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Ditadura No Brasil

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Por:   •  6/4/2014  •  1.364 Palavras (6 Páginas)  •  366 Visualizações

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Com a subida de Ernesto Geisel ao poder da república em 1974, inicia-se a transição para o regime democrático no Brasil. Após o milagre econômico da ditadura militar dar sinais de enfraquecimento, é adotado o projeto de abertura política “lenta, gradual e segura”. O objetivo de Geisel era realizar uma “transição de controlada”, para garantir que os militares não fossem punidos. Foram adotadas medidas de liberalização do regime que eliminasse os poderes de exceção. (José Roberto Franco Reis)

Segundo (REIS, online) o que aconteceu foram idas e vindas na utilização dos instrumentos de repressão, a introdução de outros métodos menos radicais, como a substituição do AI-5 – Ato Institucional nº 5, em 1979 por medidas denominadas “salvaguardas institucionais”. Geisel foi o presidente militar que mais cassou políticos de oposição, tornando-se o ditador da abertura política. Um importante passou foram as medidas tomadas como o fim da censura prévia no rádio e na televisão, além da volta da garantida do habeas corpus para crimes políticos.

Apesar da visível abertura política e dos direitos civis e sociais, existiam militares descontentes com esse processo de democratização do país. Eles foram responsáveis por vários ataques terroristas, utilizando-se de explosão de bombas em várias entidades como a OAB – Ordem dos Advogados do Brasil e a ABI – Associação Brasileira de Impressa, além de sequestrar líderes da sociedade civil. Essa ala era chamada de linha-dura do regime, para eles o poder dos militares sobre o país deveria se manter inalterado, garantindo a segurança nacional, para combater a desordem e possível crescimento do comunismo.

Alguns dos momentos marcantes da história do país, referente aos conflitos militares, foram a tortura e morte do jornalista Vladimir Herzog em outubro de 1975, do metalúrgico Manuel Fiel Filho dentro do próprio DOI-CODI de São Paulo, em janeiro de 1976. Esses episódios causaram grande indignação na opinião pública nacional, causando a queda de vários militares da chamada linha-dura do poder, inclusive sendo críticos ferrenhos do presidente, questionando a autoridade de Geisel, como o ministro do Exército Silvio Frota e também o comandante do Exército, o general Ednardo D’Ávila Melo.

A sociedade civil crescem fortemente nos anos de 1970, ocupando praças, escolas, ruas e igrejas, descontentes com o regime militar. Essas ações não eram previstas pelo Governo, que se viu obrigado a ampliar o debate para que o processo de redemocratização do país fosse uma pauta constante da agenda política do país. A sociedade civil se viu fortalecida e pode ajudar na alteração das ações do governo perante as várias incisivas do povo contra a opressão militar.

Segundo (REIS, online) um dos movimentos de grande destaque da época foi o MCV – Movimento do Custo de Vida. Em seu primeiro encontro o movimento reuniu apenas 46 donas de casa, e em apenas 4 anos, em 1976, foi realizada uma manifestação com mais de 20 mil participantes na praça da Sé, região central da cidade de São Paulo. O intuito dessas pessoas era lutar contra o alto custo de vida para a população brasileira. A sociedade já não estava suportando viver sob um regime duro, e economicamente inviável, a mudança foi a pauta daqueles anos, as pessoas estavam descontentes e queriam ver o país tomar um rumo diferente, com a participação popular na organização do Estado.

Os estudantes também se mobilização e em 1977 foram às ruas, nas cidades de São Paulo, Belo Horizonte e Brasília, reivindicando direitos para a categoria, além de exigir mais democracia no país (Reis, online). O governo agiu repreendendo o movimento em São Paulo, com a invasão do prédio da PUC, depredando as instalações da universidade e torturando alunos, professores e colaboradores, sob o comando do próprio Secretario de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Erasmo Dias. Esse ato repressivo serviu para que a sociedade compartilhasse do sentimento dos estudantes, de luta contra a ditadura e apoio a abertura política do país.

Além dos protesto realizados pelos estudantes, em 1978 foi a vez dos trabalhadores da região do ABC paulista cruzarem os braços e declararem greve, o motivo foi maiores reajustes salariais, uma crítica direta a política trabalhista do regime militar. A greve do ABC foi o estopim para várias outras acontecerem país afora, envolvendo várias categorias de trabalhadores em toda a república, como médicos, metalúrgicos, professores, trabalhadores da área civil, bancários, motoristas de ônibus, etc.. Reis( ) afirma que foram mais de três milhões de trabalhadores envolvidos, num total de 430 greves.

Em torno do movimento grevista organizou-se uma ampla rede de solidariedade da população, principalmente nos bairros populares, com a instituição de fundos de greve para oferecer apoio aos envolvidos no movimento. Assembleias imensas, reunindo mais de cem mil trabalhadores no Estádio Vila Euclides, em São Bernardo do Campo, revelaram novas lideranças políticas, como o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da região, Luiz Inácio da Silva, que se tornou cada vez mais conhecido nacionalmente, sobretudo após a longa paralisação ocorrida em 1980, conhecida como a “greve dos 41 dias”, que centralizou a atenção de

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