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ESTAGIO DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Por:   •  29/6/2021  •  Trabalho acadêmico  •  1.367 Palavras (6 Páginas)  •  295 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Anamnese a partir da escola como um espaço carcerário e empresarial.

Docente: Felipe Magalhaes

Discente: Jean Carlos Uchoa

Matrícula: 2014315191

Disciplina: Estágio II

INTRODUÇÃO

O presente trabalho visa compreender as experiências educacionais com base nas memorias e relaciona-las com conhecimentos adquiridos posteriori. Sabendo que trabalhar como memorias e lembranças são difíceis visto a dificuldade de estabelecer veracidade aos fatos e que os mesmos são carregados de impressões pessoais e sentimentos subjetivos do que aconteceu, e por muito são alterados por conhecimentos adquiridos posteriormente, buscarei relatar os sentimentos que me marcaram e que ficaram latentes durante muito tempo por algumas conjunturas na minha formação. Para isso tentarei estabelecer uma relação com a obra Vigiar e Punir e como mundo do trabalho mantem uma inter-relação com nosso sistema de ensino.

Com isso, faz necessário o meu testemunho aos muitos pecados que nem soube se cometi durante meu processo de discencia.

Recordo-me de um momento que foi tido como um divisor de águas para minha construção de saber e percepção do mundo na escola, que se deu a partir das turmas especiais no Santa Monica C.E.

Eu tinha um amigo, Paulinho, que sempre foi muito inteligente. Eramos muito amigos, eu havia estudado com ele desde o primeiro seguimento. No entanto, nos finais do ensino fundamental a escola resolveu adotar um sistema de turmas especiais 901 A e 901 B consequentemente as turmas especiais detinham os melhores alunos  com as melhores notas e a turma B ficaria com os piores alunos.

Como observação, algumas lembranças secundarias me vieram a tona sobre a estrutura organizacional da escola em que eu estudava, que considero pertinente a analise em que me proponho.

O Paulinho foi para a turma especial e eu fiquei no resto, foi assim que me senti. Punido por um crime que eu mal sabia que havia cometido. Os desmembramentos disso foram inúmeros, irei me ater ao que me propus a falar. A percepção que tive da época (ou talvez de agora) era o tratamento e a retorica dos professores, pois os mesmos reforçavam o estereótipo dos losers comparando-nos com as turmas especiais. Visto do tempo presente entendo que esse ato reforçava o caráter punitivo da escola - ao colocar os alunos em classes subalternas - metaforicamente você está punindo esses alunos por vários crimes de saberes, a implicação dessa punição não analisa uma serie de fatores como as inteligências múltiplas, mas ela reproduz um ato social bastante arcaico e punitivo.

Assim sendo, também era tema comum entre os colegas de classe matar aula e, recorrentemente tinha alguém que ia para a solitária da escola, a coordenação, e na mesma recebia uma advertência podendo pegar uns dias de solitária. Nesse sentido os espetores eram sempre alguém num nível de autoridade superior, se você batesse pernas no corredor ele poderia te pegar ou se você tentasse fugir.

Ao que se refere a segmentação das matérias eu tinha muita dificuldade de relacionar história do brasil com história geral, essa divisão das matérias dificultavam muito meu aprendizado do todo. Hoje entendo que o aluno não deve deve ser um mero repetidor de conteúdo a maneira catequética e sim um instrumento aberto a diversidades de debates e um espaço a criticidade. Entendo ainda, como esse modelo reproduz uma linha de montagem com classes e conhecimentos segmentados.

Esses fatos foram baque tão grande na minha vida estudantil que me produziram inúmeras sequelas que só foram curadas anos a frente. A partir desses eventos meus, proponho pensar a escola como espaço de punição, disciplina e a escola como formadora de mão de obra.

Para que eu possa embasar minha experiência como discente com conhecimentos adquiridos a posteriori faço uso de dois autores, E.P.Thompson e Foucault , afim de que possamos compreender como se engendrou essa mecânica de escola como linha de montagem e como espaço de punições, para tal devemos considerar o cenário histórico mundial a fim de contextualizarmos os impactos trazidos ao modelo vigente.

Com isso, se faz necessário incluir como se formou o modelo de escola moderna de massas - pós industrial - e quais seus impactos na dinâmica de relações de poder e controle dos corpos, partindo do pressuposto de uma comparação física da escola (em sua composição arquitetônica) com as fabricas e prisões, assim como a dicotomia disciplina e hierarquia.

Como podemos observar, o avanço da revolução industrial culminou numa extrema mudança no cotidiano (Modus operandi) da população, pois com o processo de industrialização e divisão do trabalho houve uma crescente necessidade de ampliar a mão de obra para o mercado afim de suprir a nova demanda que estava surgindo. Nesta perspectiva, podemos ver o surgimento da escola como ‘fábrica de pessoaspara o mercado de trabalho.

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