Educação Comprada: A Representação De Índios E Negros No Ensino De Historia

O texto Educação Comprada: A Representação De Índios e Negros No Ensino De Historia, de Danielle Bastos Lopes, faz uma critica sobre o ensino da cultura africana e indígena no currículo escolar. O texto também problematiza as possíveis aplicações da lei 11645 que torna obrigatório nas escolas o ensino dessas culturas.

Segundo o autor nós sabemos quem foram nossos colonizadores europeus, mas não sabemos ao certo quem foram os índios e os negros que ajudaram a formar nossa nacionalidade. A lei 11645 é vista como uma conquista, pois ela visa expor a verdadeira cultura negra e indígena, não aquela que é contada a partir da ótica dos colonizadores.

Um dos principais vilões, segundo a autora, da discriminação sofrida por esses povos são os livros didáticos que omite a cultura de povos colonizados restringindo os seus principais fatos e personagens. O artigo traz algumas considerações sobre o livro didático que vão desde que a formulação da nossa nacionalidade surge a partir da diversidade, mas que as contribuições de negros e índios são quase sempre do passado, de como esse passado é elaborado através de um ponto de vista europeu, a simplicidade de como os livros didáticos abordam o tema e como os livros não abordam as diferenças dentro desses grupos.

Outro ponto abordado no artigo é como essa cultura é passada para os jovens, tanto para os que estão inseridos nesses grupos culturais quanto para os outros. Nesses grupos os jovens recebem o conhecimento através da curiosidade que eles demonstram sobre o assunto ou com a sua inserção nos trabalhos ou nos ritos religiosos, não através de um professor que às vezes nem possuem tanto contato assim com essa cultura.

É importante o estudo cultural dos povos que formaram nossa nacionalidade, negros, índios e europeus, mas é complicado para um professor de ensino médio passar esses ensinamentos culturais, principalmente do negro e do índio, para seus alunos já que nem todos estão inseridos nesses grupos étnicos culturais. Assim a maioria acaba passando somente o que consta nos livros que é a cultura do ponto de vista europeu, deste modo abstraindo de certo modo a culpa sobre o professor.

Podemos dizer que Danielle atinge seus objetivos, pois ela consegue responder uma das principais perguntas a que o artigo se propõe que é o porquê da difícil assimilação das pessoas de quem são nossos índios e nossos negros, apontando as falhas que fazem com que essa difícil assimilação ocorra

Este artigo não é recomendado para pessoas que buscam conhecer o processo de colonização do nosso país. Ele é recomendado para pessoas que buscam saber de que maneira a cultura dos negros e índios vem sendo transmitidas dentro das salas de aula, nos grupos culturais ou em pontos que identificam as falhas nesses processos de ensino visando seu aperfeiçoamento. Pois o texto tem foco na didática de ensino dessa cultura e não um caráter histórico.