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Braços Cruzados Máquinas Paradas

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Por:   •  16/4/2014  •  720 Palavras (3 Páginas)  •  628 Visualizações

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Braços Cruzados Máquinas Paradas

Braços Cruzados Máquinas Paradas fala sobre as eleições para o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo em maio de 1978, demonstrando o embate entre as três chapas concorrentes.

Naquele ano o movimento sindical acordava de uma década de ressaca. A dura repressão das greves de 1968 (Contagem, MG e Osasco, SP) sufocou as grandes manifestações dos trabalhadores. Mas a diminuição das lutas não refletia falta de problemas. No fim dos anos de 1970 o arrocho salarial, a falta de liberdade e o desemprego castigavam a população.

A estrutura sindical vigente dificultava a organização, pois, entre outras coisas, não possibilitava a reunião das diversas categorias, previa que o dissídio coletivo fosse em dias diferentes e não permitia que o dinheiro do Sindicato fosse usado para criação de um fundo de greve.

Era um sistema criado por Getúlio Vargas durante a ditadura do Estado Novo (1937 a 1945). O filme faz esta digressão, mostrando imagens da Era Vargas e apontando Getúlio como um presidente fascista, que ludibriava o povo instituindo leis trabalhistas que, na verdade, mascaravam o controle autoritário sobre os trabalhadores e suas organizações. Vale ressaltar que se trata de uma visão unilateral. Se por um lado Vargas exerceu de fato um governo autoritário, por outro ele rompeu com oligarquias e implementou um desenvolvimento urbano no Brasil. Suas ações não podem ser avaliadas fora do contexto internacional e da correlação de forças de sua época.

Interessa-nos aqui, entretanto, a parte que diz que, na Era Vargas, a organização sindical ficou atrelada ao governo. Situação muito favorável aos militares, que, depois do golpe de 1964, mantiveram a estrutura sindical deliberada por Vargas e levaram a ferro e fogo este atrelamento.

Braços Cruzados Máquinas Paradas faz bem em relacionar a difícil situação sindical no regime militar a uma estrutura criada décadas antes, em outro contexto, também repressivo. Desta forma, o filme desfaz a falsa idéia de que a ditadura surgiu como um câncer em um corpo saudável. Ele aborda um desenrolar da história de modo a ilustrar que o regime tem raízes fortes.

Contudo, não se trata de um filme neutro em relação aos metalúrgicos de São Paulo. Trata-se de um filme que defende o ponto de vista da tendência que se apresentava como oposição sindical. Seguindo esta linha ele se apresenta contrário à diretoria do Sindicato de então.

As belas e nostálgicas imagens da agitação dos trabalhadores na histórica Rua do Carmo, na Sé, centro de São Paulo, há mais de trinta anos trazem memórias de um tempo que já parece longínquo, que já parece posteridade, que já parece história. As entrevistas com Joaquim dos Santos Andrade, o algoz da radical Chapa 3, é dos poucos registros que se tem do Joaquinzão. Mais uma lacuna na história do movimento operário brasileiro. Ainda não há um bom levantamento histórico sobre este sindicalista controverso, amado e odiado, que escreveu por linhas tortas e se negou a entregar-se a um idealismo vazio, praguejado pela ala esquerdista de então. Isso impede que o pesquisador compreenda como de fato foram aqueles anos de greves e agitação entre os metalúrgicos de São Paulo.

No filme, depois de apresentadas as Chapas, cenas fortes se seguem, como que em um apelo

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