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America Do Sul

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Por:   •  29/1/2015  •  Resenha  •  2.122 Palavras (9 Páginas)  •  258 Visualizações

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‘’América do Sul e ditadura militar tornaram-se,ao longo das décadas de 1960 e 1970,quase que termos sinônimos.(...)Nesse sentido,a história recente desses países - o nosso tempo presente -, tendo o Brasil à frente, merece uma reflexão aprofundada,no sentido de reviver as condições que permitiram a implantação das ditaduras, bem como a natureza e o alcance de sua obra política e econômica, visando, desta forma, ao seu entendimento e também a impedir a instrumentalização do esquecimento como arma política contra as democracias(...).’’ (pag. 146,par.1)

‘’(...)Em torno de arquivos e lugares de memória, ameaçados pela ainda onipotente ação das forças militares e policiais no continente- as diversas negativas em abrir e tornar públicos arquivos - e pelos políticos engajados no esquecimento, trava-se hoje uma acirrada luta pela preservação de uma memória do tempo presente.’’(pag.147,par.2)

‘’O final dos anos 1970 e a década de 1980 assistiram, por toda a América Latina, a um intenso movimento de redemocratização, com a substituição das ditaduras militares que desde várias décadas dominavam o panorama político continental, não sendo o Brasil um caso único ou modelar do processo de transição democrática, embora, é claro, guarde, como veremos, inúmeras especificidades.’’(pag. 147,par.3)

‘’Da mesma forma, uma firme ação de Jimmy Carter em favor dos direitos humanos abriu novos espaços para a atuação das oposições no Brasil e em todo o continente.Tal visão, muito comum nos meios de comunicação e em algumas análises dos chamados brazilianists, impõe uma série de dificuldades, embora guarde também boas chaves de análise dos processos locais de abertura.’’(pag.147, par.5)

‘’No caso latino-americano, o processo de luta pela democracia e a crise das ditaduras já haviam, em verdade, iniciado bem antes, ao menos desde 1974, a partir de dois pontos distintos de ação: de um lado, a formulação clara de um processo de inserir o Brasil num Estado de Direito(...)MDB em 1974, o único partido de oposição permitido pelo regime.’’(pag.147,par.6)

‘’(...)ditaduras sul-americanas não foi exclusivo dos anos 1960, embora seja neste momento regimes específicos e, da mesma forma, as aberturas - como a processada em 1945-1946 - também já estivessem presentes em nossa história.A novidade reside nos atores em cena - pressão externa; militares e oposição civil, num contexto de Segunda Guerra Mundial.’’(pag.147,par.8)

‘’Assim, entre 1945 e 1964 inúmeros golpes, deposições de presidentes, pronunciamientos e quarteladas são produzidos por uma baixa oficialidade extremamente politizada e fortemente envolvida no clima de anticomunismo típico da guerra fria.Nesse sentido, desempenha um papel central a criação e a atuação da Escola Superior de Guerra, a ESG, centro de formulação e planejamento de um regime militar capaz de regenerar a nação.(...).’’(pag.148,par.12)

‘’Muitos autores valorizam amplamente a pressão externa sobre os países sul-amenricanos, em especial em relação ao respeito aos direitos humanos, como um elemento estrutural das aberturas políticas no continente.(...)O conjunto de ditaduras militares no continente seria fortemente abalado quando da mudança da política externa americana, na era pós-Guerra do Vietnã, em direção a uma extratégia global capaz de recuperar a hegemonia norte-americana por outros meios que não o simples putsch militar.(...)’’(pag.149,par 15)

‘’O país saíra da guerra pelo acordo de cessar-fogo - Acordo de Paris de 1973 - por demais dividido e, ao mesmo tempo, com seu prestígio de campeão do mundo livre absolutamente desacreditado, em especial quando da queda de Saigon em 1975.(...)’’(pag.149,par.17)

‘’Na verdade, por todo o continente, os regimes ditatoriais esperavam uma ação clássica dos Estados Unidos, tal como as intervenções diretas(como foram os casos na Guatemala ou na República Dominicana)ou indiretas(como no Brasil, em 1967, ou no Chile, em 1973).Entretanto, malgrado todas as hesitações e críticas, administração Carter manteve-se coerente e permitiu a formação de um governo popular na Nicarágua.’’(pag.149,par.21)

‘’Os Estado Unidos sinalizavam, desta forma, que o longo histórico de apoio as ditaduras militares latino-americanas havia se encerrado.(...)O sinal mais evidente da sinceridade da política americana se dá quando, após inúmeros contatos secretos, Washington adverte publicamente o general-presidente Ernesto Geisel sobre a violação dos direitos humanos no Brasil.(...)Nesta fase, Geisel, imbuído do nacionalismo militar e cioso dos preceitos de soberania nacional, enfrentou claramente os Estado Unidos, com suas pretenções de reorganizar a hegemonia mundial pós-Vietnã(...)’’(pag. 150,par. 22)

‘’(...)Contudo, deveríamos, para entendê-lo em toda a sua dimensão, somar ao impacto do petróleo de 1973 a crise dos juros externos em 1982.Embora o choque dos preços do petróleo tenha sido importante, em 1973, a abundância de capitais existentes no mercado internacional permitiu uma certa navegação sem turbulências por pelo menos um ano, entre 1973 e 1974 - exatamente na passagem do governo Médice para o governo Geisel - , o que nos faz crer que a crise petrolífera não desempenha um papel fundamental na origem da crise política da dominação militar no país.(...)’’(pag. 150,par. 25)

“Alguns paíse, entretanto, como foi o caso do Brasil sob a administração Geisel, tentaram fazer frente à crise, propondo estratégias alternativas ao estrangulamento do crescimento econômico, como veremos mais a frente.Entretanto, é importante notar que se o impacto da crise petrolífera de 1973 não foi tão terrível quanto parece, sua continuidade em meados dos anos 1970 acabou por sangrar fortemente a economia brasileira.(...)’’(pag.150,par.26)

‘’Assim, o fim da década de 1970 já assiste aos primeiros sinais de esgotamento dos modelos econômicos latino-americano, praticados, até então, com sucesso.As exportações que haviam feito da Argentina e Uruguai países de nível europeu ou o Milagre Brasileiro, modelo da eficiência das ditaduras militares, mostram-se incapazes de manter um processo de crescimento autosustentado.’’(pag.150,par.27)

‘’Todo um ciclo de crescimeto econômico encerrava-se nesse momento, com o modelo econômico esgotado.A crise do milagre econômico, largamente baseado na repressão sindical, no arrocho salarial e na repressão política, arrastava

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