AS ORIGENS DO ANTROPOS
Casos: AS ORIGENS DO ANTROPOS. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: terion • 27/11/2014 • 1.403 Palavras (6 Páginas) • 345 Visualizações
APRESENTAÇÃO:
Tem-se como principal proposta para esta unidade de aula trabalhar as principais visões sobre a origem humana: a ciência (evolucionismo) e a religião (criacionismo). Demonstrando o significado dos estudos arqueológicos.
Texto: As origens do antropos. Silas Gurriero.
DESENVOLVIMENTO
AS ORIGENS DO ANTROPOS
GUERRIERO, Silas – Olho Dágua
O texto busca compreender “Quem somos nós?”
A antropologia (etimologia) é a ciência que busca conhecer o antropos, o humano. Nos achamos melhores que os outros animais. Durante muito tempo nos enxergamos como feitos à imagem e semelhança de Deus (teoria criacionista), como podemos ver no livro do Gênesis relata: “Deus disse: “Façamos o homem à nossa imagem, como nossa semelhança, e que eles dominem sobre os peixes do mar, as aves do céu, os animais domésticos, todas as feras e todos os répteis que rastejam sobre a terra”.
Quanta responsabilidade! Não só o Criador nos fez semelhantes a Ele como nos deu o poder de domínio sobre todos os outros seres vivos do planeta. Essa marca carregamos até hoje. Se, na teologia contemporânea, o livro do Gênesis é visto como uma coleção de mitos (metáforas que carecem de interpretação), ainda há muita gente que crê terem sido Adão e Eva, mesmo, os primeiros habitantes humanos deste planeta.
Somos frutos da evolução?
Em meados do século XIX, humanidade levou um choque. Um cientista inglês, geólogo e naturalista, ameaçou nosso lugar sobre o pedestal dos seres vivos. Charles Darwin colocou-nos na incômoda companhia de todos os outros animais. Afirmou que todos somos frutos de uma mesma evolução biológica, assemelhando-nos a nossos parentes mais próximos, os primatas.
Passado um tempo, tendo a ciência confirmado a Teoria da Evolução e encontrado provas inequívocas da sua veracidade, uma saída foi sorrateiramente construída: “Certo, somos animais que, como os demais, participamos do processo evolutivo, mas acreditamos ser essa evolução um progresso: caminha-se do mais simples ao mais evoluído, ao mais elaborado, situando-nos na ponta superior”. Assim, nossa prepotência se manteve intacta: continuamos acima dos demais animais. Essa visão acaba justificando nosso domínio sobre o planeta. Arrogando-nos a exclusividade da razão, colocamos todo o resto à nossa disposição Independente das maravilhas que a humanidade já fez, somos os maiores predadores que já existiram. Se ainda não destruímos a Terra com arsenais atômicos, em pouco tempo podemos acabar com a água limpa e doce, com o ar respirável, as florestas e milhares de espécies. Que superioridade é esta? Tal visão domina o senso comum e até mesmo a comunidade científica. Quando pensamos em “vida inteligente” em outro planeta, logo pensamos em ETs feitos à nossa semelhança. Podem ser esverdeados e ter três olhos desproporcionais na fronte, mas nossa imaginação sempre os pinta com um jeitão humano.
É recente, e ainda muita tímida, a recusa a essa visão. Há evolução, mas ela não representa necessariamente um progresso positivo. É difícil reconhecermos que as mutações aleatórias da evolução dos seres vivos não caminham, necessariamente, a partir de um plano pré-determinado. A evolução poderia muito bem ter acontecido sem a emergência daquilo que chamamos de seres inteligentes (nós mesmos). Pior: pode continuar acontecendo perfeitamente sem a nossa presença, após a extinção da espécie humana.
Em 1977, o filósofo Jacques Monod deu um duro golpe na visão tradicional:
Para Monod, o surgimento da vida no planeta e da espécie humana em especial são frutos de um acaso que as chances de surgirem eram praticamente nulas: “O Universo não estava grávido da vida, nem a biosfera do homem. Nosso número saiu no `jogo de Monte Carlo`”.
Sigmund Freud observou, com ironia, que as grandes revoluções científicas auxiliam na derrubada da arrogância humana de seu pedestal anterior, afastando as convicções que temos de nossa posição central e dominadora. (Freud apud Gould, 1997).
• A primeira dessas revoluções foi a copernicana, que nos removeu do centro de um reduzido universo e nos remeteu à condição de habitantes de um pequeno planeta que gira em volta de uma estrela, que hoje sabemos ser apenas uma, de quinta grandeza e periférica, dentre bilhões de estrelas numa das mais de 200 bilhões de galáxias existentes.
• A segunda grande revolução, para Freud, foi a darwiniana, por nos colocar na descendência comum a todos os demais seres vivos.
• Situou, ainda, sua própria descoberta sobre o inconsciente como responsável por fazer reconhecer que temos um porão desconhecido do qual a razão não consegue dar conta.
Para Stephen Jay Gould, um dos mais famosos evolucionistas e palentólogos da atualidade,...nada melhor para abalar nossa vaidade e nos libertar do que a mudança entre nos vermos como “apenas um pouco abaixo dos anjos”, criados como mestres da natureza, feitos à semelhança de Deus para moldar e dominar a natureza, para o conhecimento de que somos não apenas produtos naturais de um processo universal de descendência com modificação (e portanto parentes de todas as demais criaturas), como também um ramo pequeno e em última instância transitório, que desabrochou tardiamente na frondosa árvore da vida, e não o ápice predestinado
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