O behaviorismo radical: origens e fundamentos
Trabalho acadêmico: O behaviorismo radical: origens e fundamentos. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: dika • 16/5/2013 • Trabalho acadêmico • 3.729 Palavras (15 Páginas) • 2.614 Visualizações
O BEHAVIORISMO RADICAL: origens e fundamentos
Primórdios e fundamentos
O comportamentalismo, como linha dentro da Psicologia tem como o objeto principal o estudo do comportamento. O estudo do comportamento tem sido chamado de Behaviorismo com três tendências, a saber: Behaviorismo Cognitivo, Metodológico e Radical. O cognitivo pressupõe que existe uma relação entre o mundo, como ambiente externo ao individuo, eu desencadeia neste pensamentos e sentimentos que irão determinar seu comportamento no ambiente. O metodológico dá ênfase aos procedimentos de medida do comportamento na sua relação com o ambiente. O Behaviorismo Radica afasta-se destas duas proposições anteriores ampliando a noção de comportamento e de ambiente: entende por comportamento as relações do organismo com o ambiente, expresso pela tríplice contingencia de reforçamento. O ambiente em que se encontra o homem determina e constrói as características eu serão particulares de cada um.
O comportamentalismo/Behaviorismo surgiu nos estados unidos da América com John Broadus Watson (1875-1958) onde três tendências marcantes influenciam sua proposta: a concepção filosófica do empirismo / objetivismo e do mecanismo; a psicologia animal e a psicologia funcional (Schultz & Schultz 1992).
Watson acreditava que analisando determinados comportamentos dos animais seria possível compreender determinados comportamentos dos serres humanos. A Psicologia, para Watson, deveria ser ciência do comportamento, um ramo experimental objetivo das ciências humanas. Descartaria todos os conceitos mentalistas, que postulavam que as causas das coisas e das ações humanas estavam na mente, e só usariam conceitos que pudessem ser operacional e objetivamente definidos como estimulo e resposta. A finalidade da Psicologia seria prever e controlar o comportamento.
Watson vai utilizar como métodos de investigação em seu laboratório: a observação, com e sem uso de instrumentos; os métodos de teste; o método do relato verbal e o método do reflexo condicionado, este processo de conexão entre um estimulo e uma resposta especifica de um organismo, chama-se reflexo condicionado. Watson considera o sistema nervoso secundário e o comportamento indo alem de uma atividade reflexa decorrente de estímulos fisiológicos ou condicionados. Ao contrario das abordagens de Wundt (1832-1927) e de Titchener (1867-1927), em que os sujeitos eram observadores e observados, no comportamentalismo eles são somente observados pelos experimentadores. O homem já não observa, ele apenas se comporta. Essa ideia reforçou a imagem do homem como maquina: basta um estimulo para ocorrer uma cadeia de respostas.
Tanto em termos de metodologia como de objeto de estudo, a nova psicologia de Watson foi um esforço de construção de uma ciência livre de noções mentalistas e de métodos subjetivos, uma ciência tão objetiva quanto à física. Watson critica o mentalismo e a ideia de que todas as explicações estão na mente. Ele acredita que para se entender o comportamento pode-se partir da observação, não precisando supor processos mentais que explicariam tal comportamento.
O behaviorismo radical
O Behaviorismo radical constituiu-se no inicio do sec. XX em plena crise de 1929 eu deixou a população mundial seriamente abalada, convivendo com diversos valores antagônicos e abrindo espaço para diferentes modos de comportamentos. Os EUA, devido às grandes guerras, desenvolveram-se nas áreas de pesquisa, de onde surgiram grandes cientistas e pesquisadores, entre eles B. F. Skinner (1904-1990), um dos maiores teóricos do Behaviorismo Radical.
Skinner baseou-se em visões de ciências anteriores a ele. Ele inicia sua obra tendo como método as ciências físicas e as transformações que elas enfrentavam. Em sua obra mais madura ele toma como modelo as ciências biológicas, mais especificamente o fornecido pela teoria da evolução por seleção natural. Ele adota a concepção de explicação baseada em identificar relações funcionais entre eventos comportamentais. Skinner chega a esta proposição a partir de uma visão histórica do conceito de reflexo, estabelecendo-o como uma correlação observável entre estímulo e resposta. O comportamento para ele é o fazer do organismo. “O comportamento é uma exata função de forças agindo sobre o organismo”. O comportamento do organismo total é o seu objeto de estudo, para isto assume o reflexo como a unidade comportamental a ser estudada, porém ela não explicava comportamentos mais complexos nem os comportamentos que não estavam associados diretamente a estímulos incondicionados. Estes limites levaram-no em 1937 à formulação de uma nova espécie de comportamento: o operante, ou seja, o organismo age sobre o ambiente e produz consequências, reforçamento; selecionando os reflexos importantes e descartando os irrelevantes. A relação não é com um estimulo eliciador, mas, com o estimulo reforçador que segue a resposta. A unidade básica do comportamento passou a ser chamada de tríplice contingencia de reforçameto, que engloba o comportamento e suas condições antecedentes e suas consequências que consistem em um estimulo discriminativo seguido de uma resposta que, por sua vez, é seguida por um estimulo reforçador que controla a probabilidade futura da resposta (Sd – R – Sr). O estimulo discriminativo configura o ambiente no qual a resposta é emitida.
“Foi a noção de relação funcional que tornou possível a inversão da relação da resposta como estimulo reforçado presente no conceito de operante e possibilitar que o comportamento não seja explicado como mero produto passivo do ambiente, mas seja visto como um processos de relações recipocras, em que o homem é produtor do meio que determina.”
Nesta época o modelo das ciências físicas vai perdendo espaço para outras influencias do behaviorismo radical; ate que, na década de 1970, Skinner insere sua ciência no ramo da biologia assumindo o modelo das ciências biológicas.
Skinner no contexto das relações históricas e cientificas a que esteve vinculada atualmente. Neste sentido, é importante perceber eu há um movimento no decorrer da obra de Skinner, pois ao adotar diferentes modelos de ciência, ao longo do tempo, vai configurando transformações na sua visão de objeto e determinação, chegando à proposta de um novo tipo de causalidade e esta concepção de seleção pelas conseuencias altera a concepção de causalidade e refetua a concepção de que um projeto futuro ou finalidade, elaborado por uma mente criadora, seja o agente causador da ação humana.
Para entender o comportamento é necessário assumir a tríplice determinação
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