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CRÍTICAS AO PENSAMENTO DAS SENZALAS E CASA GRANDE

Por:   •  12/12/2015  •  Resenha  •  1.005 Palavras (5 Páginas)  •  715 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

DISCIPLINA: HISTÓRIA DOS AFRODESCENDENTES NO BRASIL

DOSCENTE: HENRIQUE CUNHA JR.

DISCENTE: BEATRIZ DE HOLANDA ROSA

CRÍTICAS AO PENSAMENTO DAS SENZALAS E CASA GRANDE

Um livro como Casa Grande e Senzala desmerece a luta dos negros e a forma como foram vítimas de um sistema escravista e opressor, que colocava o negro como ser inferior e acreditava que a miscigenação seria uma forma de formar uma sociedade limpa e civilizada. A forma como Freyre trata as relações sociais na formação da sociedade brasileira coloca o negro no papel de individuo condescendente as explorações e predestinado a inferioridade.

No campo das ciências humanas o livro é leitura obrigatória, mas a problemática acontece quando o referido é tomado como uma verdade absoluta e não uma real problematização a respeito de quem escreveu, por que foi escrito e com qual intuito foi escrito. O Brasil do futuro não vai ser o que os velhos historiadores disserem e os de hoje repetem. Vai ser o que Gilberto Freyre disser. Freyre é um dos gênios de palheta mais rica e iluminante que estas terras antárticas ainda produziram. (MONTEIRO LOBATO, 1938). O protagonismo atribuído ao livro de Freyre faz com que ao autor seja condicionada mais credibilidade do que a outros autores e que a obra seja atribuída uma legitimidade maior quanto as suas afirmações. Contudo, é preciso problematizar essa fonte que muitas vezes usa do ''achismo'' para legitimar suas crenças e, além disso, abusa do machismo, do racismo e de outras inúmeras formas de descriminação para marginalizar as populações que não se enquadravam na figura do branco colonizador.

Várias produções que visavam atribuir legitimidade a obra de Freyre foram produzidos, mas também muitas obras que tinham o objetivo de deslegitimar seu discurso, muitas vezes usando de dados mais concretos do que os usados por Freyre, e que comprovavam que suas afirmações eram falsas. Na construção da historiografia brasileira pouca importância é atribuída aos autores que descordavam e descordam das alegações de Freyre, basicamente, cabe somente ao leitor buscar compreender a formação da sociedade por outras perspectivas, pois a imposição de leitura só é cabível quando se trata da obra de Freyre, ou seja, a visão eurocêntrica, conservadora e aristocrática da história ainda é predominante na construção do pensamento em pleno século XXI.

Muitas das afirmações de Freyre são contestáveis, o fato de que nem todos os negros viviam em senzalas, o fato de que em maioria as mulheres negras e índias eram estupradas pelos homens brancos e o fato de a escolha do negro como força de trabalho não ter acontecido de maneira aleatória são só alguns exemplos. Quando se refere aos africanos, as culturas são sempre tomadas a partir da lógica dos portugueses, sem considerar as tecnologias e os feitos realizados no campo concreto da produção pelos descendentes no Brasil. Muito menos se considera o intenso comércio de produtos africanos que irriga a sociedade brasileira. (CUNHA, 2013) Em nenhum momento existe um interesse em

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