêns:
  1. Quais as características das sociedades chinesa e japonesa?

        No momento da aproximação dos europeus o império Chinês passava por um longo período de paz e prosperidade sob a grande dinastia Ming. Grande parte desse êxito deve-se á Iong Lo, um dos mais notáveis príncipes da dinastia Ming e que a China como um todo pôde conhecer. Iong Lo, foi responsável por lançar diversas expedições marítimas até a costa da Arábia, exerceu dominação sobre o Japão, Coreia e Anam, nos países que ainda não exercia soberania como na Sumatra, Java e Sião, Iong Lo conseguiu impor tributos. Merece atenção dobrada o fato de quê, a princípio da dinastia Ming o Japão prestava juramentos de obediência a China.

        Segundo Panikkar o fato é que, ainda que os sucessores de Iong Lo não tenham sido tão notáveis quanto ele, no momento em que os europeus, nesse caso falamos do pioneirismo português, desembarcaram pela primeira vez na China, o governo de Cang Te, imperador reinante também da dinastia Ming, era eficiente, competente e leal em todos os segmentos, desde o governo central com o imperador até os vice-reis e governadores locais.

        A dinastia Ming, vigente neste período, desde o seu início com Hong U pretendeu a partir de seu carater nacional reanimar o espírito da cultura chinesa tradicional por meio de reformas, códigos de leis e sistemas de organização imperial fazendo com que entre os séculos XVI-XVII o império Chinês desfrutasse de uma certa estabilidade. Apesar da ênfase no nacional e tradicional, a dinastia Ming como nos diz Panikkar não tinha o isolacionismo como um de seus princípios, pelo contrário, a sociedade chinesa sob a dinastia Ming estava aberta para as relações com o mundo, á exemplo das expedições marítimas de Iong Lo.

        É preciso fazer considerações neste sentido, o império Chinês estava aberto para essas relações desde que as pretensões do “filho do céu”, o imperador, fossem reconhecidas e respeitadas, ou seja, assim que estas pretensões se chocaram com as pretensões magnânimas dos ocidentais a China mudou de ideia em relação aos estrangeiros. Neste contexto é preciso salientar que, além de o imperador exercer uma plena autoridade mesmo nas províncias mais distantes a China era comercialmente e econômicamente forte, não havia necessidade de uma relação comercial mais profunda com o estrangeiro. Mesmo com a derrubada da dinastia Ming e a ascensão dos manchus, sob a dinastia Tsing, o império Chinês conseguiu permanecer forte em frente as investidas de Holandeses e Ingleses que até este momento não conseguiram satisfazer os seus interesses. Situação que viria mudar com o fortalecimento da Grã-Bretanha e o empenho violento desta potência imperialista que ocasionou nas duas Guerras do Ópio.

        O caso do Japão é um pouco diferente. Em 1541 quando Antonio de Moto, Francisco Zimoro e Antonio Perrota desembarcaram, o Japão passava por uma terrível crise feudal e vivia uma estabilidade política por conta do governo duplo, xógum-imperador. Difere neste ponto da “estabilidade” do império Chinês que posteriormente resultou em desdobramentos muito danosos.

        Outra diferença se dá por conta dos interesses japoneses nos métodos de guerra ocidentais, eles logo perceberem que podiam tirar vantagem disto. Apesar deste interesse os japoneses mantinham contato, inclusive contato comercial, com o estrangeiro muito restritamente. Dentro dos limites do controle oficial existiam entrepostos e feitorias de holandeses, portugueses e ingleses. Ao menor sinal de pretensão maior o Japão suprimia os estrangeiros violentamente.

        Uma situação no Japão que exemplifica bastante a crise geral que pairava naquele momento diz respeito a forte insubmissão de grandes senhores feudais e os senhores de fora que demonstravam muito interesse em obter armas modernas com os estrangeiros, sendo possíveis até mesmo de firmar alianças, para derrubar o xogunato tokugawa. Em resposta a isso, o xógum exerceu uma política isolacionista para preservar tanto os negócios exteriores quanto os negócios interiores.

        O Japão como um todo era uma sociedade marcada por muita rigidez, disciplina, hierarquia e que se apoiava na nobreza militar. Foi com essa organização que o Japão permaneceu fechado para o ocidente, ao mesmo tempo que olhava interessadamente para a “ciência” do estrangeiro. O Japão conhecia suas limitações, déficits e o poder dos ocidentais. Resistiu até onde viu que podia e com a chegada do Comodoro Perry foi forçado e teve de readaptar suas estratégias, ou melhor, reorganizar a “casa”.

  1. Quais os objetivos dos países ocidentais na Ásia?

        Em um quadro mais amplo podemos citar quais eram basicamente as pretensões das potências ocidentais na Ásia. O principal objetivo era, sem dúvidas, a dominação do comércio no pacífico, os países ocidentais queriam estabelecer relações comerciais sólidas, vantajosas e lucrativas para eles. Os interesses não ficavam restritos ás relações comerciais, queriam exercer influência política e militar, visavam também a invasão e instalação territorial e por último, mas, não menos importante, tinham também a missão de evangelizar o oriente.

        Na China, Panikkar nos mostra que houve uma mudança nas relações com os estrangeiros por conta das pretensões absurdas que eles tinham. Os portugueses assim que chegaram logo demonstraram seu interesse em se instalar no país edificando portos, dessa forma é que acontecia o comércio na concepção dos portugueses, desembarcavam, construíam fortes e consideravam tal território como sua propriedade. Os ingleses queriam a todo custo um comércio sólido e lucrativo para eles, não para os chineses, por isso a insistência em abrir a China para o comércio e, principalmente a tentativa incansável em encontrar produtos que os chineses se interessassem, mesmo que para isso eles tivessem que usar da pirataria e da violência. Os ingleses queriam virar o jogo, eles compravam da China muito mais do que a China comprava deles, o que não estava favorável para eles. Não há como negar também que os ingleses queriam exercer certa influência política, mas, num primeiro momento isso não foi possível, pois o império chinês conseguia manter sua unidade política, para cada negociação comercial que acontecia nas costas chinesas o governo central tinha que estar em concordância.

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