ANÁLISE DO DOCUMENTÁRIO SOBRE: BÁRBARA DE ALENCAR
Por: Jadecoelho • 24/8/2018 • Resenha • 1.992 Palavras (8 Páginas) • 304 Visualizações
O programa De Lá Pra cá, da rede de televisão TV Brasil, trás em um dos seus episódios a história de uma grande mulher: guerreira, símbolo de heroísmo e também líder da chamada revolução Pernambucana de 1817 no Cariri, atuou na Confederação do Equador em 1824, e participou ativamente ao lado dos filhos e de muitos revoltosos da época que compartilhavam o interesse pela Proclamação da República. O nome dela: Bárbara Pereira de Alencar.
O episódio foi exibido em 2010, quando completaria 250 anos do nascimento de Bárbara de Alencar. No inicio do vídeo foi citado o fato de Bárbara ter nascido em Cabrobó, mas em outras biografias encontradas nos deparamos com a ideia de que ela teria nascido em Exu – PE, mas o que é verídico é o primeiro local citado. Bárbara Pereira de Alencar nasceu em 11 de fevereiro de 1760, na Fazenda Caiçara do seu avô Leonel Alencar Rego, antiga Freguesia que era um pequeno povoado de Cabrobó, hoje localizada no atual município de Exu, interior do Estado de Pernambuco. Aprendeu a ler e a escrever ainda na infância, condição rara para as mulheres de sua época.
Em entrevista ao programa em referência, Tadeu de Alencar, que é Procurador de Pernambuco e também parente distante de Bárbara, nos fala que “[...] Desde cedo foi uma mulher de muita opinião. O pai Joaquim logo percebeu que da sua descendência, Bárbara era a que mais se destacava, com maior brilho, sempre demonstrando muitos pendores para os trabalhos rurais na fazenda, acompanhava a família nas viagens, terminado por conhecer um português que também veio por essas léguas aventura-se e termina praticamente pedindo ele em casamento [...]” (4min. 54seg a 5min e 27seg).
Em 1782, então com 22 anos, Bárbara casou-se com o Capitão e comerciante português José Gonçalves do Santos. Após o casamento, muda-se para a fazenda Salamanca, próxima da então Vila do Crato, que na época era o mais importante povoamento da atual região do Cariri, localizado no interior Ceará. Enquanto o marido cuidava de uma loja de tecidos, ela cuidava de uma fazenda do casal na mesma região.
Em uma imagem de Bárbara que aparece logo no começo do vídeo contata-s um equivoco enorme ao afirmar que Bárbara de Alencar teve rês filhos, quando na verdade ela foi Mãe de cinco filhos: João Gonçalves dos Santos, Carlos José dos Santos, Joaquina Maria de São José, e entre eles os também revolucionários Tristão Gonçalves de Alencar e José Martiniano Pereira de Alencar. É também bastante conhecida como sendo a avó do escritor José de Alencar (1829-1877). Dona Bárbara, como também era conhecida, tentou criar os filhos de modo que eles tivessem ideias e projetos de vida próprios, mantendo-os distantes dos vícios de sua época como: jogos e bebidas e a crueldade como forma de diversão. Fez questão de enviar os filhos para estudar no Seminário de Olinda para que pudessem ter uma boa educação.
No documentário não explica muito bem o que foi o movimento. Para entendermos melhor sobre a Revolução de Pernambuco, vamos ao motivo que se deu essa revolta, que foi devido a economia do Nordeste, que passava por uma grave crise econômica com os preços do açúcar local caindo e à produção do mesmo produto sendo realizada por meio da extração da beterraba na Europa. O algodão começou a sofrer decorrentes quedas com a recuperação da cotonicultura dos Estados Unidos. Além da seca em 1816-1817 que afetou as produções para serem exportadas e parte da agricultura de subsistência. O aumento dos preços nos alimentos e grandes impostos cobrados pela Coroa para o sustento da Corte, considerada parasitária. “[...] a percepção pernambucana é que Dom João foi um peso para as outras províncias e de fato foi. Dom João causou dezenas de imposições e quem pagava era as outras províncias e um dos pontos centrais era a questão dos impostos [...]” (10min. 40seg a 11min e 01seg). Existia na época um grande sentimento de insatisfação e de revolta, “[...] Pernambuco pagou a iluminação do Rio de Janeiro e não tinha uma lâmpada publica na cidade do Recife [...]” (11min. 30seg a 11min e 36seg). Vendo-se explorados pela a Corte, criaram-se vários grupos formados por intelectuais, grupos secretos ligados a maçonaria e até mesmo por cleros em especial o do seminário de Olinda.
No dia 06 de março de 1817, estoura a Revolução de Pernambuco, no qual os revoltosos tomam o poder e no dias seguintes estende-se o comando para os outros estados. Entres a proposta dos revoltosos estava à criação de um projeto de Constituição e a independência de Portugal. O governador Sampaio, que era fiel a monarquia tomou meios para evitar que os republicanos chegassem ao Ceará, sendo muitos deles interceptados no caminho. Porém, um deles conseguiu chegar, na intenção de rebelar o Cariri. É daí então que a Matriarca da família Alencar Barbara Pereira de Alencar, tem um importante papel nesse movimento republicano, através do seu filho, o jovem Seminarista José Martiniano de Alencar, na época com 22 anos que chega ao Crato em abril de 1817, e logo teve o apoio de sua mãe.
Dona Bárbara logo tratou de buscar todo o apoio da família Alencar, amigos e vizinhos para a então revolução que estava a caminho, chegando a reunir mais de 200 homens em frente à Matriz do Crato e logo após a missão o seu filho seminarista José Martiniano entra na Igreja de batina e sobe ao altar, onde fez um discurso proclamando o Crato como a primeira vila republicana do Ceará, segue para a cadeia e soltando todos os presos que lá estavam. Forma, então, uma passeata até o palacete municipal onde retira a bandeira da Coroa portuguesa e estia uma bandeira branca para depois se conduzirem até a Câmara, onde nomearam um escrivão. Lavaram varias portarias e assinaram uma ata que contava o que tinha ocorrido e enviaram uma mensagem de adesão ao governo de Pernambuco. “[...] naquele momento no cariri naqueles sertões arbustos no dia 03 de maio de 1817 se proclamava a republica [...]” (12min. 48seg a 13min). Os patriotas revolucionários do Crato, em clima de festa, foram em direção ao município de Jardim, obtendo também a adesão daquela vila com o apoio do seu irmão que ali residia Leonel Pereira de Alencar, mas esse clima de festa não durou muito, pois, no momento em que o coronel Leandro Bezerra, fiel a Coroa, manda um aviso ao governador Sampaio do que estava ocorrendo no Crato. O governador enviar homens para conter essa revolta. Sabendo disso, muitos dos que estavam envolvidos no movimento tentaram fugir, mas acabaram perseguidos e presos. Joaquim Pinto Madeira prende de imediato os filhos de Dona Bárbara, o José Martiniano de Alencar, João Carlos de Alencar, seu irmão Leonel Pereira de Alencar e o cunhado Inácio Benetti, “[...] Dona bárbara estava no sitio dela e não foi ver
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