Conteúdo de Textos - Modelo, Orientações e exemplo
Por: Débora Stefane • 10/7/2018 • Resenha • 1.380 Palavras (6 Páginas) • 280 Visualizações
SOBRE O RESUMO DE CONTEÚDO DE TEXTOS
O que é?
É a apresentação sintética, clara e precisa do pensamento do autor. Uma condensação fiel das ideias contidas no texto.
O que NÃO é?
Não é a cópia dos tópicos do texto, nem é uma transcrição.
Como fazer?
- Primeira leitura do texto, para uma visão geral do mesmo.
- Segunda leitura do texto, grifando as ideias principais;
- Incluir apenas um texto em cada ficha;
- Escrever com as próprias palavras os pontos relevantes do texto, observando:
- as partes essenciais,
- a progressão em que se sucedem e
- a correlação entre elas.
Dica: De modo geral, imagine que você precisará apresentar um resumo do texto a alguém. Geralmente você faz isso sem grandes dificuldades quando, por exemplo, precisa contar para os amigos como foi a festa, a viagem ou ainda o filme ou capítulo da Série que você participou/viu e ele não.
O ponto chave para um bom resumo é entender quais as ideias principais, a ordem em que elas aparecem e como elas se relacionam entre si. Geralmente, cada parágrafo aborda um tema específico. Assim, entender a ideia principal em cada parágrafo pode ajudar na construção do resumo.
Ao final de cada parágrafo, responda à seguinte pergunta mental: “O que o autor quis me dizer nesse parágrafo?”
Com essa resposta em mente, faça a relação entre ela e o parágrafo anterior e entre esses e o texto como um todo. É uma receitinha de bolo que não tem erro.
ATENÇÃO!!
- 1. O resumo deve ocupar, no máximo, uma lauda;
- 2. Podem alterar o tamanho das linhas que compõem cada uma das partes solicitadas. Contudo, não podem desrespeitar o limite máximo de uma lauda.
- 3. Para a entrega, não precisam fazer capa nem folha de rosto.
MODELO DE FICHAMENTO
Discente: | Turma: | Data da entrega: __ /__ /__ |
(Registro de dados bibliográficos. Seguir normas da ABNT) | (tema central do texto) | |
(Conteúdo fichado) | ||
(Comentários) | ||
(conclusão/apreciação pessoal) | ||
(Principais dúvidas) 1. 2. 3. |
Exemplo
ANDERSON, Perry. Balanço do neoliberalismo. In: SADER, Emir; GENTILI, Pablo (Org.). Pós-neoliberalismo: as políticas sociais e o Estado democrático. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995. p. 9-23. | Neoliberalismo |
O texto lança um olhar sobre a trajetória histórica e conceitual da ideologia neoliberal. Identificando o pensamento de Friedrik Hayek como precursor da ideologia neoliberal, já na década de 1940, Anderson concluí que tal ideologia permaneceu amainada até o advento da crise de 1973. A partir dos escombros desse desastroso momento da economia capitalista de formatação keynesiana, Anderson identifica a passagem do neoliberalismo do campo da teoria para a seara da prática, notadamente a partir da ascensão de Margareth Tatcher ao governo da Inglaterra, primeiro país de capitalismo avançado a adotar as concepções neoliberais. Também merece destaque, na percepção do autor, a ascensão de Donald Reagan à presidência dos Estados Unidos da América, em 1983. Embora sejam indistintamente apontados como pilares da política neoliberal, o autor destaca as diferenças existentes nos modelos neoliberais implementados por cada um desses governantes. Ponto fundamental na abordagem do autor, diz respeito ao fato de as praticas neoliberais terem alcançado, com êxito, praticamente todos os objetivos aos quais se propunham, quais sejam, privatizações sistemáticas, aumento das taxas de desemprego, desarticulação dos movimentos sindicais, crescimento das taxas de desigualdade sociais e consequente fortalecimento da concentração de renda. Contudo, merece destaque o fato de o crescimento da economia capitalista não ter retornado aos níveis da era de ouro do capitalismo (décadas de 1940 e 1950) mesmo após a efetivação da hegemonia neoliberal. Tampouco se verificou uma diminuição significativa do tamanho dos Estados, se comparados aos baluartes do keynesianismo. O primeiro fracasso do neoliberalismo é creditado, segundo Anderson, ao excesso de especulação financeira que se sucedeu ao colapso da URSS. Já o segundo fracasso é devido, dentre outros fatores, ao aumento de gastos dos Estados, motivados pelo aumento do desemprego e com o sistema previdenciário, consequência do envelhecimento das populações. Analisando a trajetória do neoliberalismo no continente americano, Anderson assevera que a democracia não é um elemento fundamental das políticas neoliberais e conclui que esse sistema, embora hegemônico, não se encontra acabado, o que impossibilita uma abordagem mais definitiva. | |
O texto consegue uma abordagem clara e concisa do neoliberalismo. A abordagem das práticas neoliberais em diversos países, partindo da Europa, passando pela Ásia e chegando à América, permite a compreensão das nuances e especificidades desse modelo político-econômico que se tornou hegemônico nos dias atuais. | |
O texto permite uma visão panorâmica do nascimento, ascensão e ápice da ideologia neoliberal. Usando de um tom que flerta com a ironia, Anderson proporciona um diagnóstico que, embora holístico, não deixa a desejar em profundidade, em sua sistemática apresentação do neoliberalismo. | |
1 Como pode se falar em crise do modelo neoliberal se, como afirma Anderson, o modelo alcançou praticamente todos os seus objetivos? 2. Como os neoliberais conseguem alinhar a ideia do sujeito que constrói seu próprio sucesso, por meio da meritocracia, com a existência de heranças ou coisas do gênero? |
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