Economi Na Decada De 80

A emergência e institucionalização do Serviço Social como especialização do trabalho ocorre nos anos de 20 e 30, sob influência católica europeia. Com ênfase nas ideias de Mary Richmond e nos fundamentos do Serviço Social de Caso, a técnica está a serviço da doutrina social da Igreja.

As protoformas (primeiras formas) do Serviço Social tem sua base nas obras e instituições que surgiram após a Primeira Guerra Mundial

Nos anos 40 e 50 o Serviço Social brasileiro recebe a influência norte-americana.

Esta idéia demonstra o contexto em que Belém estava inserida. No período em que vai de 1930 até a década de 1960, o Brasil vivia a fase do desenvolvimento com o surto industrial. A região norte então desponta como um grande pólo concentrador de populações e aumento das frentes migratórias para a Amazônia. Desde os fins do século XIX, imigrantes vinham do Nordeste para a Amazônia nos períodos de grandes secas naquela região brasileira. Eles se dirigiam especialmente para o Estado do Pará, fazendo desta região um dos dez maiores aglomerados do país, gerando com isso um quadro social de pobreza com o aparecimento de todo tipo de doença.

Essa cruel realidade acirra-se ainda mais pelo fato de que a Amazônia se encontrava longe dos grandes centros urbanos – industrial do país, revelando toda a fragilidade da cidade de Belém e da região como um todo. Na década de 1950 o cenário era caótico, ausência de saneamento básico, desemprego em massa e toda ordem de problemas econômicos, sociais e políticos.

Nesse contexto, as ações de assistência eram realizadas de forma não sistemátimatizadas, tendo um caráter meramente assistencialista, a exemplo do governado Joaquim de Magalhães Cardoso Barata foi um maiores líderes políticos do Pará no século XX que inaugurou, desde a década de 30, uma política de assistência pública marcada de um ideário populista e controlador, onde desenvolveu uma política visando uma aproximação com camadas populares além de preconizar o saneamento e a restauração do Estado, Interveio na questão operária ao mesmo tempo em que reformulava o processo da educação através da alteração dos currículos e do policiamento dos professores. Estes foram investigados com o objetivo de terem sua idoneidade moral apurada.

No que diz respeito à população, uma das marcas de Barata foi sua condição de líder das massas populares. Objetivando essa aproximação, concedeu a abertura das portas do palácio do governo para que a população tivesse acesso direto ao governante, além de percorrer o interior do Estado desenvolvendo uma significativa política assistencialista.

No Pará o projeto idealizador da escola de Serviço social foi gestado desde a década de 40 pelo jornalista, professor, bacharel em direito e engenheiro rural, Sr. Paulo Eleutério Álvares da que mostrava-se preocupado com que chamou de ”desajustamento” de indivíduos e, por isso, acreditava ser necessário formar profissionais, ou seja, os” técnicos do reajustamento humano para auxiliarem as instituições de assistência Pública e privadas nos programas de atenção ao desajustamentos sociais.

O contexto social de Belém ainda refletia as consequências do ciclo da borracha, o qual trouxe alterações diversas para toda a região, a exemplo do movimento de população em torno das cidades, em especial Belém.

Mas, conforme assinalou oliveira (1988), o cenário sócio- econômico da região, incentivou o surgimento de vários órgãos públicos e privados para o atendimento de novas demandas sociais gestadas, sobretudo no processo de ampliação do capital internacional e, como forma prefigurada, o serviço social se constrói embrionariamente no Pará, no seio dessas instituições de caridade e assistência, como por exemplo, LBA, Instituto de Previdência e Assistência, Educandário Eunice Weaver, Instituto Ofir Loiola, SESI e SESC ,todas possibilitando a institucionalização, onde se desenvolve a profissão de Serviço social.

Sendo o Ofir Loiola ponto de referência, pois atendia a população do Norte e Nordeste, onde possuía o serviço de Câncer e Proteção à Infância e um Centro de Estudos, havia por parte do Governo Federal uma verba destinada ao mesmo. Mas com a posse de Juscelino Kubistchek e a construção de Belém-Brasília a verba foi sendo reduzida. Questionado sobre o motivo da demora para a conclusão do curso sendo que a previsão era de 3 anos, o que não aconteceu. Sendo um dos motivos que se acreditava era o reconhecimento do curso, que só aconteceu em dezembro de 1957, através do Decreto nº 42.925.

A partir da Fundação da Escola inicia-se um intercâmbio com outras instituições de ensino, a exemplo da Escola Amazonas, Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul. Sendo que a primeira turma teve o que as de hoje não tem. Além de matérias básicas tinham intercâmbio feito pelo SESC e SESI, e através dele vinham os profissionais como sociólogos, pedagogos e principalmente assistentes sociais, ministrar cursos para alunas com caráter especifico de orientações profissionais.