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Caxias entre homem e mito

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Por:   •  29/11/2014  •  Pesquisas Acadêmicas  •  2.690 Palavras (11 Páginas)  •  250 Visualizações

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1. INTRODUÇÃO

Para podermos analisar o duque de Caxias, temos que ter conhecimento de sua época, e em que contexto em que se encontrava o Brasil. Não buscamos aqui esgotar o assunto, mesmo porque é um período muito grande e de diversos acontecimentos marcantes na história.

O período em que trabalharemos nesse capitulo será o Regencial e também o de D. Pedro II efetivamente como imperador. Período estes marcados por uma forte instabilidade política e econômica, principalmente por fortes movimentos internos, como por exemplo, Cabanagem (1835- 1840), Sabinada (1837-1838), balaios (1838-1841) e os farrapos (1835-1845), Revolução em São Paulo (1842), Praieira (1848-1852), e movimentos externos como a guerra contra Rosas e Oribe no Uruguai (1851), e uma das mais importantes a Guerra do Paraguai, entre outros movimentos.

Não abordaremos aqui todas as revoltas que abrangeram os períodos da Regência e do segundo reinado, trabalharemos somente nas revoltas consideradas por alguns autores como as mais importantes da carreira de Luiz Alves de Lima e silva, que nos ajudara a compreender melhor sua trajetória posteriormente. Trabalharemos aqui tanto a importância do movimento para o Brasil, quanto à questão da participação de Caxias. Ressalta-se o caráter deste capitulo que de contextualização.

Iniciaremos discorrendo sobre a revolta dos balaios, que foi um movimento de grande repercussão durante o período Regencial. Esse movimento contou com ampla participação de diversos segmentos da sociedade, como vaqueiros, roceiros, artesãos, mulatos, negros, brancos, etc. Segundo a historiadora Claudete Dias, a revolta dos balaios ainda hoje é de difícil compreensão, pois o único meio de se pesquisar sobre o movimento é a partir de documentos de autoria do governo, por isso totalmente tendenciosos, e que na maioria das vezes classificam os revoltosos como “transgressores da lei”, “um bando de facciosos”, “insolentes”, “canalhas”, “malvados” e “revoltosos”. (DIAS, 2002).

Apontarmos um líder para um movimento amplo como este e que se espalhou por um espaço territorial tão vasto e de difícil acesso é extremamente complicado, entretanto alguns se destacaram como foi o caso de Raimundo Gomes, que iniciou o conflito. Cosme Bento das Chagas, um negro que liderava um grupo de escravos na maioria das vezes fugidos de seus donos, ele mesmo Cosme Bento havia fugido da senzala onde era mantido, com este mesmo grupo invadiam fazendas á libertar outros presos, e assim arregimentando novos recrutas para o movimento. Outro líder foi este que de seu apelido tornou conhecido o movimento, Manuel Francisco dos Anjos Ferreira, o Balaio.

Manuel Francisco, o balaio , teve sua esposa e filhas violentadas pelo comandante das forças legais .

No Piauí havia grande descontentamento por parte do povo contra o governo do Barão da Parnaíba, que mantinha dentro da província um governo rígido chegando próximo a uma ditadura. O recrutamento de forma abusiva e a lei dos prefeitos contribuíam ainda mais com a insatisfação popular. Claudete Dias afirma ainda que:

Esses três fatores – o recrutamento, a “lei dos Prefeitos” e a administração do Barão da Parnaíba no Piauí – contribuíram para acentuar o descontentamento da população, desembocando na Balaiada, movimento popular que deixou profundas marcas na sociedade piauiense. Eles são as causas imediatas, molas propulsoras da eclosão da balaiada, [...]. Destes, o recrutamento acentuava mais a insatisfação da população que tomava consciência ou começava a mobilizar-se no Piauí contra o governo do Barão da Parnaíba. (Ibid. p. 130).

Mesmo toda essa agitação no Piauí, o movimento eclodiu no Maranhão em 1838 pelo vaqueiro Raimundo Gomes, que invade a cadeia de Vila da Manga para libertar seu irmão e outros presos que certamente seriam recrutados. O movimento se inicia no Maranhão e logo depois se alastra pelo Piauí, onde ganha força e principalmente adeptos (os balaios).

O movimento não ficou reprimido somente a essas duas províncias, segundo Claudete todas as regiões que faziam fronteira com essas duas províncias de forma direta ou indiretamente participaram do conflito. Claudete afirma que o movimento:

[...] se estendeu também para fora da Província, alcançando as fronteiras da Bahia, Ceara, Pernambuco e Goiás, bacia do São Francisco, vãos das serras e veredas. Estas Províncias foram atingidas de alguma forma, ou com a ajuda de armamentos, munições e tropas, ou pela propagação dos grupos “rebeldes” que, fugindo da repressão, buscavam refugio e apoio em vários municípios.

No decorrer do ano de 1839, o movimento atinge seu auge com o cerco a vila de Caxias uma das mais importantes vilas. Onde após dias de sem receber mantimentos devido ao cerco a vila se rende. Foi no mês de outubro durante a tomada da vila que um dos lideres perde a vidas, Manuel Francisco o balaio, morre após uma infecção na perda causada por um tiro.

Ao termino do ano de 1839, o governo Regencial resolve delegar sobre uma única pessoa o comando das operações bélicas e o cargo de presidente da província do Maranhão, com o intuito de agilizar a tomada de decisões quanto às ações de combate. E Luiz Alves de Lima foi enviado para tal cargo, assumindo logo que chegou a São Luiz, em 1840.

Ainda em 1840, no Rio de Janeiro, capital do Império acontece o que passa a história como “golpe da maior idade”, onde o ainda jovem D. Pedro II é coroado Imperador do Brasil. Ainda em 1840 resolve por meio de decreto anistiar os revoltosos que se entregarem ao governo provincial.

Aliada a ao fato da anistia aos revoltosos Luiz Alves de Lima infringiu varias vitórias aos resistentes, tomando a vila de Caxias. E pacificando a província do Maranhão. E em meados de 1841 o Barão de Parnaíba considera a Província completamente pacificada.

A função de Caxias não foi decisiva para o termino do conflito, mas suas ações contribuíram de maneira significativa. Com efeito, o tenente-coronel Antonio César Castro de Sordi afirma que:

Ao mesmo tempo em que atuava politicamente, traçou estratégias para quebrar o moral dos “balaios”, organizou as tropas, iniciou o processo de moralização da administração publica[...] como movimentos rápidos e bem coordenados, passou a reconquistar posições[...]A cidade de Caxias é retomada, assim, como as demais localidades em poder dos rebeldes, após sangrentas disputas [...]. (SORDI, 2003, p. 76).

A Revolução Farroupilha foi uma das revoltas internas mais longas do império brasileiro e ocorreu entre os anos de 1835 a 1845. Podemos também ouvir o termo guerra

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