AD1 História da América II- UNIRIO
Por: Leonardo Freiman • 2/3/2019 • Trabalho acadêmico • 868 Palavras (4 Páginas) • 284 Visualizações
1-As relações raciais nos EUA pré-guerra civil são um tema amplamente estudado pela sua importância histórica e principalmente social, uma vez que as tensões raciais em meio as rupturas e continuidades vão dando diversas pautas ao longo de décadas tanto no cenário Norte americano quanto mundial. A expansão da escravatura para o sul e o oeste se deu principalmente pela necessidade de mão de obra para os plantations, nesse sentido o tráfico negreiro Atlântico foi o principal mantenedor da abominável prática até sua proibição, sendo oficialmente promulgada no ano de 1807 pela Inglaterra o quê acabou afetando os Estados Unidos, a partir daí o mercado escravista dos Estados Unidos manteve-se através do tráfico interno, pessoas eram separadas de suas famílias na transição de um local de trabalho ao outro, tendo todos os seus laços sociais desfeitos para suprir a necessidade de gerar força de trabalho e lucro aos grandes produtores. Ao Norte a escravidão perdia sua força uma vez que o impulso industrial tomava a cena e uma sociedade diferente formava-se, negros livres habitavam as mais diversas áreas da nação e o abolicionismo ganhava voz dentro de certos grupos, porém mesmo em áreas que não eram dependentes do trabalho escravo os negros eram vistos como cidadãos de segunda linha, incapazes de se enquadrar nas “sendas do progresso”, estando fadados a dominação e a marginalização, nas áreas dependentes do serviço escravo nem é necessário dizer que esse pensamento era mais forte ainda. James K. Paulding era uma espécie de porta-voz da ideologia racista e alegava em diversas declarações que os negros livres eram incapazes no tocante ao acesso as condições de cidadania na República Americana. O rapto de negros livres é absurdo e chocante o suficiente pra servir de lente para o período, negros alforriados eram raptados para serem escravizados novamente no sul, a palavra reacionário combina bastante o fato contado. (temo estar sendo anacrônico)
A Saxton defendeu que é importante pensar nos papéis estereótipos frequentemente associados aos negros nesse contexto, o que nos leva a pensar na legitimação do racismo em ideologias ditas científicas que se estruturaram a partir de 1830, o racialismo via a espécie humana dividida em raças que deveriam ser biologicamente catalogadas, e nesse sentido os negros eram vistos como inferiores na “escada do progresso”, a busca de legitimação do racismo se deu nesse sentido também através do jornalismo, de charges, peças teatrais, músicas poemas…, enfim, o racismo adentraria na sociedade americana pelas áreas: culturais, “científicas”, econômicas, políticas e etc…, tendo fortíssimos efeitos e amostras ao longo das décadas e até os dias atuais.
2-Baquaqua tem o rumo de sua vida mudado a partir de ações de abolicionistas segundo indicam as fontes, ao fugir da prisão ele busca no Haiti “uma terra onde os negros são livres” e ao retornar aos Estados Unidos após problemas de adaptação e temores pela instabilidade no Haiti, o autor Lovejoy relata que o agora missionário Baquaqua “não poderia permanecer ali”…, sua estada nos Estados Unidos encontrou certo respaldo pelo circuito missionário Batista estabelecido por grupos abolicionistas, isso dá um panorama do quê pode-se relacionar á segregação a qual os negros tiveram que passar nos EUA, pois nota-se o estabelecimento de negros em nichos sociais bem específicos e marginalizados, tudo isso legitimado pelas teorias racialistas que calcavam os ideais que viam os negros como uma raça inferior e desprovidos da mesma capacidade dos brancos e influenciaram nas dificuldades de Baquaqua em permanecer nos Estados Unidos, quando se vê imerso numa sociedade que não tem perspectiva para ele e seu povo busca o Haiti como “a terra onde os negros são livres” ou na África uma busca por suas raízes e povo originário, mas de fato essa incrível odisséia trás um panorama da instabilidade do povo negro.
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