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Por:   •  21/9/2014  •  1.318 Palavras (6 Páginas)  •  303 Visualizações

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UNIVERSIDADE ALTO VALE DO RIO DO PEIXE-UNIARP

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

ATILIO PRANDO

HISTÓRIA DO CONTESTADO

CAÇADOR

2012

ATILIO PRANDO

100 ANOS DO CONTESTADO, APARTIR DO MEU OLHAR.

Projeto apresentado como exigência para obtenção

de nota na disciplina História do Contestado do Curso

Ciências Contábeis ministrado pela Universidade Alto Vale

Rio do Peixe, UNIARP, Caçador, sob orientação da

Professora Sonia de Fátima Gonçalves.

CAÇADOR

2012

Passado 100 anos, ainda temos muito o que aprender/ desvendar sobre o que realmente aconteceu naqueles 4 anos sangrentos em nossa região.

Procurarei expor sobre um trabalho feito por Walter Tenório Cavalcanti - Editora da UFSC – Florianópolis - SC, 1995.

Vindo a divergir em total ou parcial de muitos outros autores, mas nunca desprezando a importância de seus trabalhos para a história brasileira.

Este trabalho será levado mais pelo lado religioso.

A referida guerra durou 4 anos entre 1.912 a 1916. Ganhou este nome por acontecer na região de disputa deste território pelos Estados de Santa Catarina e Paraná, compreendia a região do Oeste Catarinense, Meio Oeste e parte Planalto Serrano.

Alguns anos antes consta que passou por aquela região e outros Estados próximos um monge de nome João Maria de Agostinho, o mesmo ficava sempre nas proximidades dos povoados, junto a algum rio ou sanga.

Na comunidade ele curava os doentes com ervas, benzimentos e orações. De maneira muito simplória dava bons conselhos aos que o procurava. Isso no final do século passado.

No ano de 1911, apareceu em Curitibanos um cidadão chamado Miguel Lucena Boa ventura, sendo ele um cabo expulso da policia do Paraná. Dizia ele chamar-se José Maria e ser irmão do verdadeiro monge João Maria.

O trabalho dele era similar ao antecessor, tratava os doentes e rezava, ganhando confiança e admiração pela comunidade.

Em 1912 instalaram um reduto fora da vila de Curitibanos, local chamado de Taquaruçu, fizeram isto para poderem ficar mais perto do Monge José Maria. O povo ali presente não era apenas de pessoas humildes e sem-terra, pois havia junto pessoas de posses, comércio e alguns fazendeiros.

Demonstrando assim que não era um movimento desordeiro, mas sim um povo unido pela fé, religiosidade ou simplesmente fanatismo. O que eles procuravam ali era a salvação da alma.

As autoridades da época comunicaram ao Governador,

o qual mandou um policiamento para dispersar o movimento. José Maria e seus fiéis ou simplesmente fanáticos para evitar algum confronto se retiraram para os campos de Irani. Lá a questão acabou ficando mais critica ainda, pois o Governo do Paraná, pensou que fosse um grupo de desordeiros querendo tomar posse daquelas terras, pois havia um embate judicial na questão da divisa. Na realidade aquelas terras já pertenciam por ordem judicial a Santa Catarina.

“Iniciava-se assim, em 22 de outubro, a campanha, a luta armada do contestado. O sangue fora derramado. Quando isto acontece, o ódio penetra no coração dos homens. O desejo de vingança exige mais sangue.

Vem das áreas primitivas ser o preço do sangue o próprio sangue. A cobrança é um dever a que não pode fugir o herdeiro do nome. O resgate é a lei; José Maria encontraria muitos herdeiros dispostos a cobrar a divida. As profecias do seu antecessor iriam realizar-se, viria a guerra. E o sangue, efetivamente, voltou a correr.”

“ Essa gente que cercava o monge estava em fase de exaltação mística, pois ocupava-se da reza a maior parte do tempo. E de maneira nenhuma pretendia lutar.” (CABRAL, P. 206).

O Monge José Maria previu que seria morto neste confronto e isto realmente aconteceu, e que em um ano naquela mesma data voltaria. O povo já sem o seu mestre, voltaram ao reduto de Taquaruçu para aguardar a “volta” do mesmo. Neste meio tempo eram conduzidos por “videntes” e pelas “meninas virgens” os quais diziam receber ordens do “São João Maria e São José Maria”, prontamente o povo obedecia.

Esse povo não queria guerrear contra o policiamento e o Exército Nacional, estes sim impuseram a guerra, com grande superioridade nos armamentos, metralhadoras, canhões e até aviões, se defendiam como podiam, se escondendo, vendo seus casebres, igrejas, seus animais e seus próprios irmãos de fé serem destruídos, massacrados, liquidados. Os sobreviventes formavam novo reduto, a onde apenas pretendiam viver em comunidade, rezar e fazer sua peregrinação com o intuito de salvarem suas almas.

Eram tão fanáticos que abriam mão de viver no sistema capitalista, se desapegavam aos bens materiais, abandonavam suas casas, terras e até fazendas, para viverem em comunidade.

Desta forma fica evidenciado que estas pessoas que estavam ali, não estavam se juntando para lutarem por posse de

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