Aroeira: 100 Anos De Comunidade Negros No Sertão Pedroavelinese.
Ensaios: Aroeira: 100 Anos De Comunidade Negros No Sertão Pedroavelinese.. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: 644662 • 13/4/2014 • 2.532 Palavras (11 Páginas) • 518 Visualizações
Aroeira: 100 anos de comunidade negros no sertão pedroavelinese.
Jobson Cleyton Bezerra do nascimento – UnP/UFRN.
Genival Antonio do Nascimento
Severina Inácio Bezerra do Nascimento
Sérgio da Silva Paiva – UERN
Silvino Rodrigues de Paiva Filho
Maria Socorro da Silva
O presente trabalho tem como objetivo mostrar através da historia e historiografia potiguar o registro da existência de mais um quilombola desconhecido dentre vários existentes, que fixam presença no território brasileiro. O Quilombola Aroeira é um é um clã de negros remanescentes de escravos, que se desenvolve até os dias atuais na zona rural a 9 (nove) KM da sede do município de Pedro Avelino, em uma região popularmente chamada como: fazenda Aroeira, situada na região central do sertão potiguar. E do que seja um A utilização da mão de obra negra africana e de seus descendentes libertos no Brasil foi um dos processos que contribuiu consideravelmente para deixar marcas inesquecíveis na historia da sociedade brasileira. Remanescente de Quilombolas? Seguindo pelo processo de povoamento da região; tempo de ocupação da região; como o grupo chegou à região; como se deu a ocupação da terra; famílias que formaram e que formam a genealogia do grupo; organização social e atividades econômicas e culturais desenvolvidas pelos membros da comunidade. Como fontes de pesquisa para realizar este trabalho foram utilizadas tanto registros escritos, como também orais provenientes de um casal de anciões: Antonio Martins da Silva, vulgo vovó; de 108 anos de idade, e da senhora Maria Francisca da Conceição da Silva, de 99 anos de idade. Ambos afirmam que a comunidade surgiu no interior do município muito antes da emancipação de Pedro Avelino, que era distrito do município de Angicos, no final do século XIX. A origem da comunidade transcende desde a província do Rio Grande do Norte – Período Imperial; e do encontro de negros vindos de outras regiões: alagadiços do Ceará-mirim – trabalhadores das lavouras de cana; do Seridó Potiguar – vaqueiros de gado; e de negros libertos das cidades de Assu e Mossoró, que se encontraram e povoaram a Aroeira onde já existia negros habitando-a.
Palavra Chave: História. Negros. Quilombola.
No Brasil, a escravidão negra teve início com a produção de açúcar na primeira metade do século XVI. A implantação e desenvolvimento dos canaviais nordestinos fizeram com que os portugueses estimulassem um rendoso transporte de negros de suas colônias africanas para serem utilizadas como mão-de-obra escrava. Os negros eram transportados em porões de navios, que eram titulados, devido as suas finalidades, de navios negreiros. Amontoados, em condições desumanas, muitos morriam antes de chegar ao Brasil e seus corpos eram lançados ao mar. Ao chegar em território brasileiro os negros africanos eram comercializados, ou seja, vendidos como objetos. Havia interesse na compra desses negros, onde os mais saudáveis eram vendidos em até o dobro daqueles mais frágeis ou velhos. Os negros vendidos eram levados para a fazenda de seus donos, tratados de maneira desumana, trabalhando de sol a sol, onde recebiam apenas roupas velhas e uma alimentação de péssima qualidade. Passavam as noites de frio nas senzalas (galpões escuros, úmidos, com pouca higiene e sem cuidados médicos). Os escravos eram constantemente castigados fisicamente – eram amarrados a um tronco e açoitados pelo feitor a mando do seu senhor; e moralmente – sendo submetidos a tratados como animais e chamados de negros. Em publicação anterior (BARROS, 2009) entre os séculos XVI e XIX, os “negros” não se viam na África em absoluto como “negros”. “Negro foi de algum modo uma construção “branca” – já que os povos africanos enxergavam a si mesmos como pertencentes a grupos étnicos bem diferentes e em certos casos reciprocamente hostis.
Nas fazendas, era proibida a consecução de práticas religiosas de origem africana, ou de realizar suas festas e rituais, até porque a condição de escravo os obrigava a seguir a cultura imposta por seus senhores, à religião católica e a língua portuguesa. Para não deixarem a cultura africana cair no esquecimento, seus rituais eram praticados as escondidas, tomando o máximo de cuidado para não serem descobertos.
Reagindo aos maus tratos dos seus senhores e em busca de uma vida mais digna, fugiam das senzalas e das fazendas – movimentos freqüentes e comuns. Os negros fujões, como eram chamados, quando não eram capturados pelo capitão do mato – encarregado, na sociedade escravocrata brasileira, de reprimir de reprimir e aprisionar os escravos – juntavam-se a outros grupos de negros fugitivos e dentro da mata formavam os quilombos .
Havia quilombos que surgiram como centros de resistência, dentre eles, o mais importante foi Palmares fundado no ano de 1597 por escravos foragidos na Serra da Barriga, situado no interior do Estado de Alagoas, Palmares sob a liderança de Zumbi (1680 – 1695). Formaram-se inúmeros quilombos menores, com algumas centenas de homens, em todo o território do Brasil escravocrata. Os quilombolas, habitantes dos quilombos, eram em sua maioria formados por escravos negros. “E não apenas negros escravos evadidos, como também de marginalizados de todos os tipos, entre os quais mouros, judeus, e indivíduos acusados de bruxaria ou perseguidos pelo regime colonial” (FUNARI, 2005:48) .
De acordo com as investigações de (COSTA, 2008) . Durante três séculos (do séc. XVI ao XVIII) a escravidão foi praticada e aceita sem que as classes dominantes questionassem a legitimidade dos cativos. Muitos chegavam a justificar a escravidão, argumentando que graças a ela os negros eram tirados da ignorância em que viviam e convertidos ao cristianismo. A conversão libertava os negros do pecado e lhes abria a porta da salvação.
Como comentamos anteriormente, sabemos que os principais portos de desembarque do tráfico negreiro era Recife, Salvador e Rio de Janeiro, e após chegarem aos seus destinos, eram distribuídos para as demais províncias do Brasil. Os escravos viajavam por diversas rotas.”(WEYWOOD;2009:P.135) .
O restante dos negros que eram enviados para as demais “alcançou Belém por outros portos do Nordeste. Bahia, Pernambuco, Natal (Rio Grande do Norte, Paraíba, Piauí e Maranhão. (...), esses africanos refletiam as origens de escravizados geralmente importados para a Região Nordeste XVIII”. (WEYWOOD, 2009:P137).
A introdução
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