Ecos de Getúlio

Ecos de Getúlio

Críticas ao legado de Vargas permearam a formação de dois partidos: o Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Enquanto o PSDB visava o reformismo neoliberal, o PT tinha a missão de renovar a esquerda nacional e associava o primeiro aos críticos liberais de Getúlio.

 

Em Vargas, encontrava-se a ambiguidade do ser, uma vez que, para alguns, era considerado o herói do povo, e para outros, um ditador opressor. Fundador do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e aliado das oligarquias, também fundou o partido conservador PSD, causando certa confusão nas pessoas, visto que era um ditador e ao mesmo tempo, um símbolo da esquerda democrática no Brasil.

 

Getúlio Vargas foi um dos primeiros a perceber as grandes massas urbanas. Se os direitos trabalhistas garantidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) decorrem também da luta dos trabalhadores, ele foi um dos pioneiros a reconhecer a necessidade de instaurar esses novos marcos legais.

No mesmo tempo em que o desenvolvimentismo era comungado por quase todos os grupos relevantes, do nacionalismo rachava opiniões e correntes. O varguismo passa a ser visto como sinônimo de desenvolvimento pela via nacional. Já seus adversários, são tachados de antinacionalistas.

 

O discurso nacional é um dos principais motivos do esforço do PSDB para acabar com a “Era Vargas”. Não fazia sentido ater-se a ideias vagas como o nacionalismo, se o mercado internacional era para eles mais eficiente em alocar capitais que favorecessem o desenvolvimento do país.

 

Grandes opositores do nacionalismo de instituições construíram uma dura crítica ao modelo político-social da República de 1946, com destaque para a relação entre Vargas e a classe trabalhadora. Se era crítico do modelo varguista na academia, viu-se na missão de destruí-lo quando assumiu a Presidência: a “Era Vargas” foi a responsável pelo atraso que ainda marcava o país.